Minha primeira rede social, no fim dos anos 1990, foi o ICQ e seu inconfundível som “Ã ÃU”.
Depois vieram MSN e Orkut, em meados dos anos 2000, cujo uso era conversar com amigos e paquerar.
O Facebook estourou no Brasil em 2011. Eu já estava na faculdade e utilizei-o até como ferramenta profissional.
Com uma variação ou outra, essa é a trajetória de redes sociais de quase todo brasileiro com acesso à internet desde sua chegada ao país, em 1995.
Eu, os millennials e a geração Z tínhamos algo em comum: dificilmente éramos os mais velhos em cada uma dessas plataformas.
O Snapchat, em meados dos anos 2010, quebrou isso pela primeira vez, ao ter muitos adolescentes desde o início.
O TikTok vem consolidar esse fenômeno. Ao testar o aplicativo para a Folha, levei tempo para encontrar alguém com mais de 18 anos. Me senti um verdadeiro tiozão do zap com meus 28 anos vendo vídeos engraçadinhos e criativos como o do gato batendo palmas ao som de “Mr. Sandman”.
A facilidade de editar vídeos e criar filtros no TikTok fará com que toda essa nova geração desconheça programas de edição como o Premiere.
As hashtags do TikTok, nas quais o usuário é instado a postar um vídeo sobre o assunto, vão das fúteis como “#quedadebraço”, com vídeos sobre quedas de braços, a mais engajadas como #brasiléhistória, sobre o momento histórico favorito do país.
Os nativos digitais se sentem à vontade nesses dois universos. Caberá aos mais velhos adaptar-se a cada rede social nova se não quiser perder o bonde da história.
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