Praia, gastronomia e baixo custo levam brasileiros à Cidade do Cabo

Beleza natural da costa e porto revitalizado fazem da região a mais turística do país

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Patrícia Figueiredo
Cidade do Cabo (África do Sul)

As atrações clássicas da Cidade do Cabo chamam a atenção do turista brasileiro não apenas pela beleza mas também pelos preços baixos. A conversão do rand sul-africano para o real é vantajosa e resulta em restaurantes, bares e passeios mais baratos do que a média em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.

Em 2017, 67 mil brasileiros visitaram a África do Sul, um crescimento de 74% em relação ao ano anterior. De acordo com o órgão de turismo local, a maioria deles passa pelo menos alguns dias na Cidade do Cabo, a mais turística do país.

Os ingressos para a entrada nos parques nacionais são um exemplo do baixo custo do turismo na cidade. Visitar o enorme Parque Nacional Cape Point, onde está o Cabo da Boa Esperança, custa 147 rands, cerca de R$ 40, e é programa para um dia inteiro. 

Foi bordejando esse cabo, ponto mais sudoeste do continente africano, que a caravela de Bartolomeu Dias encontrou o caminho para as Índias.

Mais ao sul está o cabo que dá nome ao parque, coroado por um farol de 1859 com vistas ainda mais extensas do que as do marco histórico. Nem o vento impetuoso atrapalha o visual da trilha que conecta os dois pontos, circundando uma praia de águas vorazes que leva o nome do navegador português.

A melhor rota do centro da cidade até o parque passa pela Chapman’s Peak Drive, uma estrada costeira cheia de mirantes e penhascos. A via é uma das poucas com pedágio nos arredores da cidade —a tarifa é de 42 rands, aproximadamente R$ 11.

Na ida é comum fazer uma parada também em Boulder’s Beach, praia do vilarejo de Simon’s Town, habitada por mais de 2.000 pinguins africanos. Para acessar as passarelas de madeira que deixam o visitante mais próximo da colônia paga-se 75 rands (R$ 20).

Uma das atrações turísticas de valor mais salgado na cidade é o bondinho para acessar o Parque Nacional da Table Mountain, que custa 293 rands, cerca de R$ 80. 

A cápsula de vidro transporta 65 pessoas a cada viagem e gira 360 graus, garantindo a todos os passageiros visões privilegiadas da montanha que é símbolo da Cidade do Cabo.

Outra opção é acessar a montanha por meio de uma bem sinalizada trilha de dificuldade média e de duração de duas horas. Lá no topo, passageiros do bondinho e caminhantes se encontram e podem fazer outras trilhas curtas que permitem observar todos os lados da montanha. 

Como o clima da Cidade do Cabo é imprevisível, é importante programar a visita para um dia de tempo firme, ensolarado e sem nuvens, já que qualquer sinal de neblina pode significar vistas totalmente obstruídas no topo da montanha.

Outro panorama popular —e gratuito— é o do Signal Hill, uma colina cujo topo pode ser acessado de carro. O lugar faz sucesso entre locais e turistas no pôr do sol, quando casais e turmas de amigos armam piqueniques com vinho ou cerveja, no verão.

A tríade de montanhas simbólicas da Cidade do Cabo termina com a Lion’s Head, cujo acesso é livre, embora reservado aos dispostos a encarar uma hora de trilha puxada, com trechos de escalada no final.

Mesmo as vizinhanças que abrigam a alta sociedade sul-africana têm opções de custo acessível após a conversão para real. É o caso de Camps Bay, a praia mais famosa da Cidade do Cabo, emoldurada por uma cadeia montanhosa chamada Doze Apóstolos. 

Ali, na orla, estão bares e cafés que enchem no verão. Apesar do clima de balada os preços ainda são acessíveis. Um almoço no terraço do La Belle Bistro, café e restaurante afrancesado de Camps Bay, custa a partir de R$ 35.

Vizinho de Camps Bay, Clifton é outro bairro cheio de casas e carros luxuosos. Ali a orla não está à vista de quem passa com pressa, como em Camps. É preciso vencer longas escadarias até chegar à areia e ao mar de águas congelantes.

Mais democráticos são os bairros que compõem o centro da Cidade do Cabo, ali chamado de CBD. Uma das vias mais movimentadas é a Long Street, onde se alinham hostels, bares e restaurantes populares entre mochileiros. 

O ponto mais agitado é o cruzamento com a Longmarket Street, que culmina numa praça onde acontece todos os dias uma feira de artesanato.

Perto dali, as casinhas de cores fortes na encosta do Signal Hill formam o Bo Kaap, bairro mais multicultural da cidade. 

Em meados do século 19, a população muçulmana da região do Cabo se fixou naquela área, construindo mesquitas e as tais casas coloridas. Hoje, o lugar tem hotéis e cafés, mas mantém sua memória viva no Bo Kaap Museum,na casa mais antiga do bairro.

Museu Zeitz abriga obras de artistas de 15 países africanos

Apesar de ser agraciada por uma geografia que cria baías, penínsulas e enseadas em sua costa, a Cidade do Cabo não restringe seus atrativos apenas às paisagens naturais. 

Novos restaurantes e, desde setembro de 2017, o primeiro grande museu de arte contemporânea do continente compõem o cenário que atrai cada vez mais turistas.

Instalado em um antigo silo de grãos que chegou a ser a edificação mais alta da África, o museu Zeitz Mocaa se espalha por seis andares. Ele faz parte de uma das últimas fases de desenvolvimento do V&A Waterfront, complexo que ocupa o antes degradado porto da cidade. O trecho mais recente é o chamado Silo District, que é todo organizado em torno do museu.

As galerias do Zeitz abrigam trabalhos de artistas de 15 países da África. Além das cem salas que se distribuem em torno de um vão livre, o prédio tem um restaurante no sexto andar de onde se avista boa parte do Silo District. 

O acesso ao museu custa 180 rands (R$ 50), exceto na primeira sexta-feira de cada mês, quando o preço cai à metade.

Apesar da posição privilegiada do museu, as melhores vistas estão no topo dos hotéis da área. O mais alto e luxuoso é o The Silo, onde um bar na cobertura descortina vistas do porto de um lado e da Table Mountain, símbolo da cidade, do outro. O acesso é restrito para hóspedes ou para visitantes com reserva. Os petiscos custam desde 100 rands, menos de R$ 30, e o lugar fica lotado no pôr do sol.

No topo do vizinho Radisson RED também há um bar perfeito para tardes de verão.

A chegada do museu impulsionou a abertura de restaurantes e bares nos arredores. Um dos mais populares é o The Yard, de estilo industrial e receitas indianas revisitadas. 

Perto dali, o Si! Cantina Sociale tem o mesmo estilo casual, mas com acento mexicano.

Além do distrito do museu, ainda em obras, o V&A Waterfront tem outras áreas com shoppings, empresas, hotéis, museus e mais de 80 restaurantes. Todos os distritos são conectados por pontes e calçadões sempre cheios de turistas que dão um clima permanente de férias ao complexo.

As obras de renovação começaram em 1989 e hoje o local é a atração turística mais frequentada do país, com 22 milhões de visitantes ao ano.

Um de seus carros-chefe é a roda gigante Cape Wheel, cujo ingresso custa 130 rands ou R$ 35) Com 40 metros de altura, o brinquedo tem cápsulas de vidro fechadas que protegem o turista dos ventos fortes que sopram do mar.

Também faz sucesso entre as crianças o aquário Two Oceans, que expõe a fauna marinha que só existe no encontro entre o Atlântico e o Índico. O preço da entrada varia conforme a idade: crianças de 4 a 13 anos pagam 85 rands (R$ 23), de 14 a 17, 130 rands (R$ 35), e adultos, 175 rands (R$ 48). 

Para os interessados em gastronomia, o melhor parque de diversões fica a poucos passos dali, no V&A Food Market. Nos quiosques que se espalham em dois pavimentos há desde refeições completas até quitutes. O biltong, petisco de carne seca que é símbolo da culinária sul-africana, é vendido por peso.

Reservado aos turistas de orçamento mais folgado, os passeios de helicóptero que percorrem a costa da Cidade do Cabo também estão no V&A Waterfront. Na Cape Town Helicopters há desde tours curtos, de 12 minutos, até rotas que alcançam as vinícolas fora da cidade. 

O porto é também a base para os passeios de barco que levam até a Robben Island. A ilha a sete quilômetros da costa abriga a prisão que, de 1961 a 1991, recebeu presos políticos durante o apartheid. Com sorte, dá para avistar golfinhos e baleias na lancha que leva até o antigo presídio. O pacote com traslado de barco e tour guiado sai por 360 rands (R$ 100) e precisa ser reservado pela internet.

 

PACOTES

R$ 2.579
6 noites na Cidade do Cabo, na Submarino Viagens
Valor por pessoa em quarto duplo. Sem café da manhã. Com passagem aérea

R$ 2.553
5 noites na Cidade do Cabo, na Top Brasil
Com café manhã, traslados e seguro viagem. Preço por pessoa em quarto duplo. Sem passagem aérea

R$ 2.564
6 noites na Cidade do Cabo, na Goldtrip
Inclui café da manhã, traslados e seguro viagem. Preço por pessoa em acomodação dupla. Sem passagem aérea

R$ 2.960
4 noites na Cidade do Cabo, na Expedia 
Hospedagem em quarto duplo. Preço por pessoa. Não inclui café da manhã. Com  passagem aérea

R$ 3.118 
6 noites na Cidade do Cabo, na CVC 
Valor por pessoa em quarto duplo. Sem café da manhã. Inclui passagem aérea

R$ 3.313
6 noites na Cidade do Cabo, na Maringá Lazer
Preço por pessoa em quarto duplo. Inclui dois dias de safári no parque Krugger. Com café da manhã, transfer e seguro viagem. Sem passagem aérea

R$ 3.658 
6 noites na Cidade do Cabo, na Pisa Trekking
Inclui safári de dois dias no Karongwe Shiduli Lodge. Com hospedagem em quarto duplo, traslados e seguro viagem. Preço por pessoa. Inclui apenas trecho aéreo interno

R$ 5.005
6 noites na Cidade do Cabo, na Highland Adventures 
Hospedagem em quarto duplo. Inclui café da manhã, safári e passeio ao Cabo da Boa Esperança. Valor por pessoa. Não inclui passagem aérea

R$ 5.164 
6 noites na Cidade do Cabo, na CVC
Com café da manhã. Valor por pessoa em quarto duplo. Inclui passagem aérea

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