Descrição de chapéu The New York Times

Porto Rico, Salvador e Senegal estão entre os melhores destinos para 2019

Jornal New York Times divulga lista com 52 lugares para visitar neste ano

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Nova York | The New York Times

Porto Rico encabeça, neste ano, a tradicional lista de melhores destinos divulgada pelo jornal The New York Times.

 
Segundo o diário, o critério "mudança" foi fundamental na escolha das cidades e países. A ilha, território dos EUA, representa justamente isso, já que tenta se recuperar dos estragos causados pela passagem do furacão Maria, em setembro de 2017.
 
Hampi (Índia), Santa Bárbara (EUA), Panamá e Munique (Alemanha) completam, nesta ordem, as cinco primeiras posições.

O Brasil volta a fazer parte da lista, depois de ao menos dois anos fora. Salvador ocupa o 14º lugar. Segundo o jornal, a antiga capital do país passa por um processo de revitalização, com novos museus, hotéis, sistema de metrô e aeroporto em expansão.

1. Porto Rico: depois do furacão devastador, uma ilha se recupera

O forte indestrutível El Morro, com seus extensos gramados, na entrada do porto de San Juan, capital de Porto Rico, é o local escolhido por locais para empinar pipas. E numa recente tarde ensolarada, como se esperava, um casal e seu filho pequeno tentavam pegar um vento ascendente para levar ao céu uma borboleta plástica com uma longa cauda.

Na rua Fortaleza, uma instalação artística de guarda-chuvas coloridos pairava sobre os pedestres, cenário para inúmeros selfies. Após uma rápida viagem de balsa da cidade velha até a destilaria de rum Bacardi, na cidade de Castaño, os visitantes apreciavam coquetéis em um pavilhão ao ar livre com teto em forma de um morcego voando.

Enquanto Porto Rico tenta voltar a ser o destino mais procurado no Caribe, depois da devastação causada pelo furacão Maria, em setembro de 2017, a uma curta distância dos hotéis caros à beira-mar, centenas de moradores ainda vivem sob tendas de lona, com sua pobreza evidente.

Os turistas não sabem que as fazendas de café levarão anos para se recuperar --e as florestas de manguezais vermelhos, décadas-- ou que os pescadores profissionais na cidade de Luquillo ainda não podem capturar seu volume habitual de lagostas, polvos e mexilhões. Depois que o rio Juan Martín saltou sobre os barrancos durante o furacão e ocupou a estrada de terra que leva à praia, disseram os pescadores, o acesso ficou tão difícil que eles precisam utilizar carros 4x4, ou não conseguirão tanto peixe.

Por que os turistas deveriam se preocupar com tudo isso? Férias no Caribe não são, por definição, uma escapada dos problemas da vida?

Mas na justaposição de seus dois mundos, o paraíso tropical versus a ilha em dificuldades, Porto Rico representa os muitos locais frágeis ao redor do mundo, neste momento: as ilhas que enfrentam uma futura elevação do nível do mar e climas extremos. Os pontos no Ártico onde o próprio inverno está ameaçado. As cidades onde uma combinação de mudança climática e mau planejamento resultou em devastação.

É por isso que Porto Rico ganhou o primeiro lugar em nossa lista anual de 52 lugares para se visitar neste ano. A ilha e os outros lindos locais ameaçados provocam uma pergunta urgente: devemos algo aos lugares que nos fazem felizes?

"Esse é o novo normal e as pessoas têm de adotá-lo", disse Martha Honey, diretora-executiva do Centro para Viagens Responsáveis, em Washington.

A tendência turística se inclinou mais nos últimos anos para consciência e sensibilidade --ecoturismo, turismo voluntário e agroturismo. A ideia de que, como visitantes, não devemos causar danos e devemos buscar experiências autênticas que nos façam mergulhar na cultura local. Talvez não fosse tão difícil redefinir a relação entre os que viajam a passeio e seus destinos de sonho.

Viajar mais conscientemente não é tão difícil, segundo especialistas como Honey. Um pequeno passo seria levar em conta as realidades do lugar e então incorporá-las em itinerários e gastos mais dirigidos --sair do resort, promover empresas locais, recompensar os hotéis mais distantes do mar com uma estadia.

Se os turistas fizessem o que porto-riquenhos fazem quando passeiam, comeriam leitão assado em Guavate, ao sul de San Juan, ou frutos do mar na cidade de Salinas, ao sul, ou percorreriam as montanhas parando em restaurantes e barracas de estrada (chinchorreo).

Muitos descobrirão que esse novo modo de viajar pode levar a férias melhores, porque ajuda a construir uma conexão com o lugar, disse Honey.

As operadoras de turismo dizem que os que viajam nesta temporada para Porto Rico e outras ilhas danificadas pelo furacão Maria tendem a ser "frequentadores fiéis", que voltam ao que eles já adoram. Depois de uma queda passageira, disse Jack Richards, presidente da Pleasant Holidays em Los Angeles, que organiza viagens a 23 ilhas do Caribe, as reservas começaram a aumentar em junho passado e "o turismo no Caribe voltou com força agora".

"Todo mundo entende que a melhor maneira de ajudar Porto Rico é ir para lá e animar a economia local", disse ele.

Organizações que ajudam os turistas a combinar passeios com trabalho voluntário, como a Para La Naturaleza, que trabalha em reflorestamento, estão relatando maior demanda. Hoje há mais oportunidades de ajudar. Tendo sobrevivido ao pior do furacão basicamente por conta própria, pois a reação do governo vacilou, a autoconfiança dos moradores, ou as iniciativas de "autogestão" se aceleraram, com muitas comunidades organizando e recebendo ajuda para instalar iluminação solar, plantar árvores nativas, limpar trilhas e lançar projetos de reconstrução.

Mas apenas sair de San Juan para espalhar mais a receita do turismo já pode ser suficiente. A recém-formada organização de marketing de Porto Rico, Discover Puerto Rico, está chamando a atenção para atrações mais distantes, porque, segundo as autoridades, cerca de 77 mil empregos no turismo dependem delas.

Outro grupo, a Coalizão para o Corredor Ecológico do Nordeste, trabalha em planos de uma nova trilha que ligaria El Yunque, a floresta tropical no interior, ao litoral, entre as cidades de Luquillo e Fajardo. Cristóbal Jiménez, o presidente do grupo, disse que o corredor está destinado a ser uma grande atração ecoturística, pois abriga os ninhos da tartaruga-de-couro e mais de 800 espécies de plantas e animais.

Eles estão mostrando sua resistência, assim como os 3,2 milhões de habitantes deste território americano.

2. Hampi (Índia): um antigo complexo arqueológico se torna mais acessível

No auge do império Vijayanagar, no século 16, Hampi prosperou como uma das maiores e mais ricas cidades do mundo. Seu legado arquitetônico sobrevive no estado de Karnataka, no sudoeste da Índia, com mais de mil monumentos de pedra bem preservados, incluindo templos hindus, fortes e palácios.

Espalhado por 25 quilômetros perto das margens do rio Tungabhadra, e cercado por um mar de rochedos de granito, o sítio do Patrimônio Mundial da Unesco era famoso pela dificuldade de se chegar lá, até hoje.

A TruJet inaugurou recentemente voos diários diretos de Hyderabad e Bangalore a Ballari, que fica a 40 quilômetros de Hampi. Os viajantes podem se hospedar no recém-reformado Evolve Back Kamalpura Palace ou no novo Kishkinda Camp, da Ultimate Travelling Camp, que inaugurou dez tendas em dezembro. As agências Black Tomato e Remote Lands oferecem passeios pela região, de excursões arqueológicas guiadas e escaladas em rochas a descidas de rio em barcos de cesta.

3. Santa Barbara (Califórnia):  a Riviera americana virou um paraíso chique de comidas e vinhos

Muito conhecida por atrair estrelas de cinema e milionários a seus resorts, Santa Barbara é hoje um ímã gourmet. O aclamado chef de Melbourne e Manhattan Jesse Singh supervisiona o Bibi Ji, restaurante indiano refinado --experimente o uni biryani--com uma carta de vinhos curada pelo famoso sommelier Rajat Parr.

O participante do "Top Chef" Phillip Frankland Lee preside o Monarch, um elegante restaurante californiano, e o Chaplin's Martini Bar. Ele vai abrir o Silver Bough, um local de degustação com dez lugares, em janeiro. O hotel Santa Barbara Inn oferece pratos finos italianos e vista para o mar. 

Ali perto, no Tyger Tyger, Daniel Palaima, veterano das cozinhas do chef Grant Achatz, de Chicago, serve delícias do Sudeste Asiático. (Experimente o sorvete de pimenta suave de Szechuan no Monkeyshine para terminar a noite.) A cidade tem mais de 30 locais para degustar vinhos que não são como seus primos mais formais ao norte. O Frequency e o Melville apresentam mobiliário moderno e playlists prontas para festa; o vinil comanda no Sanguis, um bar de vinhos dirigido por bateristas.

4. Panamá: novos resorts ecológicos abrem na costa do Pacífico

Dois novos resorts em ilhas no Pacífico estão ampliando a atração da costa oeste do Panamá, não longe da reserva marinha em torno de Isla Coiba.

A Cayuga Hospitality abriu recentemente o Isla Palenque, no golfo de Chiriqui, com oito pequenas acomodações e uma villa em uma ilha de 160 hectares. Além de oferecer acesso a sete praias, caiaques nos manguezais e observação de baleias, o resort planta parte de sua comida, tem móveis feitos de árvores caídas e mantém uma política livre de plásticos, inclusive substituindo canudinhos por brotos de mamão.

No golfo de Chiriqui, o Islas Secas Reserve & Panama Lodge abrirá neste mês em um arquipélago de 14 ilhas. A pousada de nove bangalôs com energia solar vai oferecer pesca esportiva e mergulho, e fará compostagem de alimentos e reciclará água para irrigação. Uma propriedade Ritz-Carlton Reserve também está em construção nas ilhas Pearl.

5. Munique (Alemanha): teatro, arte, ópera. O que mais você quer?

No que se refere a viagens culturais, é difícil superar Munique, a capital da região da Baviera, na Alemanha.

Seus teatros são considerados dos mais criativos e ambiciosos da Europa, com suas duas principais companhias, o Münchner Kammerspiele e o Residenztheater (a segunda entra agora em seu último ano sob a direção do aclamado diretor artístico Martin Kusej) totalizando mais de 30 estreias entre janeiro e maio de 2019.

E seus museus são decididamente de primeira classe, especialmente desde a reforma e reinauguração do Lenbachhaus, em 2017, com sua coleção incomparável de artistas alemães da escola Blaue Reiter (o cavaleiro azul). Mas talvez o melhor argumento para visitar Munique hoje seja a Ópera Estatal da Baviera, que surgiu como uma das mais interessantes da União Europeia. O motivo? Nas palavras de um crítico de música clássica de The New York Times, "o milagre de Kirill Petrenko".

Petrenko tem só mais dois anos de contrato como diretor musical da ópera. Neste verão, ele conduzirá uma nova produção de "Salomé" de Richard Strauss, com a primeira apresentação em 27 de junho.

6. Eilat (Israel): um novo paraíso acessível no mar Vermelho

Sob as águas cristalinas desta cidade no mar Vermelho, na ponta sul de Israel, há um recife de coral com centenas de variedades de peixes néon, tubarões e arraias.

Para chegar lá, os visitantes costumavam ter de pegar um voo fretado de Tel Aviv ou enfrentar a estrada empoeirada pelo deserto de Negev. Mas, com a abertura no início deste ano do aeroporto de Ramon, no vale de Timna, capaz de lidar com quatro milhões de passageiros em trânsito internacional por ano, o mundo finalmente terá uma rota direta sem escalas de Munique e Frankfurt pela Lufthansa, e companhias de baixas tarifas voando de Praga, Londres e toda a Europa.

Novos hotéis, incluindo o luxuoso Six Senses Shaharut, que abrirá a tempo para a etapa do concurso musical Eurovision 2019 em Israel, estão prontos para as multidões.

7. Setouchi, Japão: arte e natureza se harmonizam no mar interior do Japão

A região de Setouchi, que inclui as ilhas do mar interior de Seto e áreas costeiras, abrigará a Trienal de Setouchi 2019, uma importante feira de arte realizada em três etapas sazonais.

Uma hora ao sul das "ilhas da arte" via ferryboat ou pelo trem-bala Shinkansen, o museu Memorial da Paz de Hiroshima reabre nesta primavera depois de oito anos de reforma. Setouchi também tenta atrair uma nova safra de ciclistas, com novas trilhas e o ferry Shimanami, exclusivo para bicicletas, que estreou em outubro, ligando a ilha principal do Japão, Honshu, à ilha menos visitada da região de Shikoku.

Para os que buscam formas de transporte mais refinadas, em 2017 houve a viagem inaugural do navio de cruzeiro Guntu, com 19 quartos revestidos de madeira.

Em 2019, a Setouchi Sea Planes, única companhia de hidroaviões do Japão, expandirá seus voos cênicos para várias ilhas e cidades menores. E uma startup japonesa, a Ale, lançou o Shooting Star Challenge, um microssatélite que criará a primeira chuva de meteoros artificial do mundo, visando encher o céu de Setouchi na primavera de 2020, um teste do show high tech da Olimpíada de 2020 em Tóquio.

8. Aalborg (Dinamarca): arquitetura revitaliza o litoral

Casa de concertos Musikkens Hus, em Aalborg, na Dinamarca
Casa de concertos Musikkens Hus, em Aalborg, na Dinamarca - Andreas Meichsner/The New York Times

Longos barcos vikings antes cortavam o fiorde de Aalborg, na Dinamarca. Hoje, a cidade está transformando seu bem natural mais conhecido em obra de arte.

Prédios inovadores surgiram nas praias de Aalborg, incluindo o Utzon Center, projetado por Jorn Utzon, arquiteto da Ópera de Sydney --veja sua nova série de exposições sobre arquitetos nórdicos, a primeira vai até maio.

A sala de concertos curvilínea Musikkens Hus foi recentemente seguida pelo vibrante mercado de comida na rua de Aalborge, pela ponte da Cultura, para pedestres e ciclistas e pelo ondulante parque Vestre Fjordpark, com piscina ao ar livre que se junta com o mar.

A pioneira Nordkraft, uma usina de energia que se transformou em polo cultural, está comemorando o décimo aniversário com eventos especiais em setembro. A histórica destilaria Aalborg Akvavit está sendo transformada em um novo bairro criativo nos próximos dois anos, que contará com uma enorme escultura de vidro poligonal do artista argentino Tomás Saraceno, o complexo Harbour Gate, do arquiteto superstar dinamarquês Bjarke Ingels, um hotel e mais.

9. Açores (Portugal): o Caribe chega ao meio do Atlântico

No agitado oceano Atlântico, a quatro horas de voo dos Estados Unidos, as ilhas vulcânicas subtropicais dos Açores, com sítios do Patrimônio Mundial da Unesco, guardam descobertas.

A vegetação, crateras vulcânicas enormes transformadas em lagos, fontes quentes naturais que soltam vapor da terra, milhares de hortênsias azuis e os únicos plantadores de café na Europa distinguem a cadeia de ilhas.

Novos restaurantes, em Ponta Delgada, incluem Casa do Abel, o Otaka, de influência japonesa, e o Tasquinha Vieira, especializado em cozinha orgânica local. Entre os novos hotéis estão o Lava Homes, na ilha de Pico, e o Grand Hotel Açores Atlântico, que abrirá em julho. A TAP Portugal oferece voos dos Estados Unidos, com escalas grátis em Lisboa, e a Delta acrescentou voos diretos de Nova York a Ponta Delgada.

10. Cavernas de gelo de Ontário (Canadá): veja-as agora, porque a mudança climática é uma ameaça

As cavernas de gelo que surgem dos ventos e ondas que batem na margem norte do lago Superior sempre foram um tanto efêmeras. Mas a mudança climática trouxe um elemento de dúvida para seu futuro.

Por enquanto, as cavernas ocorrem naturalmente, sobretudo na linha costeira perto de Sault Ste. Marie, em Ontário, uma cidade siderúrgica do outro lado da fronteira de uma cidade do estado de Michigan (EUA) com o mesmo nome.

Feitas de neve e gelo, as formações variam de tamanho, forma e cor. Grandes ondas são o seu ingrediente essencial. O vento, mudanças no gelo e os efeitos do sol refazem constantemente o fenômeno.

Fevereiro é o mês mais confiável para visitá-las. Chegar a elas exige dirigir por uma das partes mais bonitas da rodovia Trans-Canadá. Alona Bay e Coppermine Point são dois dos destinos mais procurados. A equipe do Stokely Creek Lodge, um resort de esqui perto de Sault, sabe onde elas se formam.

11. Zadar (Croácia): pôr do sol incomparável, um "órgão marinho" e ilhas sem fim

Depois que a seleção da Croácia chamou a atenção na Copa do Mundo no ano passado --seu capitão, Luka Modric, fez jogadas especialmente inspiradoras--, os torcedores de futebol acionaram suas máquinas de busca e aprenderam que Modric vem de Zadar, uma bela cidade na costa da Dalmácia.

Zadar é muitas vezes ignorada quando visitantes pulam da Ístria, no norte, para Split e Hvar e depois para Dubrovnik. Mas isso está prestes a mudar, especialmente com a Ryanair acrescentando voos regulares partindo de Praga, Hamburgo, Colônia e Nuremberg, a partir desta primavera.

Além do centro medieval de Zadar, o passeio à beira-mar da cidade e o "órgão marinho" que faz música, criado pelo arquiteto Nikola Basic, são as grandes atrações. O pôr do sol foi suficiente para encantar o cineasta Alfred Hitchcock, que visitou a cidade em 1964.

Zadar também é um portal para uma série de ilhas, como Dugi Otok; uma viagem de um hora e 20 minutos de ferry leva os visitantes ao local, pouco povoado e com praias e bares tranquilos. Buscando águas limpas? Vá à ilha de Pasman, onde as correntes mudam muito, o que torna as águas ao redor dela das mais limpas do Adriático.

12. Williamsburg, Virgínia (EUA): o berço da democracia americana se reflete no passado

Em 1619, a área que inclui o assentamento Jamestown, Williamsburg e Yorktown abrigou alguns dos eventos mais significativos da história dos Estados Unidos: a chegada oficial dos primeiros escravos africanos à América do Norte; a reunião da primeira assembleia de deputados da América e a primeira proclamação registrada de Ação de Graças no Novo Mundo.

A região irá comemorar o 400º aniversário desses eventos durante o ano todo, com destaque para exposição "Tenacidade", no assentamento de Jamestown, que reconhece as contribuições de mulheres durante a era colonial, juntamente com uma exposição com foco em arqueologia.

O Colonial Williamsburg, um amplo museu de história, dará aos visitantes uma prova da vida no século 18, juntamente com o museu da Revolução Americana reorganizado em Yorktown. Para os que buscam emoções, Busch Gardens Williamsburg, o parque de diversões com temática europeia, vai inaugurar um novo brinquedo, enquanto o Water Country USA vai ganhar a primeira montanha-russa aquática híbrida do estado. 

13. Las Vegas: a cidade do pecado aposta na alta cultura

Claro, ainda há as máquinas caça-níqueis, os clubes de striptease e churrascarias aos montes, mas outras opções culturais no playground dos Estados Unidos são abundantes.

O novo Park MGM abriga residências de duas lendas da música durante 2019: Lady Gaga, fazendo um show de seus sucessos pop e outro de clássicos americanos e, a partir de abril, Aerosmith.

O Wynn acrescentou recentemente jazz ao vivo, no estilo Dixieland, a seu almoço à beira do lago (artificial); também oferece aulas de culinária. Ali perto, o Venetian estreou três bares de drinques artesanais, o Dorsey, o Rosina e o Electra, onde os clientes podem realmente se sentar e conversar.

No centro, o festival Life Is Beautiful, que reúne uma série de músicos e artistas todos os outonos, entra em seu sétimo ano; os astros de 2018 incluíram Weeknd e Florence and the Machine.

14. Salvador (Brasil): a primeira capital do país ganha uma renovação

Depois de completar uma iniciativa de preservação de cinco anos para salvar sua nomeção pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, Salvador, com suas fachadas coloniais com cores de sorvete, ruas de paralelepípedos e praias, está brilhando.

Erguendo-se pelo litoral da Bahia, no Nordeste do Brasil, o bairro histórico no centro da cidade vibra com a cultura afro-brasileira, de apresentações gratuitas de grupos de samba e tambores a música clássica e capoeira.

Os visitantes também podem encontrar a história de Salvador exposta na nova Casa do Carnaval e, a partir de 2020, no Museu da Música, ou ver um show ao vivo no Centro de Convenções de Salvador, que será inaugurado neste ano.

O Fera Palace Hotel, uma pérola art decó reformada, e o recém-criado Fasano Salvador, no prédio de um antigo jornal dos anos 1930, têm vista para a baía de Todos os Santos, que em novembro verá a chegada da Regata Internacional Transatlântica Jacques Vabre, uma corrida de 7 mil quilômetros pela histórica rota de comércio de café entre a França e o Brasil.

A recém-construída linha de metrô em Salvador liga convenientemente o centro da cidade ao aeroporto internacional em expansão, onde a Latam tem voos diretos semanais de Miami. 

15. Danang (Vietnã): um lugar para quem gosta de comer e de praia

Danang, a terceira maior cidade do Vietnã, é conhecida como um portal para a cidade próxima de Hoi An, sítio do Patrimônio Histórico da Unesco.

Mas ela está começando a desenvolver uma reputação de ser a Miami do Vietnã, com uma forte cena gastronômica e novos hotéis e resorts que surgem numa faixa de praia de 9 quilômetros, incluindo o InterContinental Danang Sun Peninsula Resort, com sua baía particular e mansões no morro com piscinas individuais.

Um dia típico pode começar com umas braçadas de manhã na praia de Non Nuoc e talvez uma parada rápida no mercado Han. Depois, uma visita à tarde às montanhas de Mármore, onde os viajantes podem explorar os templos que dão para a praia My Khe e, mais tarde, jantar na cidade, talvez no Nén, um novo restaurante do muito seguido blogueiro de culinária Summer Le.

Talvez, terminar o dia com uma visita à fotogênica ponte Cau Rong Dragon nos morros acima da cidade, que é iluminada todas as noites. Não vá embora sem provar uma tigela de mi quang, a famosa sopa de macarrão feita com caldo de cúrcuma, frango, porco, frutos do mar e repolho picado, vendida por US$ 1 (R$ 3,71) em qualquer das várias barracas de comida na rua.

16. Costalegre (México): férias na praia sem a multidão

Costalegre é um trecho que inclui 43 praias, cabos e baías quase despovoados ao longo da costa do Pacífico do México, mais ou menos na metade do caminho entre os destinos mais conhecidos de Puerto Vallarta e Manzanillo, além de Punta Mina e o paraíso dos surfistas em Sayulita.

Um fator que afasta as multidões é a dificuldade de acesso. Até agora, o aeroporto mais próximo ficava a mais de duas horas de carro, em Puerto Vallarta. Mas isso vai mudar com a planejada inauguração do aeroporto de Chalacatepec, no segundo semestre deste ano, que reduzirá o tempo de viagem em mais da metade.

E uma série de hotéis de luxo está chegando --inclusive dez do grupo AMResorts, que abrirão na área nos próximos dois anos. Por enquanto, a melhor opção de luxo é o Las Alamandas Resort, montado numa reserva natural de 600 hectares, com apenas 16 suítes e sete pequenas acomodações coloridas, assim como dois restaurantes, um spa e uma grande piscina. Hotéis menores e até bangalôs perto das praias podem ser alugados.

17. Trilha de Paparoa (Nova Zelândia): uma nova rota na natureza explora um parque nacional distante

Os entusiastas da vida ao ar livre podem rumar para a Nova Zelândia, a partir de outubro, para percorrer a primeira trilha Great Walk aberta em mais de 25 anos.

Acompanhando o rio Pororari ao longo da costa oeste do país, a trilha Paparoa serpenteia pelo Parque Nacional Paparoa, uma reserva quase inacessível até agora. Construída pelo Departamento de Conservação para caminhadas e ciclistas, o percurso de 55 quilômetros (a pé, leva em três dias; de bicicleta, em dois) parte de uma cidade mineira histórica e atravessa gargantas de calcário, florestas na praia e penhascos de areia.

Por uma pequena taxa, os viajantes podem passar a noite em duas novas cabanas com 20 beliches com vista para os Alpes do Sul e o mar de Tasman. A trilha memorial Pike29, que homenageia as vítimas da tragédia do rio Pike em 2010, corta a estrada. Reservas podem ser feitas no site do Departamento de Conservação; as trilhas são gratuitas e não é necessário autorização.

18. Puglia (Itália): arquitetura barroca e praias do Adriático

As antigas casas de fazenda fortificadas, chamadas masserieencontradas somente na região de Puglia, são cada vez mais transformadas em hotéis-boutique, mais notadamente a Masseria Torre Maizza de Rocco Forte e o Castello di Ugento, do século 17, onde os hóspedes podem ter aulas de cozinha no Centro Culinário da Puglia.

E a cultura de cultivo da uva de mil anos da região, que começou quando os gregos plantaram vinhas de sua terra depois de atravessar o Adriático, está atraindo mais enófilos ao lugar, incluindo os donos do restaurante de Londres Bocca di Lupo, que recentemente compraram uma propriedade de 240 hectares em Salento chamada Tormaresca, onde são oferecidas degustações. (Você também pode jantar em seu novo restaurante na cidade de Lecce.)

Puglia também é o lar do espaço europeu da Virgin Galactic, que deverá ser inaugurado neste ano, com a promessa de um dia enviar passageiros para o espaço. Não admira que o novo cruzeiro italiano da Abercrombie & Kent inclua a região e o Parque Nacional Gargano. E os voos hoje também são mais fáceis --Transavia e a EasyJet acrescentaram rotas para 2019 e a nova Air Italy voa de Nova York, via Milão, todos os dias.

19. Montanhas Tatra (Eslováquia): Esqui fora das redes, escalada de rochas e mais

Enquanto a maioria dos visitantes se concentra na capital da Eslováquia, Bratislava, as enormes montanhas Tatra surgiram como um destino fora do radar para esquiar e outras atividades ao ar livre, com novos teleféricos nas áreas de esqui de Bachledka e Jasna; pistas planejadas em Mlynicka Dolina; e novas cadeiras suspensas em Oravska Lesna na cadeia próxima de Fatra, a noroeste. Há ainda trilhas para caminhadas, escalada, mountain bike e pesca.

Além das montanhas, Kosice, uma capital regional, oferece arte de rua colorida e muitos cafés e restaurantes, graças a suas três universidades. Planeje postar muitas fotos, pois você vai encontrar arquitetura original em toda a região, assim como prédios barrocos perfeitamente preservados.

20. Calgary (Canadá): biblioteca espetacular revitaliza bairro deteriorado

A nova Biblioteca Central de Calgary, obra do escritório de arquitetura Snohetta, não é um mero destino de design, com visitas diárias, mas a porta de entrada para uma passagem em forma de arco revestida de cedro que liga o centro da cidade ao florescente East Village, bairro em processo de revitalização na confluência dos rios Bow e Elbow.

Calgary foi fundada em 1875 na área do East Village, onde um forte foi erguido para restringir o crescente comércio de uísque, mas a área sofreu 70 anos de abandono até que a Calgary Municipal Land Corp., criada em 2007, começou a transformá-la com parques, atrações e novos edifícios. A biblioteca de quase 23 mil metros quadrados, com espaço para eventos, café, área de diversões para crianças e esculturas eletromagnéticas de Christian Moeller, na parte externa, é vizinha do Studio Bell, que abriga o National Music Center, museu e espaço cultural, e fica próxima do recém-inagurado Alt Hotel. O espaço multiuso M2 promete, ainda para este ano, mais lojas e restaurantes à margem do rio Bow.

21. Ilha de Olkhon (Rússia): uma beleza natural resiste às ameaças do desenvolvimento

O lago Baikal, na Sibéria, é o mais profundo do mundo, penetrando a crosta da Terra em 1.600 metros. Abriga quase 20% da água potável descongelada do planeta e é tão abundante em vida selvagem --ursos, raposas, zibelinas (cujas peles são valorizadas)  e as raras e ameaçadas focas de água doce-- que a Unesco o denominou “Galápagos da Rússia”.

Durante muitos anos os animais e também o próprio lago sofreram agressões da indiferente política industrial soviética, das mudanças climáticas e o do atual e crescente turismo, especialmente da China.

Ainda assim, grande parte permanece preservada graças aos ativistas que atuam para mantê-lo assim. A ilha de Olkhon, a maior do Baikal, que os budistas consideram um dos locais sagrados da Ásia, é uma base de excursões muito popular durante o ano todo, até mesmo entre dezembro e abril ou maio, quando a superfície congela em camadas de gelo azul-turquesa que os ventos siberianos transformam em esculturas naturais. A Maratona de Inverno do Baikal, evento dedicado à preservação do lago, acontecerá no dia 2 de março.

22. Huntsville, Alabama (EUA): a festa como em 1969

O aniversário de 50 anos da aterrissagem da Apollo 11 na superfície da Lua atrairá milhões a Huntsville —a chamada Rocket City—, que abriga o Centro de Voo Espacial Marshall, onde foi desenvolvido o foguete que levou os astronautas à Lua.

Durante o ano inteiro acontecerão encenações do pouso na Lua no Centro Espacial e de Foguetes dos EUA, mas as maiores emoções estão reservadas para a semana de aniversário da Missão de Aterrissagem Lunar da Apollo 11, em julho.

Começando pelo dia do lançamento, 16 de julho, o centro tentará quebrar o recorde mundial do Guinness, lançando 5.000 réplicas de foguete às 8h32, no exato momento em que os motores do foguete original foram acionados, em 1969. As festividades prosseguem com uma feira clássica de automóveis, concertos, um desfile de boas-vindas e uma festa a céu aberto no centro de Huntsville — no mesmo local em que os que trabalharam na Apollo celebraram o sucesso da missão. Se isso não bastasse, 2019 é também o ano do bicentenário do estado do Alabama, outro motivo para celebrar.

23. Ilhas Falkland (ou Malvinas): cinco espécies de pinguins, de fácil acesso

As ilhas Falkland, na costa da Argentina, oferecem uma fantástica variedade de vida selvagem que inclui cinco espécies de pinguins, centenas de tipos de pássaros, focas, leões-marinhos e baleias, bem como uma beleza natural remota que os viajantes terão só para si — a ilha tem apenas 2.563 habitantes.

Duas novas companhias de turismo locais estão aumentando o acesso às riquezas do local, cuja soberania é disputada entre Argentina e Inglaterra (daí os dois nomes). A Falklands Outdoors foi inaugurada em novembro de 2018 e oferece escaladas, procura de alimentos, expedições marítimas em caiaque a praias e ida a colônias de pinguins que não têm acesso por terra.

A partir de janeiro a Falklands Helicopter Services fará voos panorâmicos sobre o Volunteer Point (que abriga uma imensa colônia de pinguins-reis) e a outros pontos isolados. Embora haja um único voo comercial semanal para as Falklands, está sendo planejada a primeira nova rota da América do Sul para as ilhas em mais de 20 anos: até o final deste ano a companhia Latam fará voos semanais partindo do Brasil.

24. Aberdeen (Escócia): a Cidade de Granito pelos novos trens à moda antiga

O trem noturno Caledonian Sleeper, que parte de Londres para o norte da Escócia, ganhará novos vagões no próximo verão. Para os adeptos das lentas viagens sobre tilhos, com todos os confortos contemporâneos, os novos vagões preservarão o romance desse meio de transporte, que além dos confortos atuais oferecerá suítes, os clássicos beliches e poltronas.

A rota Highlander para Aberdeen sairá da Euston Station, em Londres, no início da noite e chegará à costa da Escócia às 5 horas da manhã, de modo que o viajante possa tomar seu café da manhã no vagão-restaurante apreciando o sol nascer sobre o mar. 

Aberdeen e arredores têm castelos históricos em campos de urzes violetas, em florestas de pinheiros e ao longo de uma costa espetacular. Há inúmeras trilhas para caminhadas no interior e ao redor da propriedade real de Balmoral, e os que apreciam trens podem visitar a antiga estação ferroviária real em Ballater, desativada desde 1966, ou percorrer a ferrovia Royal Deeside, que não fica muito longe dali.

25. Golfo Paradiso: a joia rara da Riviera italiana

As famosas pérolas da Riviera Liguriana — Portofino, Cinque Terre, Portovenere — ficam lotadas de turistas, problema tão sério em certos lugares que as autoridades discutem medidas para controlar o fluxo de visitantes diários.

Mas a apenas alguns quilômetros dali, entre a glamourosa Portofino e o porto industrial de Gênova, subsiste uma tranquila faixa de areia pouco explorada pelos viajantes. Conhecido como Golfo Paradiso, esse pequeno local abriga cinco vilarejos despercebidos, entre eles Camogli, uma colorida enseada de pesca.

Os italianos se orgulham da renomada cozinha local: anchovas frescas, massas especiais feitas à mão e a focaccia recheada de queijos da cidade de Recco, especialidade que recentemente ganhou o status IGP, prestigiosa designação italiana para produtos de alta qualidade. Entre uma refeição e outra, explore os jardins de Pieve Ligure, as praias de Sori e a abadia românica de San Fruttuoso, acessível somente por barco ou uma lenta e cansativa caminhada.

26. Dessau (Alemanha): uma grande festa de aniversário para a Bauhaus

Este é o ano do centésimo aniversário da proclamação da Bauhaus, publicação do arquiteto alemão Walter Gropius, que fez uma releitura radical das artes, da arquitetura e do design e atraiu luminares como Mies van der Rohe, Paul Klee e Vassily Kandinsky, repercutindo no mundo todo.

Para celebrar o Centenário da Bauhaus, cidades alemãs programaram eventos que vão desde a abertura do festival em Berlim --vários dias de arte, dança, concertos, teatro, palestras e etc.– à inauguração do Museu Bauhaus em Weimar, onde nasceu o movimento.

Mas o destino mais atraente é Dessau. Berço da escola Bauhaus nos anos 1920 e 1930, a cidade do noroeste alemão ainda abriga a escola pioneira, o Edifício Bauhaus (reconhecido pela Unesco), as "master houses" projetadas por Gropius e os estúdios Prellerhaus (um conjunto de antigos ateliês da Bauhaus que hoje abriga um hotel). E, em setembro, Dessau inaugura o tão esperado Museu Bauhaus, um retângulo de vidro minimalista que exibirá fontes tipográficas, tecidos, obras de arte, móveis e muito mais.

27. Túnis (Tunísia): a fagulha ainda viva da Primavera Árabe

 

A liberdade é o que caracteriza Túnis. Oito anos após promover a Primavera Árabe, a capital da Tunísia continua sendo a única capital árabe com real liberdade de expressão, sem falar na pacífica rotatividade de poder.

Mas a cidade esconde muitos outros encantos. Entre eles estão as ruínas da antiga cidade de Cartago, de onde os elefantes de Aníbal ameaçaram Roma. Uma medina muito bem preservada –com seus azulejos esplendorosos, mesquitas históricas e vielas labirínticas—, datada dos séculos 12 a 16, quando Túnis era o principal centro do mundo islâmico.

A grande avenida Habib Bourguiba, no centro da cidade, exibe a inconfundível influência de décadas de dominação francesa. E os cafés, as galerias de arte e os matizes azuis e brancos nas imediações da vila de Sidi Bou Said, sobre o Mediterrâneo, há muito atraem pintores, escritores e eruditos europeus, entre eles Paul Klee, André Gide e Michel Foucault.

A um curto trajeto de táxi estão as belas praias e os clubes noturnos de La Marsa. A gastronomia norte-africana com influência francesa é deliciosa. O vinho tinto local não é ruim. E, em outra raridade regional, Túnis elegeu uma mulher como prefeita em 2018.

28. Gâmbia: hipopótamos, chimpanzés... e esperança renovada

A indústria do turismo em Gâmbia sofreu duramente em 2017, quando o governante autoritário Yahya Jammeh se recusou a entregar o cargo após perder a eleição, criando um impasse político que levou tropas estrangeiras ao país.

Mas com o novo presidente, Adama Barrow, hoje em segurança no cargo, a esperança foi renovada no menor país da África continental — que nunca esteve tão aberto. Em janeiro, uma nova ponte sobre o rio Gâmbia, que levou 30 anos para ser construída, será inaugurada com uma corrida até Dacar, no Senegal, distante mais de 300 quilômetros.

A Peregrine Adventures inaugura seu primeiro cruzeiro pelos 100 quilômetros de rio, parando na ilha Baboon, onde vivem hipopótamos, crocodilos e chimpanzés, e que faz parte do mais antigo centro de reabilitação de chimpanzés da África. Hotéis novos e outros a serem inaugurados, entre eles o African Princess Beach Hotel, e duas propriedades da empresa britânica de férias Thomas Cook serão bases elegantes. E novos voos diretos da Europa facilitam ainda mais chegar a este país.

29. Northern Rivers (Austrália): ao longo da costa arejada, o paraíso "boho"

Praia de Wategos, na Nova Gales do Sul, na Austrália
Praia de Wategos, na Nova Gales do Sul, na Austrália - Lauryn Ishak/The New York Times

A costa logo abaixo da fronteira entre Nova Gales do Sul e Queensland é conhecida como Northern River (rios do norte), graças aos rios caudalosos que percorre a região em curvas.

Ancorada na baía de Byron, a região tornou-se um polo para quem busca o descontraído estilo de vida "boho". Nos últimos anos, pessoas endinheiradas e elegantes desembarcaram em Byron e se espalharam pelos vilarejos vizinhos.

Mullumbimby (terra natal da cantora Iggy Azalea) abriga uma das feiras semanais mais vibrantes do país. Brunswick Heads tem um parque à margem do rio, onde famílias e seus cães nadam e se divertem, um pub histórico com amplo pátio, além de oferecer ótimas compras e o Fleet, um pequeno restaurante  que serve culinária australiana.

Em toda a região, os restaurantes prosperam: o Paper Daisy, na praia Cabarita, está no piso térreo da Halcyon House, uma antiga pensão para surfistas que foi transformada em hotel-boutique. Em Lennox Heads, o salão do Shelter recebe a brisa do mar e tem uma comida tão boa quanto a vista. Para experimentar o mundo maravilhoso dos antigos hippies, de onde tudo isso se originou, confira o Crystal Castle, uma “experiência cristalina” em um jardim no alto da montanha.

30. Ilhas Frísias e mar Frísio: Ostras, focas, pássaros e escuridão na selvagem costa ocidental da Europa

O turismo sustentável prospera nas ilhas Frísias, açoitadas pelo vento, no oeste da Europa, que são compartilhadas pela Dinamarca, Alemanha e Holanda e ligadas pelo mar Frísio.

O Parque Nacional Lauwersmeer, na Holanda, começou a oferecer safáris na escuridão em 2018, e em 2019 será inaugurado um Centro de Resgate de Focas, que permite ao visitante reabilitar e devolver à natureza duas espécies de focas nativas, e em 2020 abrirá o moderno Wadden World Heritage Center.

Áreas de camping holandesas, como a Beleef Lauwersoog, que oferecem excursões às ilhas Schiermonnikoog, expandiram suas opções de hospedagem com cápsulas de dormir e abrigos sobre a água reformados que eram usados por caçadores de pássaros em áreas remotas do mar do Norte.

A ilha dinamarquesa Fanoe começou a oferecer excursões para colher ostras, em que o visitante pode alugar botes e ferramentas para a atividade.

O Festival das Ostras de Fanoe, em outubro de 2019, atrairá chefs de todo o país para uma competição anual de receitas com o ingrediente. Toda essa região tornou-se mais acessível graças à linha de trens Eurostar Londres-Amsterdã, que começou a funcionar em 2018.

31. Nova York: Novos monumentos culturais e memórias do passado

Nova York sempre lembra arranha-céus, mas nesta primavera os andaimes dão lugar a um projeto que vai redefinir a infraestrutura física e cultural da cidade.

Em Hudson Yards, o maior empreendimento desde que o Rockefeller Center tomou forma na Grande Depressão, um centro cultural de artes chamado Shed ligará os motores —literalmente. Esse imenso teatro é uma estrutura retangular sobre rodas que vai e volta como uma gigantesca escavadeira, transformando a praça ao ar livre em um espaço para apresentações.

Não distante dali ficará o que seus criadores chamam de New York’s Staircase (a escadaria de Nova York), uma estrutura de oito andares com 154 lances de escadas, 80 patamares e 2.000 degraus.

Mais ou menos na mesma época, será finalizada a ampliação de US$ 400 milhões (R$ 1,4 bilhão) do Museu de Arte Moderna (MoMA) e o espaço de galerias será ampliado em quase um terço. Os primeiros hóspedes ficarão no novo TWA Hotel do aeroporto internacional JFK. No prédio central, está o Centro de Voos da TWA de Eero Saarinen, uma relíquia de 1962, com 512 quartos em dois prédios novos com paredes que bloqueiam ruídos. E em junho, a cidade hospedará o World Pride — evento gay que acontecerá pela primeira vez nos Estados Unidos — pelo aniversário de 50 anos da rebelião de Stonewall.

32. Chongli (China): assista a uma revolução para os esportes de inverno

Os preparativos para os próximos Jogos de Inverno estão bem adiantados em Pequim e arredores. As transformações mais relevantes estão acontecendo em Chongli, a quatro horas da capital, que já foi uma das regiões mais pobres do país e hoje hospeda estações de esqui multimilionárias, torres de apartamento e hotéis vistosos.

Nos últimos anos, o local se transformou em um centro de esportes de inverno cheio de restaurantes, pousadas e termas com nomes como Snow Bar e Nordica. Há pelo menos cinco estações de esqui ao redor da cidade, incluindo lugares como Genting Secret Gardens, Fulong e Thaiwoo, que poderiam ter sido tiradas de um manual de design de Vail (Colorado), com cervejaria local, chalés de montanha que servem pratos suíços e austríacos e teleféricos novos.

Um trem de alta velocidade de Pequim a Chongli será inaugurado em algum momento neste ano, encurtando a viagem. A prática do esqui não é de primeira classe aqui. Mas vá ver em primeira mão como o país mais populoso do mundo está trabalhando contra o tempo para se tornar uma nação competitiva em esportes de inverno.

33. Ilhas Orcas, Washington (EUA): uma ilhota atrai amantes da boa comida (e Oprah)

Farol Lime Kiln, na Dead Man's Bay, localizada na ilha San Juan
Farol Lime Kiln, na Dead Man's Bay, localizada na ilha San Juan - Folhapress

A ilha Orca, em forma de ferradura, a maior do arquipélago de San Juan, ficou famosa nos últimos anos pela culinária, pelos vinhos e, entre outras coisas, por Oprah Winfrey. (Em 2018, ela comprou uma propriedade de 173 mil metros quadrados na ilha por declarados US$ 8,2 milhões ou R$ 30,4 milhões.)

Uma nova fabricante de vinhos, Doe Bay Wine Co., apresentará o seu Projeto Orcas em 2019 — é uma colaboração entre fabricantes e vinícolas do noroeste do Pacífico. Também há expectativa dos novos experimentos do chef Jay Blackinton, proprietário do Hogstone, antiga pizzaria que hoje serve pratos mais ambiciosos, e de seu concorrente mais elegante, o Aelder.

Outro acréscimo à ilha são as luxuosas suítes do Outlook Inn, na cidade de Eastsound, voltadas para a Fishing Bay. Se você prefere fazer caminhadas ou cavalgar, o Parque Estadual Moran acrescentará novas trilhas à sua rede de 68 quilômetros ainda neste ano.

34. Uzbequistão: viagens sem visto e fronteiras abertas ao longo da Rota da Seda

Se você já quis percorrer a Rota da Seda, chegou a hora. Após mais de 25 anos desde a queda da União Soviética, o Uzbequistão passa pela sua própria reforma.

Entre as mudanças modernizadoras estão taxas oficiais de câmbio mais em conta e facilidades como marcar voos e obter vistos online. Os norte-americanos e pessoas de cem nacionalidades podem permanecer sem visto no país por cinco dias (já os documentos são válidos por até 30 dias), e franceses têm permissão para permanecer no país durante um mês. (O Cazaquistão e o Uzbequistão estão trabalhando para criar um visto único de turistas na Ásia Central.)

Viagens por terra e ar também melhoraram na região, em parte pela iniciativa de US$ 800 bilhões (R$ 2,9 trilhões) da China conhecida como Um Cinturão, Uma Estradada China de US$ 800 bilhões, que interliga países do leste da Ásia e da Europa, e também pela reabertura de fronteiras como países vizinhos, rotas de voo restabelecidas entre as capitais da Ásia central, como Tashkent (Uzbequistão) e Duchambé (Tajiquistão), além de serviços de voo aperfeiçoados entre Nova York e Tashkent. Além do relativamente novo Hyatt Regency na capial do país, outros hotéis internacionais devem abrir nos próximos anos.

35. Vestlandet (Noruega): um paraíso bucólico para montanhistas amantes de cerveja

Na rural Vestlandet, no oeste da Noruega, estão as mais belas paisagens da Escandinávia, que atraem os amantes da vida ao ar livre, especialmente os que levam a cerveja a sério.

O recém-inaugurado Teleférico Loen sobe mais de mil metros até o topo do monte Hoven em poucos minutos, enquanto escaladores vestem seus equipamentos, contratam um guia e fazem aproximadamente a mesma jornada em seis horas, seguindo uma trilha protegida que apresenta uma das pontes suspensas mais longas da Europa.

Depois de admirar a vista, relaxe bebendo uma cerveja feita com kveik, a cevada local que tem atraído cervejeiros e cientistas de todo o mundo pelos aromas de frutas e temperaturas de fermentação mais altas que o normal.

Na região, estão bares como o Tre Bror, em Voss, o restaurante e cervejaria Smalahovetunet e o pub Cardinal, em Stavanger. Quem aprecia cerveja e quer aprender (e provar) mais pode agendar a visita para coincidir com o October Norsk Kornolfestival, que exibe perto de cem cervejas feitas com kveik, em geral incluindo zimbro e outros ingredientes regionais tradicionais.

36. Lyon (França): futebol, salsicha e ar fresco

Os torcedores de futebol estão de olho na França neste verão, especialmente em Lyon, onde o pensamento positivo em alguns círculos acredita que as americanas vão conseguir seu quarto título na Copa do Mundo Feminina, cuja final, em 7 de julho, será no Estádio de Lyon.

Mesmo que você não consiga ingressos --ou deteste futebol--, a cidade de 500 mil habitantes e 4.000 restaurantes vale uma visita.

Neste ano, Lyon hospeda o projeto Cidade Internacional da Gastronomia. A exposição em uma área coberta de 4.000 metros quadrados incluirá oficinas interativas e conferências destinadas a exibir a culinária francesa e suas contribuições para a saúde e para o prazer. A exposição será no Grand Hôtel Dieu, um amplo complexo fundado por volta de 1300 que reabre depois de quatro anos de reformas com lojas, restaurantes, espaços públicos e um hotel cinco estrelas.

Quando chegar a hora de queimar as calorias de todos aqueles pratos com linguiças, caminhe pelo Parque Nacional Écrins, ali perto, onde cães de trabalho tradicionais protegem os rebanhos de carneiros. Reserve uma estadia na cabana Temple-Écrins, onde uma reforma de três anos foi recentemente finalizada.

37. Doha (Catar): arquitetura de vanguarda floresce no deserto

Com a aproximação da próxima Copa do Mundo, em 2022, o país-sede, Catar, está aplicando seu capital em estruturas projetadas pelos maiores nomes da arquitetura internacional.

A futurista e angulosa Biblioteca Nacional do Catar, desenhada por Rem Koolhaas e sua firma OMA, foi inaugurada em 2018. O ano de 2019 marcará a abertura do Museu Nacional do Catar, uma extensa construção de discos entrelaçados de Jean Nouvel.

Uma contribuição de Zaha Hadid, vencedora do prêmio Pritzker, deverá se materializar na forma de um estádio curvilíneo e expansivo; outro estádio, do também prêmio Pritzker Norman Foster, está em construção. As novas estruturas acrescentam charme ao perfil de Doha, que já inclui a Doha Tower em forma de seringa, de Nouvel, e o volumoso bloco branco do Museu de Arte Islâmica, de I. M. Pei.

38. Batumi (Geórgia): uma escapada silenciosa ao litoral

Tbilisi, a encantadora capital da Geórgia, foi inundada por turistas na última década. Mas Batumi, cidade litorânea tranquila onde as montanhas descem até o mar Negro com suas praias de pedras macias, oferece uma experiência diferente.

Já uma escapada popular para russos, iranianos, turcos e israelenses, a cidade se prepara para sua inevitável descoberta pelo resto do mundo: novos hotéis --incluindo Le Meridien Batumi e uma versão Batumi da linha de hotéis-boutique Rooms, concentrada no design-- estão sendo erguidos, e um bondinho suspenso irá diretamente da costa ao topo do morro, no Jardim Botânico de Batumi. As vinícolas são outra atração --no BQ Wine Bar, empresa familiar, e na adega subterrânea Karalashvili, que serve o mesmo vinho que Josef Stálin adorava.

39. Marselha, França: chegada de jovens criativos dá à cidade um novo tom

Seis anos depois que Marselha foi nomeada Capital Europeia da Cultura, em 2013, a renovação da cidade continua galopante.

Por exemplo, o arquiteto Jean Nouvel acaba de terminar o La Marseillaise, seu novo arranha-céu azul, branco e vermelho. A verdadeira prova da metamorfose da cidade, porém, é que ela está atraindo jovens criadores de toda a França e outros países.

Laura Vidal, uma sommelier do Québec (Canadá), e o chef britânico Harry Cummins abriram na última primavera o bistrô La Mercerie, numa antiga oficina no bairro de Noailles. Essa região também está cheia de novas lojas (não perca a Épicerie l’Ideal, a melhor loja de comidas da cidade), cafés e restaurantes.

Outros bairros no centro de Marselha também estão sendo transformados. Perto da Ópera, Tony Collins, que viveu no Brooklyn e em Los Angeles, abriu recentemente o Deep, um café artesanal que cria seus próprios blends e também vende discos de vinil; e os mixologistas no moderno bar Copper Bay moradores e hóspedes do Les Bords de Mer, o novo melhor hotel-boutique da cidade.

40. Wyoming (EUA): a celebração dos 150 anos da conquista do voto feminino no estado da igualdade

Em 1869, o território do Wyoming aprovou a primeira lei da história dos Estados Unidos que dava às mulheres o direito ao voto –quase 51 anos antes da 19ª Emenda garantir o mesmo direito a todas.

Neste ano, os visitantes poderão comemorar o 150º aniversário do sufrágio feminino na Casa do Wyoming para Mulheres Históricas, que homenageia a primeira mulher a votar em uma eleição geral.

O edifício do Capitólio restaurado (que reabre no meio do ano), o Museu Estadual do Wyoming e o Museu Vaqueiras do Oeste também exibem mostras e artefatos que celebram a história das mulheres. Além disso, diversas viagens exclusivas para o público feminino serão oferecidas o ano inteiro, entre elas passeios a cavalo pelo Rancho Allen’s Diamond 4; condução de gado e tiro com arco no refúgio WYLD West Women; trilhas e pesca com mosca no refúgio Proud Wyoming Women.

41. Los Angeles: finalmente, mais que o Teatro Chinês

Com frequência, Los Angeles é reduzida ao seu elemento menos interessante: Hollywood.

É um insulto para uma região com uma vibrante Koreatown; dois corais escolares conhecidos em todo o país (John Burroughs e Burbank); galerias de arte como a extravagante Parker, situada em uma mansão em Los Feliz; e várias equipes de esporte da primeira divisão, sendo que duas se mudarão para um estádio novo avaliado em US$ 2,6 bilhões (R$ 9,6 bilhões).

Mas, no verão de 2019 (no hemisfério Norte, haverá um motivo muito válido para visitar Hollywood. Depois de muitos atrasos, o Museu da Academia de Cinema deve reabrir em um complexo projetado por Renzo Piano no Wilshire Boulevard. Estão prometidas mostras interativas sobre a arte e a ciência do cinema, sessões estreladas em dois cinemas e objetos desejados e valiosos, incluindo um par de pantufas de rubi, 12 milhões de fotografias, 61 mil cartazes e 190 mil vídeos.

42. Dacar, Senegal: um oásis de liberdade em uma região turbulenta

Esta cidade litorânea na costa oeste da África, efervescente de energia positiva, é um refúgio de paz em uma região conhecida por sua turbulência. Micro-ônibus barulhentos de pintura excêntrica circulam pelas ruas e canoas de madeira pintadas com cores vivas patrulham uma costa muito semelhante a Malibu, na Califórnia.

Hoje esta cidade francófona atrai os descolados. Você pode surfar e ficar em um camping na pequena ilha de Ngor ou alugar uma prancha por algumas horas para surfar em meia dúzia de praias que permanecem tranquilas o ano todo.

Ou simplesmente relaxar e ficar vendo os surfistas e comendo peixe grelhado em um dos vários restaurantes à beira-mar. O Museu da Civilização Negra deve abrir no começo deste ano e exibirá artefatos e arte contemporânea da África e da diáspora. O design e as criações de moda da cidade se encaixariam perfeitamente nos salões de Nova York.

Desfrute de um show noturno com lendas como Cheikh Lo e Youssou N’Dor, que se estendem até a madrugada, e os bares que oferecem entretenimento a qualquer hora do dia. Em viagens de um dia, você cruzar uma floresta de baobás ou nadar em um lago cor-de-rosa. Mas a mudança climática, a pesca excessiva e o crescimento desordenado da população podem, um dia, afetar tudo isso.

43. Perth, Austrália: uma cidade transformada e revitalizada

Uma explosão de desenvolvimento que durou uma década deu nova vida a Perth, cidade conhecida por seu isolamento na costa ocidental australiana. 

Entre as novas atrações estão: praça Yagan, localizada na curva de uma rodovia perto da zona comercial no centro da cidade, com seu típico mercado, parque de arte e uma torre digital de 45 metros de altura com tela circular de 14 metros de altura que exibe o trabalho de artistas locais e eventos transmitidos ao vivo; o estádio Optus, com 60 mil lugares para shows e competições esportivas, incluindo críquete; e a praça Raine, um empreendimento de US$ 200 milhões (R$ 724 milhões) no distrito comercial que inclui cinema, shopping center e restaurantes, entre eles um da rede Tim Ho Wan, baseada em Hong Kong e considerado o restaurante estrelado com preços mais acessíveis do Guia Michelin.

Para acomodar o esperado crescimento turístico, 31 hotéis, novos ou reformados, abriram nos últimos cinco anos, incluindo o luxuoso COMO, o descolado QT e um Westin. Desde 2007, as mudanças na lei de consumo de bebidas alcoólicas, incluindo uma feita em 2018 que permitiu a restaurantes servirem bebidas sem refeições, mudaram o cenário desses estabelecimentos, com a abertura de mais de cem pequenos bares somente na zona comercial do centro da cidade. E a Qantas inaugurou um voo sem escalas de Londres a Perth neste ano, o primeiro saindo da Europa.

44. Hong Kong: infraestrutura facilita as viagens, mas pode ameaçar a independência

Depois que a Inglaterra devolveu sua antiga colônia para a China, em 1997, Hong Kong se orgulha de resistir à interferência do continente.

No ano passado, foram inauguradas uma linha de trem de alta velocidade que leva passageiros até Pequim e uma ponte sobre o mar com quase 55 quilômetros de extensão ligando Hong Kong ao continente pela primeira vez, lançando no ar a dúvida sobre quanto tempo essa maré de independência pode sobreviver.

Para os viajantes, contudo, pegar um trem na estação de West Kowloon com destino a Pequim –e mais de outros 30 destinos na China– muda tudo. A viagem de quase 2.000 quilômetros até Pequim dura somente nove horas e os assentos da classe executiva são espaçosos. Quer se dirijam à China ou não, os viajantes podem se entregar à nostalgia da Grã-Bretanha hospedando-se no Hotel Mandarin Oriental. O bar, que fica no 25º andar, oferece uma bela vista do porto, coquetéis exóticos e lembranças dos anos 1960, quando o hotel abriu como um símbolo de luxo e estilo nesta cidade eternamente glamourosa. 

45. Irã: o turismo retorna cautelosamente a esta joia do Oriente Médio

Embora as tensões entre o Irã e os Estados Unidos tenham aumentado desde que o presidente Trump assumiu o poder, o apelo exercido pelo Irã junto aos viajantes mais aventureiros é óbvio: as ruínas monumentais da antiga Pérsia; as impressionantes mesquitas seculares de Shiraz e Isfahan; o Grande Bazar e o Palácio Golestan, na efervescente Teerã.

Uma razão a mais para visitar o país em 2019 é uma grande exposição programada pelo Museu de Arte Contemporânea de Teerã, ponto de encontro popular dos jovens iranianos. “Retrato, Natureza Morta, Paisagem” (de 21 de fevereiro a 20 de abril) ocupará o espaço inteiro com uma seleção de cerca de 500 obras, incluindo peças de Andy Warhol, Mark Rothko e Marcel Duchamp, assim como 40 obras de Picasso recém-descobertas nos depósitos do museu (a maior parte da coleção foi mantida oculta desde a revolução de 1979).

O Departamento de Estado americano desestimula, mas não proíbe, viagens de cidadãos americanos ao país, que podem viajar somente com excursões organizadas. Entre as opções para 2019 estão três expedições da Intrepid Travel, incluindo a primeira só para mulheres.

46. Houston, Texas (RUA): mais alto e melhor depois do furacão

Depois do furacão Harvey, a cidade está novamente de pé e ostentando aquela atitude de que tudo o que existe no Texas é maior.

Quatro praças de alimentação abriram as portas em 2018, incluindo o Finn Hall, com restaurantes de chefs emergentes como o finalista do prêmio James Beard, Jianyun Ye, e uma filial de seu agitado bistrô chinês Mala Sichuan, além de uma taqueria da rede Goode Co.

O Post Oak Hotel abriu em março de 2018, com um showroom da Rolls-Royce que ocupa dois andares e obras de Frank Stella, além de uma adega com 30 mil garrafas. A Coleção Menil, conhecida pelo ecletismo de suas obras, que vão de antiguidades bizantinas à arte pop do século 20, passou por uma reforma em seu prédio principal e abriu o Menil Drawing Institute, com 9.000 metros quadrados.

O aumento do número de museus na cidade continua com uma expansão do Museu de Belas Artes de Houston, a ser terminada em 2020, um novo local construído para o Museu do Holocausto, que se mudará nesta primavera, e a restauração do Centro da Missão Apollo, que abrirá as portas a tempo de celebrar o 50º aniversário da chegada do homem à Lua, em julho.

47. Columbus, Ohio: esta é a cidade americana do futuro?

Com a revitalização das margens do rio e um centro efervescente, Columbus já é uma das cidades com crescimento mais rápido do país.

Agora está cotada para se tornar o modelo para o futuro da inovação em transportes urbanos, com ônibus sem motoristas que levam passageiros pela Scioto Mile, que recentemente passou por uma total revitalização, ganhando 133 mil metros à margem do rio para receber festivais, esportes aquáticos e arte ao ar livre. (O recém-inaugurado Museu e Memorial Nacional dos Veteranos também fica na península de Scioto.)

Entre as novas opções de restaurantes estão o Veritas, especializado em pratos pequenos; Service Bar, dirigido pelo jovem chef Avishar Barya, veterano do Mission Chinese de Nova York e do WD-50. O descolado bairro Short North Arts oferece acesso ao comércio local, inclundo a loja de roupasThread e a sorveteria Jeni’s.

48. Plovdiv, Bulgária: capital cultural da Europa em 2019

Com seu centro histórico colorido de ruas de pedra, ruínas romanas bem preservadas e movimentado cenário artístico, a segunda maior cidade da Bulgária é, surpreendentemente, subestimada pelos turistas em prol do charme pós-soviético da extravagante capital, Sófia.

Mas como Capital Cultural da Europa de 2019 esta joia europeia está pronta para brilhar. Os organizadores planejaram mais de 500 eventos pela cidade e região, incluindo concertos, apresentações teatrais ao ar livre e feiras gastronômicas de rua.

Encravada no coração da Bulgária central e erguida sobre sete colinas, Plovdiv tem um bairro artístico chamado Kapana, cujas ruas serpenteantes são repletas de galerias e cafés, assim como o anfiteatro romano restaurado que recebe as apresentações de ópera no verão, sob a luz das estrelas. A localização da cidade, aos pés das montanhas Ródope – com suas vistas de picos e gargantas profundas – faz dela um excelente ponto de partida para trilhas de um dia.

49. Vevey (Suíça): um festival de vinhos que acontece uma vez a cada geração na Riviera suíça

Tudo corre feito um relógio na Suíça, incluindo a Fête des Vignerons, embora suas datas sejam um tanto espaçadas.

Esse festival de vinhos reconhecido pela Unesco, que celebra as tradições vinicultoras das regiões de Lavaux e Chablais, perto do lago Genebra, acontece a cada 20 ou 25 anos, no coração de Vevey, cidade à beira do lago e ao sopé dos vinhedos da localidade de Vaud (onde fica Vevey).

Desde 1797, a data foi escolhida pela Confrérie des Vignerons, que passou os últimos anos (com uma verba de 99 milhões de francos suíços, cerca de R$ 360 milhões) planejando a 12ª edição, que acontecerá de 18 de julho a 11 de agosto.

Pela primeira vez, os ingressos para o show de duas horas (que ocorrerá diariamente em uma arena de 20 mil lugares e está sendo montado por Daniele Finzi Pasca, natural de Lugano e diretor das cerimônias olímpicas de Sochi e Turim) podem ser adquiridos online. Enófilos que desejam experimentar vinhos “encorpados”, que raramente são exportados, também podem baixar o novo app de Vaud, que oferece oito trilhas cujo tema é o vinho.

50. Cádiz (Espanha): cidades esfuziantes e aldeias no sudoeste da Andaluzia

Ao fundo, catedral de Cádiz, na cidade espanhola de mesmo nome
Ao fundo, catedral de Cádiz, na cidade espanhola de mesmo nome - Andy Haslam/The New York Times

Uma das cidades mais antigas da Europa renovou-se. Na ponta de uma península que mergulha no Atlântico, a cidade de Cádiz, um centro mercantil desde 1100, tem uma vibração mais de Havana que de Madri.

Um renascimento da culinária está em andamento, com restaurantes recém-chegados como Saja River e Codigo de Barra, unindo-se a clássicos como El Faro. Mas a maior novidade gastronômica está do outro lado da baía, em Puerto de Santa Maria, onde o Aponiente, de Angel Léon, que possui três estrelas no Guia Michelin, oferece um poema lírico de frutos do mar (risoto de plâncton).

O segundo restaurante de Léon, o Alevante, fica no povoado vizinho de Sancti Petri e acaba de receber sua primeira estrela. Vinte minutos continente adentro fica Jerez de la Frontera, berço dos vinhos fortificados conhecidos como xerez, que agora estão na lista dos sommeliers e dos barmen modernos. Entre as vinícolas, há Díez-Mérito, Lustau e Bodegas Tradición.

Para além das cidades, vilarejos no alto das montanhas, como Vejer de la Frontera, contam com um misto de hotéis modernos e luxuosos e arte. Acrescente uma esticada até a costa do Atlântico, e a província de Cádiz satisfaz todos os requisitos.

51. Vale do Elqui (Chile): eclipse e noites de céu escuro

O Vale do Elqui, no Chile, atrai um grupo distinto de aficionados por pisco e vinho, observadores de estrelas e amantes da natureza. 

Em 2019, essa tranquila região agrícola estará no centro das atenções devido ao eclipse solar do dia 2 de julho. A procura por acomodações, até agora, já superou a oferta, sendo esperadas 300 mil pessoas na área, e até os hotéis da cidade costeira de La Serena já estão lotados.

No deserto do Atacama, ao norte do vale, o Observatório La Silla vai apresentar um evento de observação do eclipse que teve ingressos esgotados em três minutos (mais do que o fenômeno vai durar).

Mas os viajantes alheios aos eclipses ainda podem ter razões para observar o céu da região. O Vale do Elqui recebeu o título de Santuário Internacional do Céu Escuro. Quando o sol está no céu, os viajantes podem caminhar pelas vinícolas ou passear pelas ruas de Vicuña, a maior cidade da região. Ela é um centro de produção de pisco e também cidade natal da poeta Gabriela Mistral, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 1945.

52. Taiti: a terra natal da cabana sobre palafitas promove o ecoturismo

Os que desejam escapar do ciclo de notícias avassaladoras não podem ir muito mais longe do que este arquipélago no Pacífico Sul, também conhecido como Polinésia Francesa, que neste ano comemora o 250º aniversário da chegada do capitão James Cook.

Os bangalôs sobre a água foram iventados aqui: o mar transparente e morno do Taiti oferece visões de mais de mil espécies de vida marinha. Para se proteger da mudança climática que ameaça partes da região, as 118 ilhas e atóis reforçaram suas opções de conservação e ecoturismo.

Os hotéis tentam diminuir suas pegadas de carbono. As instalações ecológicas do resort The Brando, por exemplo, incluem uma usina elétrica movida a óleo de coco, horta orgânica e painéis solares. Os resorts não são a única opção de hospedagem. A experiência do Tahitian Guesthouse --como Airbnb, mas com anfitriões que cozinham-- livra os visitantes dos hotéis e oferece uma experiência polinésia mais autêntica.

Em 2018, a companhia low cost Frenchbee começou a oferecer voos porUS$ 330 ou R$ 1.224 (uma perna) partindo do Aeroporto Internacional de San Francisco.

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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