A internet ajudou Helenice Moura, 35, a cursar um MBA e chegar a cargos de gestão na área de marketing digital.
Hoje, ela lidera a equipe de marketing na AllowMe, plataforma de prevenção e combate a fraudes de identidades digitais, e também é cofundadora e professora no projeto A Liga Digital, que ensina jovens em situação de vulnerabilidade social sobre ecommerce e programação por meio de aulas online.
A história de Helenice com a internet começou ainda na adolescência, quando ela morava em uma favela no bairro Jardim São Luís, na zona sul de São Paulo, e trabalhava na limpeza de um clube de campo. Nesse período, ela encontrou na rede uma forma de aprimorar seus estudos.
"Eu era a pessoa que limpava o chão, lavava os banheiros e trabalhava todos os dias, inclusive sábado e domingo. Por isso, só conseguia estudar à noite em uma lan house", diz Helenice.
O trabalho no clube foi seu primeiro emprego, aos 13 anos. Nessa época, ela cursava o ensino fundamental e não tinha computador em casa.
O primeiro contato com marketing foi quando ela começou a trabalhar em um call center na área de telemarketing. Ao mesmo tempo, começou a cursar faculdade de jornalismo.
Mas a entrada de vez no seu mercado de atuação veio depois, quando conseguiu emprego em uma agência de publicidade e começou uma pós-graduação em comunicação corporativa.
Depois da experiência na agência, a executiva nunca mais saiu da área de marketing digital. Foi diretora de mídia, gerente de digital e ecommerce até chegar no cargo de gestora.
Para aprimorar seus conhecimentos, Helenice aproveitou a quantidade de conteúdos disponíveis na rede, muitos gratuitos, e fez cursos, como o de Google Analytics (para analisar a performance de sites)
e o de "inbound marketing" (marketing de atração). Até mesmo o seu MBA em "business of intelligence" (inteligência de negócios) e ecommerce foi realizado de maneira online.
"Na internet, encontrei um lugar onde as pessoas compartilhavam muito conhecimento de graça, que eu podia aplicar no meu dia a dia. Isso mudou a minha vida, porque só assim eu pude desenvolver uma profissão e ter a condição de me sustentar", afirma.
A executiva até chegou a participar de grupos por meio de blogs, como o SEO de Saias, mulheres que se reuniam para falar dessa estratégia de marketing digital que buscar tornar sites mais atraente para os buscadores. Esse canal também serviu de aprendizado para sua carreira.
Com o intuito de retornar à sociedade todo o conhecimento que adquiriu por meio da rede, Helenice e mais uma colega, a Edilaine Godoi, fundaram A Liga Digital, em 2020, que disponibiliza formação gratuita e online para jovens de baixa renda.
"Todos os cursos que oferecemos têm certificados que podem ser usados para conseguir um emprego. A gente também se preocupa em apresentar os candidatos para as empresas e inscrevê-los nas vagas", conta Helenice.
Hoje, o projeto social tem alunos do país todo, sendo que 90% deles são negros, 70% são meninas e a maioria vem de escola pública. Além disso, A Liga já formou cerca de 8.000 jovens.
"Poder estar na posição que eu estou hoje, de ser executiva numa grande empresa, e poder ter tempo de entregar para sociedade um pouco do que eu recebi é o que eu chamo de ter dado certo", afirma.
Mesmo desempenhando uma função de líder, ela continua estudando. "Eu vejo as principais tendências, o que o Google vai estar lançando de novidade ou, se o Facebook faz uma convenção com transmissão online, eu assisto. Então, hoje a internet ainda é uma grande fonte de aprimorar meu conhecimento", diz.
Para a executiva, tudo na sua vida gira em torno da rede: na Allow Me ela consegue manter o espaço virtual mais seguro para as pessoas e com A Liga Digital pode ajudar outros jovens a progredirem em suas carreiras, assim como ela.
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