Echo Show 15, smart display da Amazon que começa a ser vendido no Brasil nesta quarta-feira (11), apresenta funcionalidades de mais e melhorias de menos quando comparado a seus antecessores. E por um preço bem mais alto.
Diferente do Echo Dot, modelo básico dos produtos com a assistente virtual Alexa, o Echo Show 15 deve ser fixado na parede. O produto, cedido pela Amazon para a Folha testar, possui uma tela de 15,6 polegadas sensível ao toque, uma câmera para reconhecimento facial e custa R$ 1.899 –o Dot de 3ª geração sai por R$ 349.
A ideia do produto, que chega ao país cinco meses depois do lançamento nos EUA, é ser uma central de organização familiar, permitindo que lembretes, listas de compras, calendário e outros widgets sejam exibidos já na tela inicial, a distância de um toque ou de um comando de voz.
A Alexa chegou oficialmente ao Brasil em outubro de 2019, ano em que a Amazon se consolidou no país com o Prime, plano de assinaturas que inclui frete grátis, games e streaming de música e de vídeo.
Apesar de a assistente ser um software, foi com a venda do hardware (linha Echo) que ela se popularizou no mercado. Ao receber comandos de voz dos usuários, o dispositivo, que conta com alto-falantes, pode informar a agenda do dia, programar lembretes e acender lâmpadas inteligentes, entre diversas outras funções.
No Echo Show 15, a Alexa é apenas uma parte do que o produto oferece. Além dos widgets na tela inicial, maior novidade em relação às versões anteriores (Echo Show 8 e 10), o dispositivo se esforça para ser uma experiência de TV e tablet.
Tela maior e de alta resolução, interface navegável por toque, navegador de internet (Silk, da Amazon) e acesso a aplicativos como Prime Video, Amazon Music, Spotify e Netflix permitem que o produto também seja visto como uma central de entretenimento, mas sua usabilidade não dá conta de tantas funcionalidades.
Com engasgos frequentes, o uso do Echo Show 15 para essas atividades é desengonçado quando comparado a dispositivos convencionais —também não ajuda o fato de ele ter sido pensado para paredes de cozinhas e salas.
Usar até mesmo os widgets no aparelho é uma atividade pouco eficiente em comparação com os ecossistemas de aplicativos e dispositivos Android e iOS. Por exemplo, para poder ver uma lista de compras criada com a Alexa é necessário usar um aplicativo próprio no celular. Essa falta de integração impede que as comodidades promovidas pela assistente funcionem de forma mais intuitiva.
O produto também decepciona ao só conseguir exibir fotos da conta do Facebook associada ou nativas do aparelho, deixando de lado a sincronia com Google Photos, iCloud e até mesmo o bom e velho cartão de memória —e isso mesmo se inspirando no formato de um porta-retrato, com moldura e borda.
Como o produto é focado em famílias, cada membro pode ter um perfil próprio cadastrando voz e rosto. Assim, quando o usuário se posicionar em frente à câmera, widgets com informações personalizadas serão dispostos na tela inicial.
De resolução inferior à do Echo Show 10, a câmera se restringe ao reconhecimento facial e a chamadas de vídeo entre dispositivos da Amazon. Videoconferências por Skype e Zoom não são possíveis, até porque não há nem sequer uma loja de aplicativos no dispositivo —o usuário vai ter acesso a novas funcionalidades somente quando o sistema operacional do aparelho for atualizado.
A robustez do Echo Show 15 reside justamente na Alexa, que pode ser acessada em sua totalidade e de forma mais barata nos Echo Dots (dispensando furadeira e parafusos). Funcionando mais como adendos à assistente do que o contrário, a tela do dispositivo e as funcionalidades que ela traz consigo são dispensáveis.
Teste da Folha feito com um Echo Show 15 cedido pela Amazon
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