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Novos celulares da Apple e Samsung enfrentam mesmice e reciclagem de recursos; compare

Modelos mais recentes das empresas -iPhone 14, Galaxy S22, Z Fold 4, Z Flip 4- são versões antigas reembaladas

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São Paulo

Diferenciar smartphones é tarefa cada vez mais difícil. Não porque ficaram mais complexos ou porque o consumidor sabe menos, mas é que eles quase não mudam de um ano para outro.

Apple e Samsung, principais marcas do mercado, lançaram neste ano modelos com poucas mudanças em relação a gerações anteriores.

A americana lançou o iPhone 14, que começa a ser distribuído no Brasil nesta sexta-feira (14). A sul-coreana, o Galaxy S22 e os dobráveis Z Fold 4 e Z Flip 4, já disponíveis no mercado.

iPhone 14 Pro, celular mais recente da Apple - Brittany Hosea-Small/AFP

Quando comparados a versões anteriores, os quatro modelos oferecem ou reciclagem de chips e recursos ou apenas melhorias pontuais. Nada de transformar o uso da tecnologia.

Em testes feitos pela Folha, o iPhone 14 e o Galaxy Z Flip 4 são, com qualidades próprias de cada marca, celulares que funcionam sem engasgos ou problemas. Enquanto o primeiro oferece tela, fotos e vídeos melhores, o segundo leva vantagem na bateria, portabilidade e integração com outros dispositivos.

Eles cumprem com excelência o que se espera de um smartphone com preço acima de R$ 5 mil. Usar redes sociais, tirar fotos, jogar e assistir filmes são tarefas triviais para aparelhos como esses. Mas isso já ocorre há anos.

Os dobráveis até funcionam como curiosidade da engenharia, mas não como definidores de tendência para os próximos anos. O Flip, que dobra na vertical, é cômodo. O Fold, que dobra na horizontal, vira um minitablet útil para produtividade.

Já o iPhone 14 e o iPhone 14 Plus são quase idênticos aos iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max, do ano passado. Há melhorias pontuais de hardware e software, mas nada que explicite a diferença entre as duas gerações.

Os quatro aparelhos têm câmeras de 12 MP e usam o mesmo processador, o A15 Bionic. A nova versão, A16, só aparece nos modelos iPhone 14 Pro e Pro Max.

Esses celulares, os mais caros da linha, ainda têm câmeras de 48 MP e o Dynamic Island, forma que a Apple encontrou de aproveitar a parte da tela que é tampada pela câmera frontal. O recurso é uma solução criativa que integra bem aos apps nativos, e é provável que apareça na linha básica do próximo ano.

Os defeitos de sempre da Apple também estão presentes, como a falta de conectores, a insistência no padrão de energia próprio e a personalização limitada, quesitos em que o Z Flip 4, da Samsung, é melhor.

Por exemplo, agora o iPhone 14 Pro e Pro Max permitem que o usuário configure uma tela de repouso de baixa energia para o celular bloqueado, funcionalidade que Androids de menos de R$ 2 mil têm faz anos.

No futuro, será difícil entender o que mudou desde o iPhone 11, de 2019. O iPhone 5s apresentou o leitor biométrico; o iPhone X eliminou o botão e adotou o reconhecimento facial; o 11 adotou as câmeras maiores e mais protuberantes –e o padrão está presente até hoje.

As vantagens de um aparelho como o iPhone 14 é ser coeso é integrar o ecossistema da Apple, com o relógio, os fones de ouvido, os computadores e os tablets. É um celular que serve com eficiência a uma média de todos os públicos.

Contudo, isso significa que também há opções melhores. Marcas concorrentes, que rodam Android, conseguem oferecer produtos para consumidores com necessidades específicas, já que não precisam se ater a um público médio e nem à força da marca.

Para atletas profissionais de games como Free Fire, jogar pelo iPhone é impensável num mercado com aparelhos focados em processamento gráfico. Há também opções intensivas em bateria, portabilidade –como o Z Flip da Samsung– e até mesmo com lentes mais profissionais, ponto em que os iPhones naturalmente se destacam.

Samsung ou Apple, comparar aparelhos dessas marcas com gerações anteriores mostra que reembalar versões anteriores com melhorias naturais é um bom negócio, ao menos por enquanto.

Seja porque a pandemia afetou as cadeias globais de suprimento e a oferta de microchips, ou porque a Lei de Moore, que dizia que a cada dois anos o poder de um chip dobraria com custos menores, pode estar falhando, os celulares parecem ter chegado a um platô de inovação.

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