Templo Zu Lai, em Cotia, oferece refúgio do caos da metrópole
Muito perto do turbilhão da rodovia Raposo Tavares, monges budistas meditam.
Eles são residentes do templo Zu Lai (estrada municipal Fernando Nobre, 1.461), em Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
O edifício, inspirado na arquitetura chinesa e aberto em 2003, faz parte da ordem Fo Guang Shan, fundada em Taiwan pelo mestre Hsin Yün --e é aberto a visitas.
De terça a domingo, interessados na cultura oriental podem aprender sobre a doutrina religiosa, observar a paisagem verde do entorno e apreciar o silêncio, embora constantemente cortado pelo som dos carros e caminhões que trafegam pela vizinhança. O lugar se torna mais agitado nos finais de semana, quando acontecem palestras e celebrações.
A imersão cultural começa já na entrada, com uma placa bilíngue. A maior parte das inscrições espalhadas pelo templo são ideogramas.
O primeiro jardim que o visitante encontra pela frente é o dos 18 Arahats e pode confundir os não iniciados: espalhados pelo gramado estão pequenas estátuas em granito de figuras com feições raivosas e agressivas.
"'Arahat' é a palavra em sânscrito para 'destruidor de inimigos'", explica Aristides Dias, auxiliar administrativo e discípulo do local. "Mas são guerreiros apenas no sentido simbólico. No budismo, os principais inimigos estão dentro do próprio ser. O momento que antecede a iluminação é quando se confronta os piores sentimentos."
Os arahats representados são os 18 primeiros discípulos de Buda Shakyamuni a alcançarem a iluminação. No jardim ao lado, o dos Bodisatvas, que espelha o primeiro, as figuras já estão muito mais relaxadas, contemplativas.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Pátio interno do templo budista Zu Lai, em Cotia (SP) |
Subindo dois lances de escada, após o jardim central, chega-se à sala do Grande Herói, a mais importante do complexo, e a que exige mais respeito do visitante. Em um altar, encontra-se uma grande estátua, o Buda de Jade.
Sentado em lótus, a posição de suas mãos --uma tocando o solo e a outra segurando uma esfera de cristal-- indica "que céu e terra são testemunhas de sua iluminação", segundo Dias.
CUIDADOS
Por se tratar de um centro religioso, é preciso ficar atento para não correr o risco de faltar com respeito. Há cartazes espalhados indicando algumas regras: não tirar fotos do interior dos cômodos, usar trajes discretos e não fumar.
A linha budista mahayana, seguida pela ordem do templo, também não consome carne. Há um restaurante vegetariano aberto para almoço aos sábados, domingos e feriados (R$ 20 por adulto, com comida à vontade).
Também há cafeteria, livraria e até uma padaria. Leve dinheiro, pois o templo não trabalha com cartões. A entrada é gratuita.
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade