Descrição de chapéu Destinos

Esquiador iniciante divide espaço com experiente em Park City, maior estação dos EUA

Metade das 348 pistas do complexo, em Utah, é voltada para quem está começando; neve fofa e seca da região ajuda os novatos na prática

Felipe Mortara
Park City (EUA)

É preciso muito fôlego e tempo para percorrer cada uma das 348 pistas de esqui de Park City, no estado de Utah (EUA).

Trata-se do maior conjunto de pistas do país, fruto da união, em 2016, da estação que leva o nome da cidade com o complexo de Canyons.

Os percursos entretêm iniciantes e esquiadores experientes --cada grupo fica com 50% das pistas.

O tipo de neve do local ajuda os novatos. Conhecida por ser uma das melhores do mundo para deslizar, a neve de Utah costuma se manter fofa e seca por mais tempo. Isso se dá por conta da salinidade do lago da capital, Salt Lake City, que impacta os padrões de chuva e evaporação da região.

Considerado um resort de inverno de fácil acesso, Park City fica a 50 quilômetros de carro do aeroporto de Salt Lake City, que, por sua vez, está a uma hora e 45 minutos de voo de Los Angeles ou duas horas e 45 minutos de Dallas, principais pontos de conexão para rotas direto do Brasil. 

Dentro da estação, há ônibus elétricos gratuitos entre Park City Base Area e Canyons Village, principais pontos de partida dos teleféricos. Essas duas zonas também têm centros com restaurantes e boa oferta de hospedagem.

Mirante na pista Kokopelli, em Canyon Village, na estação Park City
Mirante na pista Kokopelli, em Canyon Village, na estação Park City - Felipe Mortara/Folhapress

Em cima do esqui, as primeiras lições contemplam direcionamento, confiança e segurança. Antes de desfrutar do vento no rosto é preciso saber como se proteger e não colocar os outros em risco.

Há aulas coletivas para visitantes de todos os níveis (US$ 209 ou R$ 783, por meio período). Embora muito mais caras, aulas particulares (US$ 949 ou R$ 3.558, para o dia todo) podem ser mais objetivas para quem queira --e esteja apto a-- desbravar pistas mais complexas.

Único instrutor brasileiro em Park City, o santista Jones Puig, 34, ensina snowboard há dois anos na região. "O mais importante é achar boas pistas, equipamento correto e praticar bastante", diz.

Uma semana pode ser suficiente para explorar os 30 quilômetros quadrados de área esquiável da estação(ao todo, são 17 picos). Para isso, é preciso se planejar. Depois de se familiarizar com a área, vale estudar um mapa e elaborar uma estratégia de visitação --a tentação de voltar às pistas favoritas sempre surgirá.

Com a junção de Canyons e Park City, projeto do grupo Vail Resorts, o roteiro "Peak to Peak Guided Ski Experience" se tornou uma das grandes atrações da estação.

A ideia é conhecer o maior número possível de pistas, com a liderança de instrutores. Isso amplia o leque das aulas, tanto particulares quanto coletivas, e consegue reunir num mesmo grupo esquiadores e snowboarders com nível semelhante. O preço é idêntico ao de uma aula coletiva para iniciantes (US$ 209 ou R$ 783). Mas a experiência e as vistas são imbatíveis.

O período que vai do fim de janeiro à primeira semana de fevereiro é bom para esquiadores. Isso porque nessa época Park City recebe o Festival de Sundance, organizado pelo ator Robert Redford, desde 1984, e dedicado ao cinema alternativo. As salas ficam cheias, e as pistas, vazias.

Para quem quiser explorar a cidade, vale se concentrar na Main Street. A principal via local reúne lojas de suvenir, bares, restaurantes e galerias com fotos e telas de artistas da região.

Visitante pode andar de trenó e praticar ioga em cratera


Até o mais fissurado dos esquiadores pode se cansar de serpentear montanha abaixo na estação de Park City.

A cidade conta, para essas ocasiões, com um cardápio alternativo de atividades físicas. 

Grande ícone do Parque Olímpico de Inverno, que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002, a pista de bobsled atrai curiosos desde que o filme "Jamaica Abaixo de Zero" (1993) ajudou a apresentar o esporte ao mundo. 

A experiência se resume a descer no menor tempo possível uma pista de gelo de mil metros repleta de curvas, a mais de 120 km/h, a bordo de um trenó com capacidade para quatro pessoas.

Os ocupantes são submetidos a uma força até quatro vezes maior que a da gravidade. 

Considerando sua duração, --um piloto mais "lento" leva os passageiros até a linha de chegada em 50 segundos-- é um passeio caro (US$ 175 ou R$ 658 por pessoa).

Outro esporte de inverno que pode ser aprendido no Parque Olímpico é o curling, espécie de bocha no gelo. 

As aulas, que duram duas horas, devem ser agendadas no site utaholympiclegacy.org. O preço é US$ 15 (R$ 56) por pessoa.

Já a Park City Yoga Adventures oferece aulas de ioga sobre pranchas de stand up paddle (geralmente usadas com um remo) numa piscina de águas termais localizada no interior de uma cratera de calcário natural, a Homestead Crater. 

O local fica na área de Midway, a 30 minutos de carro de Park City. O preço individual é US$ 130 (R$ 488), para pelo menos duas pessoas. 

Até os mais experientes vão se molhar, mas tudo bem, já que a água do poço de 19 metros de profundidade mantém uma temperatura de 35°C durante o ano inteiro.

O fato de a luz entrar pela fenda circular no topo da Homestead, iluminando as águas azuis, também faz da cratera um ponto popular para a prática de mergulho com cilindro.

A Park City Yoga Adventures também organiza atividades na neve, como o snowshoeing, na cordilheira Wasatch, a 100 km de Park City.

Com raquetes de neve presas aos pés, os visitantes sobem uma colina, em meio a bosques, com neve fofa até as canelas. A caminhada pode durar até duas horas e é possível avistar veados e alces --há ursos na região, mas são mais raros. Dá para combinar a sessão de ioga com a caminhada (US$ 180 ou R$ 676 por pessoa), num total de três horas. As reservas podem ser feitas no site da empresa (parkcityyogaadventures.com).

Um pouco mais convencional, a estação de esqui de Park City tem na base do seu teleférico principal uma espécie de montanha-russa, a Alpine Coaster. Os trilhos ziguezagueiam por 1,2 km, entre pinheiros e encostas. Cada descida sai por US$ 25 ou R$ 94.

O repórter viajou a convite do grupo Vail Resorts

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.