Para salvar seus monumentos, Roma pede R$ 1,9 bi a empresas e cidadãos
Andrew Medichini-22.fev.2008/Associated Press | ||
Foto de arquivo do fórum romano, na capital italiana |
Amigos, romanos, concidadãos... E pessoas de outros países, empresas e quem mais estiver disponível.
A cidade de Roma está em busca de uma ajuda no valor de € 500 milhões (o equivalente a R$ 1,97 bilhão) para financiar a restauração de uma centena de seus monumentos históricos mais emblemáticos –e evitar que eles caiam em ruínas.
Com uma dívida na casa dos € 12 bilhões e persistentemente sem fundos para cuidar da maneira ideal de seu legado de dois milênios de arte e história, as autoridades municipais lançaram nesta terça-feira (24) a campanha "100 propostas para patronos".
A iniciativa lista projetos de restauro e manutenção que a prefeitura espera que patrocinadores –incluindo cidadãos comuns– estejam dispostos a "adotar"
"Ajudem-nos para que Roma continue sendo uma referência de beleza no mundo e fazendo com que se fale dela", pediu, em conversa com a imprensa, Francesco Paolo Tronca, prefeito interino de Roma (eleições estão previstas para junho).
O modelo segue, por exemplo, projetos como o da Fendi, que bancou as reformas que devolveram o esplendor a muitas fontes famosas –incluindo a favorita dos turistas, a de Trevi– depois dos estragos da poluição e dos pombos, e da Bulgari, que está patrocinando o restauro da escadaria espanhola, no coração do bairro de compras mais chique da cidade.
O governo do Azerbaijão ajudou a restaurar parte do museu Campidoglio, e duas empresas bancaram o sistema de iluminação que fez do bulevar ao lado do fórum imperial um passeio noturno romântico.
A prefeitura quer agora que mecenas do século 21 ajudem a manter –com reformas estruturais ou ajustes superficiais– diversos outros pontos.
A lista de projetos apresentados, segundo a agência Associated Press, inclui fontes próximas ao Panteão, na praça Navona e no parque Villa Borghese, as termas e o fórum de Trajano, a escadaria do prédio da prefeitura, o Ludus Magnus (que foi a principal escola de gladiadores, próxima ao Coliseu) e a zona sacra do largo di Torre Argentina.
Os patrocínios também podem ajudar a reabrir para o turismo monumentos há muito fechados, como o mausoléu de Augusto.
Mas a agência AFP noticiou que Tronca reconheceu que o desafio maior é convencer moradores a contribuir financeiramente com reformas depois de a prefeitura estar envolvida em um escândalo que revelou corrupção generalizada na administração da cidade.
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