Tecnologia ajuda a deixar banheiros de aeroportos mais limpos

Software monitora higiene de sanitário, aspecto mais importante na avaliação de passageiros, mostra pesquisa

Tablet em banheiro do Aeroporto Internacional Hatsfield-Jackson, de Atlanta (EUA), no qual os passageiros podem avaliar a limpeza do sanitário
Tablet em banheiro do Aeroporto Internacional Hatsfield-Jackson, de Atlanta (EUA), no qual os passageiros podem avaliar a limpeza do sanitário - Infax via The New York Times
Shivani Vora
Nova York | The New York Times

As companhias de aviação continuam a reduzir o tamanho dos banheiros em seus aviões, para abrir espaço a mais assentos na classe econômica, o que os torna praticamente inacessíveis para os passageiros altos ou com excesso de peso. Mas agora mais viajantes poderão buscar conforto em um lugar que antes costumavam evitar: os banheiros dos aeroportos.

Aqueles ­espaços precários e nada atraentes —com fechaduras enguiçadas nas cabines, máquinas de toalhas de papel vazias e assoalhos que sempre pareciam estar precisando de faxina— por muito tempo foram a última escolha para os passageiros frequentes.

Mas agora um número cada vez maior de aeroportos parece ter reconhecido que banheiros limpos são um aspecto importante das viagens e começaram a tomar medidas para melhorar as condições de suas instalações.

“Se você deseja propiciar uma experiência agradável no aeroporto, banheiros limpos são essenciais”, disse Dimitri Coll, diretor associado do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI, na sigla em inglês), a organização setorial dos aeroportos mundiais, que recentemente conduziu uma pesquisa entre viajantes que enfatizava a importância da limpeza dos aeroportos.

No alto, entrada do banheiro do Aeroporto Internacional Hatsfield-Jackson, de Atlanta (EUA), que pode ser avaliado pelos usuários
No alto, entrada do banheiro do Aeroporto Internacional Hatsfield-Jackson, de Atlanta (EUA), que pode ser avaliado pelos usuários - Infax via The New York Times

De acordo com o relatório “Qualidade de Serviço de Aeroportos: Limpeza de Aeroportos”, que foi publicado neste ano, a limpeza dos sanitários, combinada à do terminal em geral, afeta mais a avaliação dos passageiros do que qualquer outro fator de infraestrutura.

Sete aeroportos dos Estados Unidos —entre os quais o Internacional de Los Angeles, o Hatsfield-Jackson Internacional, de Atlanta, e o Aeroporto Intercontinental George Bush, em Houston— investiram em um novo sistema de software chamado Trax SmartRestroom, cujo objetivo é manter os banheiros mais limpos e ajudar a reduzir as filas, para uso mais eficiente dos lavatórios.

Tracy Davis, vice-presidente de vendas e desenvolvimento de negócios da Infax, uma das três empresas que colaboraram no desenvolvimento do software (as duas outras são a Avius e a Tooshlights) afirma que o sistema envolve múltiplos componentes e que os aeroportos podem escolher as partes dele que preferirem.

Primeiro, cada banheiro equipado com o SmartRestroom tem luzes sobre as porta das cabines, para indicar se elas estão em uso: luz verde quer dizer disponível, luz vermelha, ocupada. 

O software também tem um sensor de contagem na porta do banheiro que rastreia a entrada e a saída de usuários. 

Quando a circulação atinge um número predeterminado pelo sistema, um alerta é enviado ao supervisor da faxina, indicando que é hora de limpar o banheiro —depois de, digamos, 300 pessoas.

E o mais importante para os passageiros é que eles têm a opção de deixar comentários sobre suas visitas ao banheiro, em um tablet posicionado na saída. Quando o usuário faz uma queixa, o relatório é encaminhado ao supervisor dos serviços de limpeza, que pode enviar um empregado para resolver o problema o mais rápido possível.

Tracy Davis disse que os aeroportos investem entre US$ 25 mil (R$ 93 mil) e  US$ 250 mil (R$ 928 mil) no sistema SmartRestroom, a depender do nível de instalação.

Dois aeroportos na área de Washington —o Ronald Reagan e o Washington Dulles Internacional— estão oferecendo um novo aplicativo, chamado Inspection Assist, cujo objetivo é minimizar a probabilidade de que um viajante encontre o banheiro sujo.
 

The New York Times, tradução de Paulo Migliacci

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