Microsoft enfrenta Facebook e lança metaverso no Teams

Usuários poderão aparecer como desenho animado e visitar espaços de trabalho virtual

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Richard Waters
São Francisco (Califórnia) | Financial Times

A Microsoft deu seu primeiro passo para levar o metaverso para a vida no escritório, o mais recente sinal de que algumas das maiores empresas de tecnologia veem a combinação dos mundos digital e físico como uma das novas tendências mais importantes na computação.

A gigante do software dos Estados Unidos disse que no primeiro semestre de 2022 os usuários de seu software de colaboração Teams poderão aparecer como avatares —ou desenhos animados— em videoconferências. Os trabalhadores remotos também poderão usar seus avatares para visitar espaços de trabalho virtuais, que poderão incluir réplicas dos escritórios de suas empresas.

Os primeiros movimentos da Microsoft para misturar os mundos virtual e físico são modestos em comparação com a visão expansiva que o Facebook apresentou na semana passada, quando mudou seu nome corporativo para Meta para refletir seu novo enfoque no metaverso.

Logotipo do Microsoft Teams - Reprodução

No entanto, o plano da Microsoft se baseia na tecnologia subjacente conhecida como Mesh, revelada no início deste ano, para lidar com interações virtuais muito mais complexas em diferentes tipos de hardware, de PCs a headsets de realidade virtual. Além disso, os executivos da Microsoft disseram que veem a adoção de avatares pessoais como o primeiro passo numa progressão que deixará os trabalhadores cada vez mais à vontade com novas formas de interação virtual que hoje podem parecer estranhas.

"Com 250 milhões de pessoas em todo o mundo usando Teams, a adoção de avatares será o primeiro elemento verdadeiramente metaverso a parecer real", disse Jared Spataro, chefe do Teams.

Teams se tornou o software por meio do qual muitos trabalhadores se comunicam com colegas e acessam o conjunto maior de ferramentas de produtividade da Microsoft. A empresa disse que integrará seus outros softwares de produtividade em suas novas experiências virtuais —permitindo que os trabalhadores façam coisas como ver apresentações PowerPoint no metaverso.

Spataro disse que a maior motivação para introduzir novos tipos de interação digital foram os desafios que as empresas enfrentam com o trabalho híbrido, já que alguns funcionários voltam ao escritório após a pandemia, enquanto outros optam por trabalhar à distância.

A Microsoft disse que sua pesquisa mostrou que o uso de avatares pessoais transmite uma sensação de "presença" que torna as reuniões mais envolventes, ao mesmo tempo que evita que os funcionários precisem aparecer constantemente diante de uma câmera. Os trabalhadores que participaram de uma reunião em que outra pessoa apareceu como avatar também ficaram mais abertos para usar a tecnologia por conta própria, segundo a empresa.

Aparecer como um avatar "parece simples, parece apenas um passo, mas é o tipo de passo que acho que as pessoas estão prontas para dar", disse Spataro. "Talvez seja até meio divertido no começo."
A empresa disse que usará IA para que os lábios dos avatares pareçam pronunciar as palavras e acrescentará expressões faciais e gestos.

A abordagem gradual para apresentar o metaverso aos trabalhadores contrasta com a visão mais revolucionária do antigo Facebook para o futuro das reuniões de escritório. A empresa de rede social recentemente demonstrou uma experiência completa de escritório em realidade virtual, com pessoas usando óculos de RV para se sentarem em uma sala virtual ao lado de avatares de outros trabalhadores.

Comparando o uso de avatares da Microsoft a saltar diretamente para reuniões completas de realidade virtual, Spataro disse: "Não é tão maluco quanto nos encontrarmos num espaço 3D onde não sabemos o que fazer".

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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