Comida e balada compensam mar gelado no litoral de Santa Catarina

Balneário Camboriú é destaque da Costa Verde e Mar, região com atrações que independem do clima

Dante Ferrasoli
Balneário Camboriú (SC) e São Paulo

É difícil não associar o litoral de Santa Catarina às imagens do verão: cidades tomadas por turistas, praias lotadas, sol e surfe. Isso não significa, porém, que não valha a pena visitar a região fora dessa estação.

A reportagem passou uma semana em Balneário Camboriú, no litoral norte catarinense, em julho, e pôs os pés no mar uma única vez, só para constatar que, mesmo num dos poucos dias em que o sol apareceu, a temperatura da água tornava o banho inviável.

A cidade faz parte da chamada Costa Verde e Mar, que engloba Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Balneário Piçarras, Penha, Bombinhas, Porto Belo, Itapema, Ilhota e Navegantes.

Com cerca de 130 mil habitantes e recebendo quase 4 milhões de turistas por ano, Balneário Camboriú deve pouco aos grandes centros urbanos do país em opções de lazer e gastronomia. É possível ir a baladas similares às de São Paulo (inclusive no preço), fazer compras em shoppings e comer bem —em restaurantes de cozinhas variadas (mexicana, japonesa, italiana etc).

Uma atração para dias frios é o festival gastronômico Balneário Saboroso, que acontece todo mês de julho. Na edição deste ano, 33 restaurantes da cidade e das vizinhas Itajaí e Itapema serviram menus fechados a R$ 54,90.

Alguns deles, como o italiano Kombina Felice, ficam no Passeio San Miguel. O local, repleto de restaurantes com mesas a céu aberto e de aquecedores entre elas (no inverno), lembra Campos do Jordão (SP), mas a cidade catarinense não está a 1.600 metros de altitude, como a paulista, e sim ao nível do mar.

Para os mais aventureiros, também há a opção dos esportes radicais. Dentro do parque Unipraias, que liga via bondinhos as praias de Laranjeiras e Barra Sul, há uma tirolesa na qual o visitante desce 750 metros morro abaixo. 

Do outro lado da cidade, no Morro do Careca, há prática de parapente. Os voos, de 15 minutos, custam R$ 250. 

No quesito altura dos edifícios, Balneário Camboriú ganha das metrópoles brasileiras.

A cidade concentra um aglomerado de arranha-céus que lembra Miami ou Dubai. O Millenium Palace, com 46 andares e 177 metros de altura, é o prédio residencial mais alto do país, mas será logo superado por empreendimentos conterrâneos. 

O mais alto deles, Yachthouse, de alto padrão, será um complexo de duas torres com 81 andares e 274 metros de altura cada uma.  

Talvez pelo preço elevado dos apartamentos fiquem bem perto dali três árvores de dilênia, também conhecidas como árvores do dinheiro.

Elas estão numa praça em frente à Igreja de Santo Amaro, única construção colonial ainda de pé na cidade. 

Reza a lenda que os portugueses se aproveitavam de uma característica da espécie, a de que as extremidades de sua flor se fecham sobre si mesma para engendrar o fruto, para pôr ali patacões (moeda da época colonial) e atrair imigrantes, já que no Brasil haveria árvores de dinheiro. 

Quem quiser ver os edifícios de cima (ou quase, em alguns casos), pode subir até o Cristo Luz, réplica do Cristo Redentor que segura uma lanterna no braço esquerdo e fica sobre uma montanha.

No mesmo complexo em que há a estátua, existe um restaurante com vista panorâmica da cidade e um museu que conta a história do Cristo, inaugurado em 1997.

A 36 quilômetros de Balneário Camboriú, na cidade de Penha, fica o outro chamariz do turismo na Costa Verde e Mar: o Beto Carrero World, que no ano passado recebeu 2,1 milhões de pessoas. 

Inaugurado em 1991, o parque tem atrações variadas —de um zoológico a um recém-aberto show em parceria com a linha Hot Wheels, da Mattel, no qual pilotos fazem acrobacias com carros. 

Há ainda shows temáticos e atrações mais radicais, como montanhas-russas e a Big Tower, estrutura de cem metros de altura, da qual o visitante despenca em queda livre.

Ao norte do Beto Carrero, em Balneário Piçarras, fica o Museu Oceanográfico da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), maior do segmento na América Latina. Estão expostos ali milhares de fósseis animais marinhos conservados na forma natural e uma infinidade de conchas. O local funciona todos os dias, das 14h às 18h. Os ingressos custam R$ 30 e há meia entrada.

Outras cidades da Costa Verde e Mar também têm atrações fora de temporada. Em Bombinhas, o turismo já é bem disseminado no verão, especialmente por suas ondas, que atraem surfistas de toda parte. Em outras estações, uma opção é conhecer os engenhos remanescentes da localidade e aprender um pouco sobre a história local.

O litoral de Santa Catarina não tem colonização predominantemente alemã, mas açoriana. Eles chegaram à região no ano de 1748. Os germânicos se assentaram principalmente no interior do estado.

Maior município da Costa Verde e Mar, com quase 300 mil habitantes, Itajaí dá um ar mais industrial à região por ser sede de um dos portos mais importantes do país. 

Tem boas opções de restaurantes, como o Zephyr, de frutos do mar, que fica dentro de uma marina. Outras atrações que podem ser visitadas independentemente da temperatura são a bonita Igreja Matriz e o mercado municipal da cidade. 

O jornalista viajou a convite do Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau


PACOTES

R$ 669
4 noites, na Flot (flot.com.br)
Com café da manhã e tour cultural e de compras em Brusque e Blumenau. Valor por pessoa. Sem aéreo

R$775
Três noites, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br)
Com café da manhã. Preço por pessoa. Inclui passagem aérea

R$ 810
3 noites, na CVC (cvc.com.br)
Com café da manhã e traslados. Preço por pessoa. Inclui passagem aérea 

R$ 875
3 noites, na Fly Tour MMT (flytourmmt.com.br)
Com café da manhã, traslados, guias locais e seguro-viagem. Valor por pessoa. Inclui aéreo

R$ 965
Quatro noites, na Casa do Turista (casadoturista.com.br)
Com café da manhã, traslados, ingresso de dois dias para o Beto Carrero e transporte até o parque, passeio em Bombinhas e traslado para a Oktoberfest (sem ingresso). Preço por pessoa e válido para o mês de outubro (exceto feriados). Sem passagem aérea

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