Oito publicitários explicam a língua da propaganda

Arte Folha

Não entendeu? Confira, abaixo, a explicação para os termos mais usados pelos publicitários

Job é job
"Se me disserem 'vou te passar um trabalho ou uma demanda', não vou entender. São palavras fundadoras da publicidade. Acho que não existe um sinônimo tão específico para isso", diz Rafael Pitanguy, VP de criação da Y&R. Outros termos famosos entre os publicitários: approach (abordagem ou linha de comunicação de uma campanha), brand (marca), budget (orçamento ou verba), fee (taxa ou pagamento por serviço) e target (público-alvo)

CEOs & Cia.
CFO (chief financial officer, diretor financeiro), CMO (chief marketing officer, diretor de marketing), CCO (chief creative officer, diretor criativo), COO (chief operating officer, diretor operacional), CFO (chief financial officer, diretor financeiro), VP (vice-presidente), CDO (chief digital officer, líder da área digital)... A sopa de letrinhas da publicidade ajuda a definir cargos e funções. "Muitas agências têm contas alinhadas e acabam adotando a estrutura de empresas internacionais. Mas, nesse meio, é comum mesmo inventar e criar nomes e cargos novos", afirma Pernil, diretor de criação da AlmapBBDO

Viralizou
Alguns termos do universo da publicidade já estão na boca do povo. É o caso de brainstorming (reunião para discutir ideias) e feedback (resposta). Também existem as que foram aportuguesadas, como "leiaute" (de layout). Entre os verbos que derivaram do inglês, "brifar" (de briefing). "Isso simboliza nossa capacidade inventiva de desburocratizar as relações humanas. Mais do que aportuguesar, a nossa força criativa está no que conseguimos abrasileirar. Um bom exemplo é o "zapzap" [de WhatsApp]", diz Marcelo Reis, copresidente e CCO da Leo Burnett Tailor Made

In
Keyvisuals (imagens que definem uma campanha), creators (criadores de conteúdo digital), influencers (influenciadores), youtubers (estrelas do YouTube), viral (conteúdo que ganha repercussão na web), SEO (search engine optimization, otimização de sites) e branded content (conteúdo da marca, que mescla informação, publicidade e entretenimento). "A publicidade segue as tendências. Hoje, estamos na era do mobile. Tudo o que é mobile é moderno", afirma Hugo Rodrigues, presidente da Publicis

Out
"A publicidade lida com mudanças de comportamento e estamos suscetíveis ao modismo. Muitos dos termos que se empregavam ficaram para trás. Um deles é o 360 graus [comunicação integrada com ações on-line e off-line]. A agência fazia barba, cabelo e bigode", conta Felipe Luchi, sócio e CCO da Lew'Lara\TBWA. Outras palavras que ficaram no passado: telespectador, internauta, heavy e light user (consumidores potenciais e pouco frequentes). "Há um tempo, teve a moda do big data (conjunto de dados armazenados), que já era meio velha na área da tecnologia. Vi um monte de gente tentando encaixar em discurso, artigo e post no Facebook sem fazer a menor ideia do que estava falando", diz Daniell Rezende, diretor de criação da Talent Marcel

Vintage
Vira e mexe, algumas palavras voltam à moda. "É o caso de storytelling [comercial que utiliza técnicas narrativas], merchandising [ou merchan -ação promocional de uma marca ou serviço em um ponto de venda], identidade visual e fidelização", lista Marcio Borges, diretor-geral da WMcCann Rio

Arte de guerra
"Muitas palavras que usamos foram emprestadas do universo das guerras, são termos bélicos que estavam em alta nas décadas de 1940 e 1950. Me incomoda profundamente, por exemplo, pensar no público como alvo [público-alvo]. Existe fazer campanha, que é relacionado a conquistar um território, e estratégia, usada em operações militares", lembra Eco Moliterno, VP de criação da Africa. Shooting (atirar/tiroteio) também é muito usado para falar de filmagem/filmes publicitários

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