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Casa de Cora Coralina abriga museu com objetos da escritora
ROBERTO DE OLIVEIRA
EM GOIÁS
À beira do rio Vermelho, ao lado de uma ponte de madeira, uma casa em especial desperta a atenção de quem passa por lá. Um lugar onde todos os moradores parecem cultivar certa devoção.
Cidades goianas preservam legados do período colonial
Cachoeiras, não importa a época do ano, têm águas geladíssimas
Ruas de Pirenópolis têm pedra e casarões coloridos
Faz sentido. Foi ali que nasceu e viveu Cora Coralina (1889-1985), a "voz viva" de Goiás.
A casa pertencia à família da poetisa e doceira. Hoje, abriga um museu que preserva a história dessa personagem que é um símbolo da Cidade de Goiás e da tradição da vida interiorana do Brasil.
O casarão é mantido como nos tempos em que Cora o habitava. Dentro dele, o quarto com a cama simples e os vestidos pendurados na parede. Na cozinha, ainda estão lá o fogão de lenha e o tacho de cobre usado parar preparar os doces cristalizados.
A bengala, que amparou Cora até os últimos dias, também continua ali. Pena que nada possa ser fotografado ou filmado.
É possível ver suas fotos e cartas, assim como seus livros e a máquina de escrever. A menina, que cursou só as primeiras letras, aos 14 anos escreveu os primeiros contos e poemas sob o pseudônimo de Cora Coralina -Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas é seu nome de batismo.
DOCES E CAUSOS
A Cidade de Goiás e, consequentemente, o próprio Estado ofereciam material criativo em fartura a Cora.
Entre o passado e o presente, as festas religiosas, a comida típica da região, os moradores e seus "causos", tudo isso motivava e inspirava a escritora de Goiás.
Roberto de Oliveira/Folhapress |
Janela com escultura de Cora Coralina, na casa da poetisa |
A Casa Velha da Ponte, como é chamada, é uma referência, um ponto de encontro dos locais.
A imagem da figura mais emblemática da Cidade de Goiás, esculpida na janela lateral, voltada para o rio, acaba virando também um jeito prático de se situar e de se localizar pelo centro histórico.
Olhando por suas ruas de pedra, dá até para imaginar Cora ali, esperando por Maria Grampinho, a andarilha folclórica de Goiás.
Ninguém sabe ao certo dizer de onde Maria Grampinho veio. Sabe-se que ela perambulava pela cidade carregando uma trouxinha.
Maria Grampinho ganhou morada no porão da casa de Cora. E a poetisa ainda dedicou-lhe um poema. Coisas de Cora.
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