Descrição de chapéu Nasa

Turistas viajam para Marte em simulador da Nasa

Kennedy Space Center, na Flórida, inaugura atração em que visitante vira astronauta por um dia

Sabine Righetti
Flórida

Quem vai ao Kennedy Space Center, o centro de visitantes da Nasa em Cabo Canaveral (a uma hora de Orlando, na Flórida), tem a oportunidade de vivenciar como é estar na pele de um astronauta e simular o dia de trabalho em uma base instalada em Marte.

As atrações começaram a operar plenamente em fevereiro. Na seção ATX (sigla em inglês para experiência de treinamento de astronauta), os visitantes podem reproduzir uma caminhada espacial —movimentos que o astronauta faz para consertar algo fora da estação.

Deitado em uma poltrona supersensível que se mexe com movimentos leves dos braços, o turista deve executar tarefas, entre elas desmontar um cabo ou prender uma peça no que seria o lado externo da estação.

As instruções vêm de outros participantes que, ao mesmo tempo, estão na simulação de comando da ATX. Os visitantes vão se alternando nas atividades de treinamento por cinco horas, com paradas para lanches.

EM MARTE

Na Mars Base 1, outra novidade do Kennedy Space Center, a aventura começa em uma simulação de viagem tripulada a Marte, algo ainda impossível hoje.

Uma série de atividades espera o público após a chegada ao planeta. Em um canto, um grupo comanda robozinhos para remover areia de Marte da parte de cima de painéis solares —um problema real que atrapalha a exploração do planeta pelo jipe-robô da Nasa, o Curiosity.

Em outra parte, há experimentos reais de crescimento de vegetais com diferentes tipos de luzes que substituem o sol. “São os mesmos experimentos feitos pela Nasa, só que em outras condições [sem o controle de um laboratório real]”, afirma a educadora responsável pela seção, Dee Maynard.

A atividade na Mars Base 1 leva sete horas e tem uma pausa para almoço com comida real de astronauta.

MÃO NA MASSA

As novas programações acontecem em até três seções por dia, com grupos de 24 pessoas cada uma. 
Como a experiência envolve mão na massa (uma tendência em centros desse tipo) e os participantes precisam se comunicar o tempo todo, o Kennedy Space Center pede um nível mínimo de fluência em inglês.

Em outras partes do centro, é possível circular muito bem sem ser expert na língua e também dá para participar de simulações.

Uma das mais concorridas, em 4D, é a de lançamento de ônibus espacial —espécie de avião da Nasa, usado para explorar o espaço, que decolava na vertical com a ajuda de um foguete. O último lançamento aconteceu em 2011, depois de 30 anos de missões.

O passe diário para as atrações principais do Kennedy Space Center sai por US$ 50 (cerca de R$ 160 por pessoa). 

Aficionados precisam de pelo menos dois dias para visitar o centro inteiro, ainda mais se tiverem interesse nas duas novas atrações, pagas à parte —US$ 150 (R$ 480) para Mars Base 1 e US$ 175 (R$ 560) para ATX.

Ultra-aficionados podem aproveitar até o horário das refeições para aprender um pouco mais. Por US$ 30 (cerca de R$ 100), é possível almoçar em grupo com um astronauta aposentado da Nasa que relata sua experiência, mostra vídeos e fotos pessoais —a repórter almoçou com Jerry Ross, que fez sete viagens em ônibus espaciais.

A jornalista viajou a convite do Kennedy Space Center

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