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Metaverso pode ganhar fôlego mais rápido no Brasil, diz Accenture

Alto número de jovens na população e salto de eletrônicos na pandemia podem ajudar tecnologia no país

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Aluísio Alves Elizabeth Howcroft
São Paulo e Londres | Reuters

O metaverso pode ser uma realidade mais presente no cotidiano das pessoas mais rápido no Brasil do que em regiões como Estados Unidos e Europa, disseram executivos Accenture citando resultados de uma pesquisa feita pela consultoria.

"Estamos apostando que vai acontecer no Brasil daqui a dois, a cinco anos", disse Paulo Ossamu, diretor executivo de tecnologia da Accenture na América Latina, em entrevista à Reuters nesta terça-feira (5). "Haverá impacto já nos próximos dois anos."

Segundo a edição 2022 da pesquisa anual da Accenture Technology Vision, feita em 35 países, 78% dos executivos no Brasil afirmaram que o metaverso, termo usado para indicar o mundo virtual que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais, terá um impacto positivo em seus negócios.

Reunião no Horizon Worlds, o metaverso do Meta em realidade aumentada - Reprodução/Facebook

A pesquisa ouviu 4.650 executivos de alto escalão de uma série de setores, com quase metade deles de áreas vinculadas a telecomunicações e tecnologia da informação.

Sem mencionar detalhes, a Accenture afirmou que os resultados para o Brasil são muito superiores à média de outros países e que isso pode refletir em parte o fato da população brasileira ser mais jovem do que em mercados mais maduros, além do salto no uso de dispositivos eletrônicos durante a pandemia.

"Temos visto muito otimismo entre executivos [no Brasil] e empresas de venture capital investindo em conteúdo para o metaverso para produtos como jogos", disse Ossamu, citando ainda aplicações em comércio eletrônico e educação.

Para o executivo, restrições tecnológicas comparativas no país, como menor capacidade computacional e a rede 5G ainda no seu início, devem ter impacto cadente no desenvolvimento do metaverso no país, dada a contínua queda nos custos de soluções.

"Já estamos vendo empresas contratando computadores de alta performance para resolver problemas específicos", afirmou Ossamu. "A capacidade computacional quântica ainda é um sonho, mas já existe muita coisa possível, porque os custos estão baixando", completou.

Para Daniel Franulovic, diretor inovação da Accenture no Brasil, embora haja um frenesi com o tema, o metaverso tem um potencial diferente do que o "Second Life", serviço lançado no início da década dos anos 2000 que baseava-se numa vida virtual na internet, mas que logo perdeu força.

"Aquilo era mais escapismo da realidade", disse Franulovic. "Agora vemos o uso mais integrado da tecnologia ao cotidiano das pessoas", disse Franulovic.

Entusiasmo com NFTs perde força

A bolha dos NFTs não está estourando, mas pode ter surgido um vazamento. Um ano depois de um único token não fungível ser vendido por US$ 69,3 milhões em criptomoedas na casa de leilões Christie's, o estranho e selvagem mercado está mostrando sinais de desaceleração.

As vendas no OpenSea, maior mercado de NFT, atingiram quase US$ 5 bilhões em janeiro, um salto gigantesco em relação aos US$ 8 milhões do ano anterior, mas caíram para cerca de US$ 2,5 bilhões no mês passado.

Cerca de 635 mil pessoas compraram NFT no mês passado, por US$ 427 cada em média, segundo o rastreador CryptoSlam, ante cerca de 948 mil, com média de US$ 659 em janeiro.

Mesmo assim, as empresas continuam a se acumular no "metaverso" da moda, onde ativos digitais como terrenos virtuais e roupas para avatares podem ser comprados por criptomoedas como NFTs. JPMorgan e HSBC estão entre as empresas que abriram espaços virtuais em mundos baseados em NFT neste ano, enquanto YouTube e Instagram têm planos para o setor.

As vendas totais de NFT totalizaram cerca de US$ 11,8 bilhões até agora em 2022, de acordo com o DappRadar, excluindo US$ 19,3 bilhões em vendas de uma plataforma suspeita de ser dominada por negociações irregulares, onde um pequeno número de contas troca itens por preços inflacionados.

Nima Sagharchi, chefe de ativos digitais da casa de leilões Bonhams, disse que, diferente do mundo da arte tradicional, o mercado de NFT pode oscilar entre os ciclos de alta e baixa em menos de uma semana.

Um NFT representando um pedaço de imagens abstratas geradas por computador de uma coleção chamada Art Blocks seria vendido por cerca de US$ 15 mil em média em um pico em setembro de 2021, mas arrecadou pouco menos de US$ 4.200 no mês passado, de acordo com o CryptoSlam.

Enquanto isso, os NFTs do Bored Ape Yacht Club —um conjunto de 10 mil variações de um primata de desenho animado— ainda são vendidos por cerca de US$ 300 mil em média.

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