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05/09/2010 - 15h23

Índios registram em vídeo seus rituais e cotidiano

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DIEGO BRAGA NORTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Enquanto boa parte da população brasileira ainda está distante da internet, algumas minorias indígenas não apenas acessam a rede, mas também produzem conteúdo.

A ONG Vídeo nas Aldeias funciona desde 1987 e ensina aos indígenas técnicas e linguagem audiovisual.

O secretário-executivo da ONG, Vincent Carelli, é documentarista e indianista experiente. Com mais de 20 documentários produzidos, ele diz que antigamente "levar uma ilha de edição para uma aldeia era quase impossível, uma operação de guerra".

Atualmente, com as novas tecnologias, os índios participam de todo o processo. Já há etnias que fazem tudo sozinhas, como os Hunikuis, do Acre. "Essa autonomia proporciona novos olhares. Às vezes, mais interessante que os rituais e as festas são os registros cotidianos. O dia a dia é muito interessante do ponto de vista cinematográfico".

As filmagens são abrigadas no próprio site da entidade e estão separadas por etnias. Xavantes, Nambiquaras, Guaranis-Kaiowás e outras dezenas de etnias mantêm vídeos no YouTube e no portal da ONG.

Vincent Carelli/Divulgação
Wevito Piyanko, da aldeia Ashaninka Apiwtxa, no Acre; ONG Vídeo nas Aldeias ensina linguagem audiovisual
Wevito Piyanko, da aldeia Ashaninka Apiwtxa, no Acre; ONG Vídeo nas Aldeias ensina linguagem audiovisual

Os filmes mais interessantes são os feitos pelos próprios índios, com imagens de rituais, festas, danças e outras manifestações culturais.

Os Kuikuros, etnia que vive na região do Alto Xingu, no Mato Grosso, têm um vídeo chamado Kidene (tinyurl.com/26zxg9j), mostrando a preparação de guerreiros para a luta. Com exceção da edição, feita por um "homem branco", tudo foi produzido pelos próprios índios.

Para a antropóloga especialista em internet Rita Amaral, o baixo custo da produção digital abriu novas oportunidades para os indígenas se expressarem e valorizarem sua cultura.

"É muito bom que eles estejam inseridos nesse contexto falando por si mesmos, mostrando sua autoimagem sem ter que passar pelas peneiras do exotismo ou mesmo da antropologia", afirma Amaral. "Essa independência vem do baixo custo financeiro da presença on-line", conclui a pesquisadora.

 

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