É possível encontrar comida saudável em aeroportos? Pelo menos nos Estados Unidos, a resposta é sim.
Nos últimos anos, aeroportos em todo o país ampliaram a oferta de petiscos, refeições e bebidas saudáveis, para atender viajantes que querem manter uma dieta balanceada quando estão longe de casa.
“Viajar, mas continuar cuidando da saúde é um movimento que vem ganhando popularidade nesses ambientes”, disse Scott Elmore, vice-presidente de marketing e comunicações do Conselho Internacional de Aeroportos. “E a alimentação saudável é parte desse esforço.”
Boa parte dos avanços se deve às concessionárias que operam restaurantes e lojas. A HMSHost, por exemplo, presente em mais de 120 espaços no mundo, lançou uma iniciativa no começo deste ano, chamada “Coma Bem. Viaje Mais Longe”, em 11 aeroportos dos EUA, incluindo o de Newark (Nova Jersey), o de Nashville e o de Seattle-Tacoma.
O programa, criado em colaboração com nutricionistas, tem cinco opções de refeições com menos de 500 calorias, por exemplo, salada de lentilha e grão de bico com chips vegetarianos, além de petiscos (chips de couve e grão de bico torrado) e sucos verdes.
Segundo Atousa Ghoreichi, vice-presidente de marketing e comunicação da empresa, os produtos não contêm corantes e aromatizantes artificiais nem gorduras hidrogenadas. Eles estão à venda nas barracas e lojas da HSMHost.
A OTG, operadora de restaurantes presente em nove aeroportos no país, entre os quais o JFK, em Nova York, também entrou nesse mercado.
Nate Appleman, vice-presidente de culinária da empresa, disse que parte do motivo são os pedidos dos passageiros. “Nossos clientes podem deixar comentários sobre o que desejam em suas refeições. Um número cada vez maior diz que comida saborosa mais saudável é prioridade.”
O Cibo Express Gourmet Market, da OTG, presente em todos os espaços nos quais a companhia opera, tem sucos prensados a frio e sanduíches veganos, com baixo teor de sódio e pão sem glúten.
A empresa também inaugurou restaurantes cuja prioridade é a comida orgânica. O Gavi, no aeroporto internacional George Bush, em Houston, tem um menu de grãos que inclui uma mistura de quinoa branca, preta e vermelha, grão de bico, couve-flor, amêndoas e um espeto de frango grelhado.
Alguns aeroportos estão trabalhando por conta própria. Em 2010, o Dallas-Fort Worth, que abriga 110 pontos de alimentação, solicitou que cada um deles passasse a oferecer opções veganas, com baixo teor de sódio e poucas calorias. “A alimentação saudável é muito importante para nós”, disse o vice-presidente e concessões, Zenola Campbell.
Ele afirmou que esses esforços haviam sido confirmados por uma pesquisa conduzida pelo departamento de marketing do aeroporto, em 2016, na qual os passageiros foram convidados a expressar o que buscavam em sua experiência. “A resposta número um foi comida saudável.”
No O’Hare, de Chicago, foram inaugurados nos últimos anos ao menos 21 restaurantes que oferecem pratos com poucas calorias, veganos e sem glúten, segundo Karen Pride, diretora de relações com a mídia do aeroporto.
Chilly Ewing, diretor de relacionamento com concessionárias do Hartsfield-Jackson, em Atlanta, o mais movimentado do mundo em termos de tráfego de passageiros, afirmou que, quando examina propostas de empresas de alimentação, se interessa mais por aquelas que oferecem algumas opções saudáveis.
Agora que encontrar refeições saudáveis nos aeroportos é menos complicado do que costumava ser, os viajantes já não têm desculpa para não comer bem antes de uma viagem, disse Keri Glassman, nutricionista em Nova York.
“A velha mentalidade era —e com razão— a de que só se comia porcaria no aeroporto, mas as alternativas saudáveis se expandiram muito.”
De acordo com Brian Sumers, editor de negócios de aviação na Skift, companhia que faz pesquisas sobre o setor de viagens, a comida saudável do aeroporto de Los Angeles é um dos prazeres pelos quais ele aguarda quando viaja pelos Estados Unidos. “É fácil tomar a decisão de comer bem”, disse.
Tradução de Paulo Migliacci
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