Paraty pode ganhar título de Patrimônio Cultural e Natural da Unesco em 2019

Iphan faz campanha pela escolha da cidade durante Festa Literária Internacional

São Paulo

Paraty (RJ) pode se tornar o primeiro local no Brasil a ser reconhecido como Patrimônio Cultural e Natural pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

A candidatura da cidade, apoiada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo Ministério do Meio Ambiente, foi aceita em março pela organização.

Até o final do ano, Paraty vai receber especialistas ligados à Unesco que vão avaliar a área selecionada para a candidatura.

Além do centro histórico da cidade, que foi tombado em 1958 e tem arquitetura colonial portuguesa, a área para a candidatura abrange quatro espaços de proteção ambiental na região: Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Estadual da Ilha Grande, Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e Reserva Ecológica Estadual da Juatinga.

Segundo o Iphan, a região abriga comunidades tradicionais, como dos Quilombola, Guarani e Caiçara, que ainda mantêm o modo de vida e a cultura dos antepassados.

São 130 mil hectares de área de preservação, que também envolvem os municípios de Angra dos Reis (RJ), Ubatuba (SP), Cunha (SP), São José do Barreiro (SP) e Areais (SP).

A divulgação dos locais escolhidos como novos Patrimônios Mundiais da Unesco é esperada até julho de 2019, quando acontece a próxima reunião do Comitê do Patrimônio Mundial.

“Além de dar visibilidade internacional a esse destino brasileiro, o título cria um compromisso do país perante a comunidade mundial de proteger o sítio histórico e natural”, diz Marcelo Brito, diretor de Cooperação e Fomento do Iphan.

Mapa de litoral
Área de preservação de Paraty, que integra dossiê para candidatura a Patrimônio Cultural e Natural da Unesco - Iphan/Divulgação

Paraty é a cidade carioca com o maior índice de assassinatos, com uma média de 60,9 mortes a cada 100 mil habitantes —enquanto a média nacional é de 29,1, segundo o Mapa da Violência.

Mas Brito acredita que isso não vai afetar a escolha do local como Patrimônio Mundial. “A violência tem impacto sobre a atividade turística e no dia-a-dia de quem vive a cidade, mas do ponto de vista técnico, pode não representar uma ameaça direta à descaracterização do sítio cultural e natural.”

Durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontece até este domingo (29), o Iphan vai mostrar ao público o dossiê de candidatura apresentado à Unesco.

A Casa do Iphan fica na Praça Monsenhor Hélio Pires, e funciona das 10h às 22h.

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