Cânions e rios são pontos altos das principais chapadas do Brasil
A abundância de água doce que brota da terra há milhões de anos molda cenários típicos das chapadas: grutas com salões subterrâneos, cavernas com água azulada e cânions cobertos pelo verde disputam o olhar do visitante com algumas das cachoeiras mais altas do país.
As chapadas são lugares para quem gosta de intimidade com a natureza, cruzando estradas de terra e areia ou caminhando sobre pedras às margens dos rios.
É para desbravar de olho em cada detalhe, tomar banho de água fresca, ir se embrenhando por entre os morros e, quem sabe, entregar-se à meditação ante a vista do alto da chapada.
Para desfrutar de tudo isso, o visitante vai precisar de alguma infraestrutura. Nas quatro chapadas percorridas pela reportagem da Folha, há pousadas confortáveis, restaurantes e serviços de guia.
No Centro-Oeste, a chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, e a chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás, são programas que atendem a essa demanda crescente.
No Nordeste, não pode faltar uma visita à chapada Diamantina (BA). A das Mesas, no extremo sul do Maranhão, começa a despontar no mapa do turismo nacional.
Elas estão em áreas de cerrado, caatinga, mata atlântica e campos rupestres. Todas pertencem a parques nacionais e dividem terreno com a expansão agrícola e pecuária. Não raro, são vítimas de queimadas criminosas e palco da caça predatória ilegal.
MISTICISMO
No coração da Bahia, está cravada a chapada Diamantina. A cada temporada, novas trilhas são traçadas para que se descubram seus poços e cachoeiras.
Muitos desses caminhos foram abertos por garimpeiros, caçadores e tropeiros no século 19, quando a região viveu um período de riqueza a partir da descoberta de jazidas de diamantes.
Após décadas de exploração, o ciclo se esgotou e o turismo de natureza floresceu.
Das quatro chapadas, é a que possui mais entradas, o que facilita o deslocamento em direção aos seus atrativos. Alcançá-los nem sempre demanda muita caminhada, mas, quando se pretende explorar os encantos da região, é melhor deixar a preguiça em casa.
Pertinho de Brasília, o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, criado em 1961, supera o rótulo de "ecoturístico". Isso porque um de seus acessos é a cidade de Alto Paraíso, um centro místico que atrai hippies, artistas e religiosos do mundo inteiro.
O Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, que herda o nome dos caçadores que por ali circulavam, está assentado sobre uma imensa placa de cristal de quartzo.
A presença de cristais e o fato de a região estar praticamente no mesmo paralelo da cidade sagrada de Machu Picchu, no Peru, ajudam a explicar a fama esotérica.
Devido à proximidade com Cuiabá, a chapada dos Guimarães acaba sendo um passeio de famílias da capital matogrossense. Muitos preferem esticar os pés na borda da piscina e, por nada deste mundo, pensam em arredá-los dali em busca das riquezas de uma região que é dona de valiosos sítios arqueológicos e da maior gruta de arenito do país.
Situada sobre uma das mais antigas placas tectônicas do planeta, a área já foi fundo de oceano há pelo menos 500 milhões de anos.
A mais "nova" chapada a ser explorada pelo turismo de natureza fica no extremo sul do Maranhão, na divisa com o Estado do Tocantins. Ali, seus platôs lembram o formato de mesas de pedra –daí o nome: chapada das Mesas.
Uma unidade de conservação nasceu em 2005 para proteger a fauna e a flora locais.
O Parque Nacional Chapada das Mesas esconde cerca de 90 cachoeiras e 400 nascentes de água em pleno cerrado, entre os municípios de Riachão, Estreito e Carolina. Este último oferece a melhor infraestrutura, embora o turismo ainda engatinhe nesse pedaço do Brasil.
O distanciamento de grandes centros urbanos e o acesso restrito de turistas, porém, ajudam a preservar trilhas selvagens, onde é possível avistar casais de araras-vermelhas em sobrevoo.
Ilustrações de Luciano Veronezi | ||
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Pacotes
R$ 1.255
Com passeios a cachoeiras e atrativos naturais no pacote, três noites na chapada Diamantina. Valor por pessoa, sem aéreo. Na Ambiental: ambiental.tur.br
R$ 1.522
Uma semana na chapada dos Guimarães, com aéreo incluso no pacote. Valor não conta com passeios pela região nem extras. Na Decolar.com
R$ 1.555
Preço por pessoa para roteiro de quatro noites na chapada dos Veadeiros, com passeios pela região inclusos no pacote. Sem aéreo. Na Cia Eco: ciaeco.tur.br
R$ 1.781
Três noites na chapada dos Veadeiros com regime de meia pensão. Inclui aéreo e passeios a cachoeiras. Na New Age: newage.tur.br
R$ 1.906,71
Sem aéreo, pacote de três noites para a chapada dos Guimarães. Inclui sistema "all-inclusive" de alimentação no Malai Manso Resort. Por pessoa. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br
R$ 2.177
Quatro noites na Chapada das Mesas, sem aéreo. Inclui passeios a cachoeiras e outros atrativos naturais. Por pessoa, em apartamento duplo. Na Venice Turismo: veniceturismo.com.br
R$ 2.563
Preço por pessoa para sete noites na chapada Diamantina, sem aéreo. Inclui traslados, passeios, café da manhã, três lanches, dois almoços e três jantares. Na Venturas Viagens: venturas.com.br
R$ 2.679
Valor por pessoa para três noites em pousada na chapada Diamantina. Inclui passeios pela região e aéreo saindo de São Paulo para Salvador. Na BWT: bwtoperadora.com.br
R$ 2.855
Com aéreo, pacote de quatro noites com visita à chapada dos Guimarães e hospedagem em hotel quatro estrelas. Inclui aéreo e aluguel de carro. Por casal, na Expedia: expedia.com.br
R$ 3.274
Com passeios a poços e cachoeiras no pacote, três noites na chapada Diamantina com aéreo saindo de São Paulo. Inclui guia local nas atividades. Por pessoa, na RCA: rcaturismo.com.br
R$ 3.400
Pacote de quatro noites na chapada das Mesas, com visita às atrações do parque nacional inclusa. Valor por pessoa, sem aéreo. Na Agaxtur: agaxtur.com.br
Livraria da Folha
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