Após ditadura, Mianmar se abre a turistas, mas mantém controles
Fernando Velasco/Folhaopress | ||
Pagode Thatbyinnyu (à esq.) é o templo mais alto de Bagan |
Mianmar vive uma dualidade em suas fronteiras.
Ao mesmo tempo em que tenta atrair turistas após décadas de veto a estrangeiros, o país ganha destaque no noticiário há dois meses por uma crise migratória: milhares de pessoas, grande parte da perseguida minoria muçulmana rohingy, têm tentado fugir de lá em barcos precários e ficado à deriva no mar após terem entrada recusada em nações do sudeste asiático.
Localizado entre Tailândia, China, Índia e Bangladesh, o país tem a história recente marcada por um governo militar opressivo que o comandou de 1962 a 2011 –neste ano, a junta militar foi dissolvida após eleição geral e deu-se início a uma abertura, após anos de isolamento.
A abertura das fronteiras revelou o potencial turístico do país. Em 2012, foram pouco mais de 800 mil pessoas. Em 2014, o número saltou para mais de 3 milhões.
O governo ainda impõe regras aos visitantes. Por exemplo, nem todos os hotéis podem receber turistas estrangeiros, apenas os que têm autorização especial. Também não é permitido se hospedar em casas ou pegar carona.
E para viajar de ônibus é preciso estar ciente de que postos de controle estão instalados em muitos pontos nas estradas para checagem de documentos.
Apesar dos percalços e da rigidez, o país revela cenários belíssimos, com destaque para Bagan, no centro do país.
A cidade reúne mais de 2.000 impressionantes templos, "stupas" e pagodes (tipos de construções budistas) que foram construídos entre os séculos 11 e 13 e ficam espalhados por quase 70 km².
Há os que preservam pinturas em seu interior, os que servem para as preces silenciosas dos peregrinos locais que percorrem longas distâncias movidos pela fé, os que ostentam Budas gigantes e os que permitem subir ao topo para apreciar o pôr do sol.
Ao cair da noite, alguns desses templos ganham iluminação. Ao longe, pode-se ouvir as badaladas dos sinos dos monastérios que circundam a região.
Não há sequência para explorar os templos de Bagan. A regra é descobrir cada um do seu jeito. Podem ser dois os pontos de partida para essa aventura –eles ficam separados pela área onde estão os templos. A simples vila de Nyaung U ou a New Bagan, onde hotéis mais sofisticados estão se instalando.
Os empreendimentos de luxo, aliás, são uma aposta do país –às margens de um dos seus maiores cartões postais, o lago Inle, por exemplo, avistam-se novos resorts sobre a água.
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PARA ENTRAR
Mianmar exige visto para brasileiros. Para quem chega de avião (Yangun, Mandalay e Nap Pyi Taw), é possível se inscrever pela web (evisa.moip.gov.mm) e retirar o documento no aeroporto. Quem chega por terra precisa tirar o visto antes
QUANDO IR
De novembro a fevereiro as temperaturas são mais amenas. No período entre maio e outubro é a temporada das monções no Sudeste Asiático e chove praticamente todos os dias. Nesses meses as estradas ficam comprometidas
COMO PAGAR
A moeda oficial do país é o kyat (R$ 1 vale 360 kyats). É possível sacar dinheiro em caixas eletrônicos de grandes cidades como Yangun e Mandalay. Pagar com cartão de crédito, entretanto, é praticamente impossível
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