Perca-se pelo labirinto de vielas medievais no centro de Gênova

Cidade italiana preserva arquitetura dos séculos 12 e 13 em mais de 60 palácios, igrejas e galerias

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Gênova (Itália)

Mapas são, ao mesmo tempo, seus melhores amigos e quase inúteis em Gênova. Mesmo com eles, você se perderá por seu labiríntico centro histórico, uma das maiores áreas de preservação da arquitetura medieval na Europa. Sem eles, porém, é bem difícil chegar do ponto A ao B e localizar os mais de 60 palácios da cidade.

Há ali igrejas e galerias abertas para visitação, mas boa parte das construções históricas é fechada. A graça é, justamente, passear a pé pelas vielas do centro, um museu a céu aberto, e aprender sobre o passado da cidade por meio de seus prédios. 

A cada esquina, placas contam a história genovesa, que inclui figuras como Cristóvão Colombo, Marco Polo e Giuseppe Garibaldi. Suas construções mais antigas datam do século 12, como a torre Embriaci, que leva o nome de um conquistador da época das cruzadas.

Não se deixe enganar pelo mapa: dois lugares podem parecer distantes no papel, mas só é preciso pegar ônibus, carro ou metrô para conhecer praias mais afastadas do centro. Em dois dias, é possível conhecer seus principais pontos com calma.

Localizada na região da Ligúria, a menos de duas horas de trem de Milão, no norte da Itália, Gênova era uma das cidades mais importantes para o comércio europeu nos séculos 12 e 13. Antiga potência marítima, foi berço de Colombo (1451-1506).

Uma pequena construção de pedra que supostamente foi sua casa é, aliás, um bom ponto de partida para conhecer o local. Nos arredores, ainda é possível ver, nas casas, a arquitetura da Idade Média e os restos da Porta Soprana, pela qual se adentrava a cidade quando era murada.

Da casa de Colombo, uma caminhada leva à praça de Ferrari, coração econômico de Gênova no século 19 e um dos lugares mais movimentados da cidade. Rodeada por prédios do governo e com uma fonte no meio, tem opções de café com mesas na calçada. 

Ali figura uma grande estátua de Garibaldi, integrante de um movimento que lutava por uma Itália republicana e parte de uma revolta em Gênova em 1834.  Condenado à morte na Itália, ele veio ao Brasil onde se aliou a Bento Gonçalves e participou da Revolução Farroupilha. 

Embora tenha sinais de wi-fi gratuito na praça, a internet não funciona nas ruas e é rara mesmo em restaurantes. (Baixe o mapa da cidade no celular para usar quando estiver offline. Será útil.)

A praça abre três caminhos: para o centro, o porto e as galerias. Quem quiser ver lojas de grifes e andar por largas avenidas cobertas que lembram cidades grandes europeias, pode seguir para a galeria Giuseppe Mazzini ou para a via XX Settembre.

O contraste é grande com o centro histórico, de ruas estreitas e lojinhas escondidas —algumas abertas há 200 anos—, que demanda mais tempo para ser explorado.

Tanto o passeio pelo porto quanto pelo centro podem ser iniciados pelo palácio Ducale, hoje um centro cultural. Com sorte, você encontrará na frente dele um mercado de rua, com barracas que vendem o famoso pesto genovês, pães, frutas e doces.

A praça desemboca na via San Lorenzo, onde há uma catedral de mesmo nome, listrada em branco e preto. Não é especialmente grande e, como boa parte dos outros prédios da cidade, impressiona mais por fora do que por dentro.

Nesse ponto é preciso escolher: seguir em frente e chegar ao mar, ou enveredar pelo labirinto medieval.
Pelo centro o conselho é: embrenhe-se pelas ruas onde circulam lambretas e aprecie a vista das casinhas de cor clara, com roupas secando penduradas nas janelas. Há pontos em que, de braços esticados, é quase possível encostar os dedos nas paredes.

Fora das vias arteriais pouca gente caminha, e bate pouco sol. Mas placas sinalizadoras, embora confusas, facilitam a localização e, invariavelmente, uma pracinha aparece num lugar inesperado.

Mesmo as menores das ruas escondem bons restaurantes, cafés, lojas e sorveterias —onde é difícil encontrar quem fale inglês. As pessoas, porém, são simpáticas e, com um pouco do italiano aprendido nas novelas de Benedito Ruy Barbosa e bastante mímica, é possível se comunicar. 

Já quem seguir em frente pela via San Lorenzo desembocará no Porto Antico. O clima ali é calmo: há pessoas sentadas em bancos literalmente a ver navios, tomando sorvete, caminhando pelo calçadão. 

Do Il Bigo, um elevador panorâmico 360º pode-se ver a cidade incrustada no morro. Trata-se de uma interpretação de um antigo guindaste do porto, usado para levantar cargas. Hoje, simboliza a renovação urbana na área portuária, realizada nos anos 1990.

Contornando o prédio Magazzini del Cotone, que abriga lojas e bares, tem-se uma bela vista do porto e do farol de Gênova, o mais alto do Mediterrâneo, construído em 1128.

É um passeio mais contemplativo, para aproveitar o clima de porto e observar as ruínas e os prédios históricos. Fica ali o palácio onde Marco Polo foi aprisionado durante a guerra entre Gênova e Veneza, de onde escreveu relato sobre sua viagem à China.

O porto abriga também aquele que é o maior aquário da Europa, com mais de 12 mil animais de 600 espécies.

O passeio a Il Bigo, que tem a vista do mar para a cidade, fica completo com uma visita ao Belvedere Luigi Montaldo, que dá a vista da cidade para o mar. Para chegar a ele, pega-se a via Garibaldi, patrimônio mundial da Unesco. 

A rua, uma das mais famosas de Gênova, é minúscula (são apenas 250 metros de comprimento e 8 de largura), mas abriga um palácio ao lado do outro. Antigas residências de famílias ricas, essas construções erguidas no século 16 abrigavam visitas importantes à cidade —quanto mais ilustre era o hóspede, melhor o palácio em que ficava. 

O lugar é tão estreito que é difícil contemplar os prédios —fotografar, então, é impossível. Mas, no palazzo Rosso, há uma sala multimídia, com entrada gratuita, que conta a história da rua e tem uma maquete dos edifícios.

Chega-se ao mirante Luigi Montaldo por um elevador ou por escadas que partem da via Garibaldi. Quem for a pé precisa ter pernas: você sobe o primeiro lance e há uma curva, que revela mais um lance de escadas. Isso se repete por muitas vezes, até você pensar que será impossível chegar ao fim (são mais de 370 degraus, fora as rampas).

Mas vale a subida: de lá o viajante avista o porto e a cidade incrustada nas montanhas. Uma luneta facilita a observação e há muitos bancos sob a sombra de árvores para o descanso depois do exercício. E, de volta à via Garibaldi, não faltam opções de sorvetes.

Pacotes

R$ 2.752
6 noites em Gênova, no Submarino (submarinoviagens.com.br)
Pacote com estada em quarto duplo sem café da manhã. Preço por pessoa. Inclui aéreo a partir de Guarulhos (SP)

R$ 4.329
6 noites em Gênova, na Maringá Turismo (maringalazer.com.br)
Viagem entre os dias 14 e 21 de fevereiro de 2019. Inclui hospedagem com café da manhã, seguro-viagem e passagem aérea a partir de Guarulhos (SP)

R$ 4.656
6 noites em Gênova, na CVC (cvc.com.br)
Estadia em quarto duplo sem café da manhã. Inclui aéreo a partir de Guarulhos (SP)

US$ 1.399 (R$ 5.176)
5 noites entre Gênova e Milão, na New Age (newage.tur.br)
Roteiro com três noites em Gênova e duas em Milão. Inclui hospedagem com café da manhã, passeios, traslados e seguro-viagem. Sem aéreo

R$ 5.335
2 noites em Gênova, na Top Brasil (topbrasiltur.com.br)
Pacote com hospedagem, sem café da manhã, e aéreo a partir de Guarulhos (SP)

R$ 16.470
13 noites de roteiro pela Itália, na Flytour MMT (flytour.com.br)
Roteiro que passa por Gênova, Milão, Veneza, Pisa, Florença e Roma, entre outras. Inclui estadia com café da manhã, guia, traslados e passeios. Com aéreo

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