CEO da Latam discute desafios da aviação na crise

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Top of Mind 2016 - Claudia Sender, CEO da Latam Airlines Brasil
Claudia Sender, 41, CEO da Latam Airlines Brasil, faz selfie com seu iPhone

A atual conjuntura brasileira, marcada por instabilidade política e indefinição econômica, compõe um cenário de pessimismo jamais visto nas últimas décadas. Crises são complexas, mas se caracterizam como uma oportunidade de realizar mudanças estruturais e urgentes, com foco no bem-estar da população e na redução da desigualdade no país. Além disso, é necessário que as organizações voltem a ter confiança para investir no Brasil.

Isso, porém, leva tempo. Hoje, o que existe é esperança, ainda acompanhada de muita incerteza.

A indústria aérea, formada por capital intensivo e alicerçada em planejamento de longo prazo, foi severamente impactada pelo momento atual do Brasil.

Entre 2012 e 2015, as quatro maiores empresas do país perderam cerca de R$ 12,4 bilhões. Para assegurar a sustentabilidade e sair desse estado de "coma", temos que enfrentar diversos desafios.

O investimento em infraestrutura é fundamental para toda a cadeia e um direcionador obrigatório que assegura o desenvolvimento da aviação. A lista de prioridades passa ainda pela revisão do modelo de precificação do querosene de aviação; incidência do ICMS sobre o combustível; taxas e tarifas de operação, conexão e navegação; readequação da Lei do Aeronauta; reajustes de tarifas aeroportuárias; e alteração da resolução que trata de compensações aos usuários em caso de atraso ou cancelamento de voo por mau tempo. Somos o único país a seguir tal prática.

São ingredientes que, somados, geram um custo desproporcional se comparado à operação de outros países. Em linhas gerais, já estamos atrasados na missão de revermos a regulamentação para competir em igualdade de condições com as companhias que voam para o Brasil. Precisamos encarar com profundidade os gargalos existentes a fim de ter uma aviação comercial competitiva e inovadora.

Há também um outro fator: a consolidação do transporte aéreo mundial. Trata-se de tendência global que ficou evidente em importantes movimentos de companhias europeias e americanas.

A união de TAM e LAN, em 2012, que deu origem ao Grupo Latam Airlines, é fruto dessa visão.

Em meio a esse ambiente complexo, a decisão de criar uma nova empresa global sob o "guarda-chuva" de uma nova marca é um feito histórico no setor da aviação, e vai nos permitir oferecer um melhor serviço aos nossos clientes, aumentar a nossa malha e adquirir robustez para enfrentar os ciclos econômicos voláteis com menos sobressaltos.

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