94% têm conta em alguma rede social; WhatsApp lidera com 92%

Só 24% dos ouvidos dizem ter Telegram, a maior preocupação eleitoral

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Desde 2004, quando aderiu ao Orkut, a primeira rede social a se massificar, o brasileiro já havia mostrado seu gosto pela interação social online. Se 18 anos depois a adesão já não é novidade, a dimensão surpreende: 94% dos internautas (quem acessa a internet) disseram ter conta em algum site de relacionamento.

O percentual é maior (99%) na faixa dos 16 aos 34 anos, dos nativos digitais, mas mantém a força mesmo nos grupos menos aficionados —83% entre quem tem 60+ e 85% de quem cursou só o fundamental.

O WhatsApp predomina em todos os estratos sociais e regiões do país, atingindo a quase totalidade dos que se disseram usuários de redes sociais (92%). Também foi o favorito de 44%, seguido à distância pelo Instagram (26%).

Dado Ruvic/Reuters

O trunfo do WhatsApp é a conexão direta que o usuário estabelece com família e amigos, o que contribui muito para a escolha do candidato. "O vínculo afetivo aumenta a atenção e credibilidade que damos à informação que nos enviam. Além disso, ficamos mais propícios a compartilhar", diz Vinícius Prates, professor da Universidade Mackenzie e pesquisador de desinformação nas mídias digitais.

Manoel Fernandes, diretor da consultoria digital Bites, diz que essa afeição é a principal ferramenta de influência. "Esse ecossistema é muito dinâmico. Inclusive por isso a volatilidade dos últimos dias da eleição é muito grande."

O Telegram, apontado como o predileto dos bolsonaristas, mostrou alcance mediano na pesquisa (24% informam ter o aplicativo no celular), mas cresce para 41% na faixa mais jovem. Além de serem emissoras rápidas de informações, redes de troca de mensagens como Telegram e WhatsApp atuam como comitês eleitorais digitais, nos quais os apoiadores obtêm vídeos e memes para distribuir em outras plataformas, afirma Fernandes.

Os candidatos não podem se limitar aos aplicativos de troca de mensagens instantâneas, precisam estar presentes no máximo de redes sociais possível, porque os internautas dividem seu tempo de tela entre elas.

"Independentemente do número de usuários, haverá movimentação de conteúdo em todas as principais plataformas", afirma Antônio Barros, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital.
É a estratégia do atual presidente da República. Em segundo nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PL) lidera em número de seguidores no Facebook, Youtube, Instagram, Tik Tok e Twitter.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente nas pesquisas, fica em segundo lugar nas redes, menos no Tik Tok. Lula só ativou a conta em 20 de junho e tem 122 mil seguidores, atrás de Ciro Gomes (PDT), com 162 mil —ambos, porém, muito distantes de Bolsonaro, com 1,8 milhão (dados desta quinta, 7).
Na pesquisa, o aplicativo chinês de vídeos comprova ser um fenômeno entre os mais jovens, com 58% de presença entre internautas de 16 a 24 anos e 45% dos 25 aos 34 anos.

O Twitter também cresce na parcela mais nova da população. O total de 20% no conjunto dos internautas sobe para 38% na faixa de 16 a 24 anos. Além do desgaste normal das redes ao longo do tempo, jovens gostam de novidades e buscam manter distância das plataformas onde os pais estão. Já redes baseadas em vídeos, como Tik Tok e Instagram, afastam os mais velhos.

ENTENDA A PESQUISA DATAFOLHA

  • ​O levantamento que dá origem às matérias deste caderno especial foi feito pelo Datafolha e teve dois módulos, com duas pesquisas distintas, uma sobre as marcas favoritas dos brasileiros para serviços que envolvam a internet e outra sobre o seu comportamento online
  • A pesquisa sobre as marcas reflete 1.500 entrevistas feitas entre 21 e 28 de março de 2022, com brasileiros de 16 anos ou mais, de todas as classes sociais e regiões do Brasil, que acessam a internet todos os dias. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, e sua confiabilidade é de 95% –isso significa que, se cem pesquisas iguais a esta fossem feitas, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro
  • A pesquisa sobre o comportamento online do brasileiro reflete 2.064 entrevistas feitas entre 16 e 24 de março com brasileiros de 16 anos ou mais, de todas as classes sociais e regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, considerando um nível de confiança também de 95%
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