Google diz que vai melhorar resultados de busca com inteligência artificial

Big tech tenta competir contra integração entre ChatGPT e Bing, plataforma de pesquisa concorrente

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Supantha Mukherjee Martin Coulter
Estocolmo e Londres | Reuters

O Google anunciou nesta quarta-feira (8) que em breve adicionará recursos de inteligência artificial generativa nos resultados de busca, um dia depois que a Microsoft apresentou planos para integrar respostas semelhantes às produzidas pelo chatbot ChatGPT ao seu mecanismo de busca Bing.

Adicionar IA generativa —que cria texto ou respostas visuais como um humano— às buscas online permitiria ao Google reter usuários em sua plataforma, fornecendo respostas personalizadas às perguntas dos usuários e protegendo seus negócios com venda de espaço publicitário.

O Google disse que a IA generativa permitirá que os usuários interajam com as informações de "maneiras totalmente novas".

Campus do Goole em Mountain View, Califórnia, nos Estados Unidos - Noah Berger - 27.jun.2022/AFP

"Ela pode ajudar um padeiro a colaborar com um cliente em um design de um bolo, ou um fabricante de brinquedos a sonhar com uma nova criação", disse o vice-presidente sênior do Google, Prabhakar Raghavan, em evento em Paris.

"À medida que continuamos a trazer tecnologias de IA generativas para nossos produtos, o único limite para a pesquisa será sua imaginação."

O Google revelou na segunda-feira o serviço de chatbot "Bard", de olho no risco de que o ChatGPT possa alterar a forma como os usuários buscam informações na internet, o que atingiria seus negócios de venda de publicidade.

O Bard está disponível apenas para alguns "parceiros externos confiáveis", mas o lançamento já enfrentou problemas, pois o próprio anúncio online do Google mostrou o chatbot fornecendo respostas imprecisas.

A OpenAI, com sede em San Francisco, apoiada pela Microsoft, abriu seu chatbot ChatGPT para testes públicos gratuitos em novembro. A ferramenta ganhou popularidade em poucos dias e a Microsoft agora planeja usar a tecnologia para alimentar seu mecanismo de busca Bing.

Os analistas levantaram preocupações de que uma integração com o Bing possa afastar os usuários do mecanismo de busca do Google, que gerou mais de US$ 100 bilhões em receita no ano passado. O negócio de anúncios é o maior gerador de recursos da Alphabet, respondendo por cerca de 80% da receita anual da empresa.

A Microsoft espera que cada ponto percentual de participação que ganhar traga US$ 2 bilhões em receita de publicidade em buscas.

A batalha pela inteligência artificial está esquentando enquanto a União Europeia se prepara para regular a tecnologia por meio de sua própria Lei de IA.

Além das buscas, o Google também apresentou várias melhorias no Maps, visualizações internas, pesquisa e tradução de imagens —todas usando recursos de inteligência artificial de alguma forma.

"A IA também está tornando muito mais natural entender e explorar o mundo real", disse Raghavan.

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