Visitar Florença significa levar uma surra de história. Não há como fugir da imponência do Palazzo Vecchio, da assombrosa ponte Vecchio ou da galeria Uffizi.
Mas essa é só a camada mais evidente do passado da cidade toscana. Dá para explorar os becos florentinos com a imaginação ajustada para outra época: o início do século 20.
Foi há exatamente cem anos, segundo cálculos do pesquisador Luca Picchi, que nasceu em Florença o coquetel negroni. A mistura, criada para satisfazer o apetite alcoólico de um aristocrata beberrão, se tornou a queridinha dos hipsters e modernetes no mundo inteiro.
Um passeio pelo centro da cidade mostra ao visitante como o drinque virou moda.
Mas o tour alcoólico começa em outro ponto: o hotel St. Regis, situado em um palácio à margem do rio Arno.
“No fim do século 19, o local era frequentado pelo conde Camillo Negroni”, diz Picchi, autor do livro “Negroni Cocktail: uma Leggenda Italiana”, de 2015 (Giunti Editore, 224 págs., sem edição no Brasil).
A época coincide com a chegada da iluminação pública elétrica, que estimulou a população a sair à noite para se divertir. Foi quando apareceu o bar em sua acepção atual.
O palácio que o conde frequentava era um ancestral do bar. Na realidade, era um “gentlemen’s club”, ambiente de machismo e elitismo em que os aristocratas se reuniam para encher a cara e decidir o destino da humanidade.
Mas a classe média, outro produto do mundo moderno, também queria vida noturna. Assim, os cafés se multiplicaram em Florença na virada do século.
Um deles era o Casoni, onde o conde Negroni batia ponto por volta de 1918. Na época, era popular um drinque chamado americano, com campari, vermute e água gaseificada —o nome se deve à moda de bebidas carbonatadas, que vinha dos Estados Unidos.
Além de cliente, Negroni era confidente e amigo do barman Fosco Scarselli. Um dia, em 1919, o conde pediu para Scarselli modificar a receita do coquetel. A água gaseificada o deixava leve demais para o gosto do nobre homem.
“A mãe do conde era inglesa”, conta Picchi. “Ele passava muito tempo em Londres e era um apreciador de gim.”
A substituição da água com gás pelo gim, então, fez nascer o coquetel negroni.
O ponto que o Casoni ocupava, na Via della Spada, próxima ao rio Arno, foi vendido e mudou de nome, para Caffè Giacosa. Há dois anos, o local foi fechado pelo estilista Roberto Cavalli, que arrendava o imóvel. Hoje, é ocupado por uma loja da marca Armani.
Para se beber da tradição do negroni, portanto, deve-se caminhar até a Piazza della Repubblica. Ali fica o Caffè Gilli, um daqueles lugares com pinta de arapuca turística, mas que representa a velha pose da aristocracia florentina. É lá que ricos, poderosos e turistas tomam seus negronis como se fosse 1919.
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