ONG dá apoio a famílias e vítimas de acidentes em viagens de lazer

Entidade Férias Vivas foi fundada por mãe que perdeu a filha após queda de cavalo em resort de Alagoas

Ana Luiza Tieghi
São Paulo

A ONG Férias Vivas cataloga acidentes que acontecem durante viagens, seja em hotéis, parques naturais, rios, praias ou parques de diversões, como o desta segunda-feira (16), no Beach Park, que resultou na morte do radialista Ricardo José Hilário Silva, 43.

Fundada em 2002 por Silvia Basile, que perdeu uma filha de 9 anos, morta após queda de um cavalo em um resort de Alagoas, a entidade dá orientação jurídica gratuita e apoio psicológico para vítimas e seus familiares, explica Aline Bammann, gestora institucional. 

Segundo os dados da Férias Vivas, em 2017 ocorreram ao menos 544 acidentes durante viagens de lazer no país, sendo que 303 deles resultaram em mortes.

Aline acredita que há subnotificação dos casos. Segundo ela, é comum a pessoa atingidas por tragédias em viagens não procurar seus direitos, até por falta de informação.

O Código de Defesa do Consumidor diz que “a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos” é direito de quem consome, assim como receber informação adequada sobre os riscos que os produtos e serviços apresentam.

Mas quem entra na Justiça por causa de acidente em viagem precisa estar pronto para uma longa espera. Aline diz a resolução pode levar dez anos.

“Frequentemente, as empresas adotam uma postura de descaso com as vítimas, dizendo que não foi culpa do monitor, que a própria vítima foi no lugar errado na hora errada”, diz.

Em nota, o Beach Park afirmou que está fornecendo suporte à família de Ricardo José Hilário da Silva e que  brinquedos, instrutores e salva-vidas são avaliados com frequência pela empresa. 

Para ajudar a evitar acidentes, Aline indica que os turistas façam antes de viajar uma pesquisa na internet para saber se a empresa que vai prestar serviço já teve problemas do tipo. 

“Sabemos que acidentes acontecem, isso não deve ser um limitador para os pais saírem com as crianças e se divertirem, mas temos que ficar atentos, inspecionar os brinquedos, ver se não estão enferrujados, se têm manutenção, e não ter receio de perguntar para o monitor qual preparo ele recebeu.”

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