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Apple lançará novo 'Lockdown Mode' em luta contra empresas de spyware

Empresa quer adicionar nova camada de proteção contra ataques de hackers

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Stephen Nellis
São Franscisco | Reuters

A Apple informou nesta quarta-feira (6) que planeja lançar no próximo trimestre um novo recurso chamado "Lockdown Mode" que visa adicionar uma nova camada de proteção para defensores dos direitos humanos, dissidentes políticos e outros possíveis alvos de sofisticados ataques de hackers.

A medida ocorre depois que, pelo menos, duas empresas israelenses exploraram falhas no software da Apple para invadir remotamente iPhones sem que o alvo precisasse clicar ou tocar em nada. O NSO Group, fabricante do software "Pegasus" que pode realizar esses ataques, foi processado pela empresa e colocado em uma lista de sanções comerciais por autoridades dos Estados Unidos.

iPhone SE em exposição na Apple Store da 5th Avenue, Nova York (EUA) - Mike Segar/REUTERS

O recurso chegará aos iPhones, iPads e Macs da Apple em meados do próximo trimestre, e sua ativação bloqueará a maioria dos anexos enviados ao aplicativo de mensagens do iPhone. Pesquisadores de segurança acreditam que o NSO Group explorou uma falha na forma como a Apple lidava com anexos de mensagens.

O novo modo também bloqueará conexões com fio para iPhones quando estiverem bloqueados. A empresa israelense Cellebrite usou essas conexões manuais para acessar iPhones.

Representantes da Apple disseram acreditar que os ataques sofisticados que o novo recurso foi projetado para combater --técnicas de hacking conhecidas como "zero click"- ainda são relativamente raros e que a maioria dos usuários não precisará ativar o novo modo.

As empresas de spyware argumentam que vendem tecnologia de alta potência para ajudar os governos a frustrar ameaças à segurança nacional. Mas grupos de direitos humanos e jornalistas documentaram repetidamente o uso de spyware para atacar a sociedade civil, minar a oposição política e interferir nas eleições.

Para ajudar a fortalecer o novo recurso, a Apple disse que pagará até 2 milhões de dólares por cada falha que os pesquisadores de segurança encontrarem no novo modo, que representantes da Apple disseram ser a maior "recompensa de bugs" oferecida na indústria.

A Apple também disse que está fazendo uma doação de 10 milhões de dólares, além de quaisquer possíveis lucros de seu processo contra o NSO Group, para grupos que encontram, expõem e trabalham para impedir hackers direcionados.

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