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24/01/2012 - 03h00

Orquestra de violões oferece oportunidade para aprender música

FILIPE OLIVEIRA
RODRIGO MESQUITA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Criada em 2001, a orquestra de violões A Majestade o Sabiá é composta, em sua maioria, por pessoas com mais de 60 anos e que nunca haviam tocado um instrumento musical. Costuma se apresentar em casas de repouso e clubes, e também se orgulha de ter tocado em programas de televisão, como o do apresentador Clodovil Hernandes (1937-2009).

Quase todos os músicos do grupo nunca haviam tido um professor de violão antes de conhecer a regente, Daisy Mandato, 67, que dá aulas individuais para os iniciantes e rege a orquestra dos alunos mais adiantados. A professora é paciente e exigente, e não subestima o potencial dos aprendizes.

Durante as gravações realizadas para a Folha, Daisy interrompeu o grupo por três vezes para fazer correções. "Vocês têm que prestar atenção em mim para tocarmos todos juntos", dizia. "Precisamos de um som mais cheio."

Ela conta que teve a ideia de criar a orquestra devido a procura de pessoas mais velhas por aulas de violão na escola onde dava aulas. "Comecei a receber senhorinhas e, para motivá-las a continuar tocando, pensei em dar aulas em grupo."

Marli Viotti, 65, conta que nas primeiras aulas teve dificuldades. "Era assustador, porque eu achava que não ia dar conta. Quando me peguei com meus dedinhos caindo no lugar certo, fiquei muito surpresa."

A professora de educação artística Edinéia de Oliveira, 63, afirma que desde o início se sentiu "em casa". Ela se sente orgulhosa por ter conseguido tirar sua primeira música sozinha. E diz que não larga mais o violão. "Fica sempre fora da capa, em cima do sofá. Quando dá vontade, pego o violão e dou uma tocadinha."

Maridos e esposas costumam ser grandes incentivadores da descoberta do talento desses músicos tardios. A mulher de Valdir Rodrigues, 63, foi quem o inscreveu para as aulas de violão há seis anos, sem o marido saber. Ele diz que a música foi ao encontro do que ele desejava e o ajudou muito a superar problemas emocionais pelos quais ele estava passando.

Já Maria Madalena Gomes, 69, ganhou o violão de presente de Natal do marido. "Ele gosta de tudo o que eu toco, é meu maior fã!"

MEMÓRIA E SUPERAÇÃO

Carolina Rocha, 67, sempre teve o sonho de aprender a tocar piano. Há dois anos descobriu o violão. Seu maior prazer como estudante de música é decorar melodias, que ela chama de solos.

No ano passado, teve uma amnésia temporária por causa de um problema de saúde. A primeira lembrança que voltou à sua mente foi de estar tentando tocar a melodia do coral da Nona Sinfonia de Beethoven no violão. Segundo ela, quando se lembrou da música completa, sua memória voltou. Agora, Carolina diz acreditar que a música é uma terapia e incentiva seus colegas a não pararem.

FILIPE OLIVEIRA e RODRIGO MESQUITA participaram da 52ª turma do programa de treinamento em jornalismo diário da Folha, que foi patrocinado pela Philip Morris Brasil, pela Odebrecht e pela Syngenta.

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