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Tesouro dos EUA reporta US$ 590 milhões em pagamentos por ransomware em 2021

Número é 42% maior que o reportado em 2020; custo verdadeiro pode ser bilionário

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Washington | AFP

Um total de US$ 590 milhões (R$ 3,2 bilhões) em pagamentos por extorsões praticadas por hackers foram reportados na primeira metade de 2021, destaca um relatório divulgado nesta sexta-feira (15) pelo Tesouro dos Estados Unidos, o que representa um ritmo superior ao total da década anterior, em meio à explosão desse tipo de crime.

A cifra é 42% maior do que o montante divulgado por instituições financeiras para 2020, segundo o documento, e há sinais de que o custo verdadeiro poderia ser bilionário.

"Se a tendência atual se mantiver, projeta-se que os relatórios apresentados em 2021 terão um valor de transação relacionado aos ransomwares mais alto do que os apresentados nos 10 anos anteriores somados", indicou a Rede de Execução de Crimes Financeiros do Tesouro.

Hackers invadem os sistemas de alguma entidade com o uso de um malware que restringe o acesso a seus dados e exigem pagamento de resgate, geralmente em criptomoedas - Florence Lo - 27.set.2021/Reuters

Neste tipo de ataque, os hackers invadem os sistemas de alguma entidade com o uso de um malware que restringe o acesso a seus dados, para depois exigir o pagamento de um resgate, geralmente em criptomoedas, em troca de uma chave digital para desbloquear a rede.

Washington busca tomar medidas enérgicas contra o aumento exponencial dos ataques de ransomware, incluindo sanções contra um site de intercâmbio que os operadores ilícitos supostamente usavam para trocar criptomoedas por moeda corrente.

Os ataques recentes a um importante oleoduto nos Estados Unidos, unidades do frigorífico brasileiro JBS nos EUA, Canadá e Austrália, e o sistema de correio eletrônico Microsoft Exchange chamaram a atenção para a vulnerabilidade dos sistemas em relação aos ataques cibernéticos.

Segundo o Tesouro, investigadores encontraram cerca de 150 carteiras de criptomoedas on-line e descobriram US$ 5,2 bilhões (R$ 28,3 bilhões) em transações potencialmente relacionadas a pagamentos de extorsão cibernética.

Empresas e instituições são pressionadas a pagar em troca do desbloqueio de seus dados, mas também a garantir que o ataque não chegue aos ouvidos dos clientes ou das autoridades. Estas últimas emitem regularmente avisos contra pagamentos a criminosos.

Luta coletiva

O relatório, baseado em alertas sobre atividades suspeitas que as empresas devem preencher, observa que não está claro se o aumento representa uma conscientização crescente sobre o crime cibernético. “Essa tendência reflete potencialmente o aumento global dos incidentes relacionados à extorsão cibernética, bem como uma maior detecção e reportação", indicou o Tesouro.

As vítimas de ataques não são identificadas no relatório, o qual observa que alguns dos aparentes resgates foram pagos antes de janeiro de 2021.

Os novos dados sobre o volume de pagamentos relacionados a hackers são divulgados depois que meia dúzia de nações decidiram lutar coletivamente contra a extorsão cibernética, durante uma reunião de cúpula liderada por Washington. Os Estados Unidos reuniram os países —com exceção da Rússia— para unificar e aumentar os esforços a fim de combater esse crime cibernético, que é transnacional, crescente e potencialmente devastador.

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