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Veja guia básico para se virar em Havana

Capital cubana conquista turistas com roteiros por prédios históricos, mar do Caribe e drinques à base de rum

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Luiz Felipe Silva
Havana

Após desembarcar na capital Havana, a primeira missão é trocar dinheiro. 

No saguão principal do aeroporto, há duas cabines de cadecas, termo usado para designar as casas de câmbio. 

Há duas moedas correntes no país: o CUC (peso conversível para turistas) e o CUP (peso local, para trabalhadores). 

Quase todo o tipo de despesa do visitante será em CUC. Ele é usado em museus, agências de turismo, ônibus e táxis, restaurantes e hotéis ou mesmo casas de família.

O CUP serve para pegar ônibus de linha urbana e, se a grana estiver acabando, para eventualmente comprar pizzas e pães nos quiosques para moradores locais.

Hoje, 1 CUC (equivalente a 25 CUPs) corresponde a cerca de 1,10 euro (R$ 5,12). O euro e o dólar canadense são as moedas que rendem mais no câmbio. Para trocar dólares dos Estados Unidos, é preciso pagar taxa extra de 10%.

A segunda missão é combinar o valor do táxi. O preço padrão até Habana Vieja, parte antiga da cidade e principal polo turístico, é de 25 CUCs, mas a negociação pode começar em mais do que o dobro. 

Os carros podem ser modernos, com ar-condicionado e tocador de DVD, ou mais antigos, com até 50 anos de uso e pouco confortáveis.

Em Havana, os veículos são uma atração e ajudam a contar a história recente do país.

Os modelos compridos, estilo rabo-de-peixe, são resquício da relação próxima da ilha com os Estados Unidos nos anos 1940 e 1950, quando a cidade recebia endinheirados atrás de bares e cassinos. 

Já os milhares de Ladas e Nivas que circulam pela capital são fruto das três décadas de suporte do bloco soviético a Cuba, até a dissolução da União Soviética, em 1991. 

Outra leva de carros, da década de 1990, indica a abertura econômica e a consequente entrada de produtos europeus e asiáticos --carros americanos seguem vetados. 

Por fim, acordos mais recentes despejaram modelos franceses e sul-coreanos em Havana. A maior parte deles integra a frota estatal de táxis.

A carreira de motorista é uma das mais valorizadas, afinal, embora a taxação seja alta (taxistas contam que 50% do que arrecadam vai para o Estado), um dia de trabalho pode render até 40 CUCs, mais do que o salário mínimo dos funcionários públicos .

Outra atividade rentável é abrir a casa para turistas. 

As hospedagens, conhecidas como casas de família, são regulamentadas, mais baratas (cerca de 30 CUCs por noite, por pessoa, com café da manhã) e oferecem a experiência de conhecer o dia a dia dos cubanos de classe média, além de ouvi-los a respeito dos ônus e bônus do sistema local.

O melhor local para se hospedar é Habana Vieja, que concentra um grande número de atrativos turísticos. 
Na região está a maioria dos museus, bares e restaurantes.

A poucos passos do castelo da Força Real, cujo acervo conta a história das frotas marítimas que passaram pela região, estão a Plaza de Armas, mais antiga praça da cidade, e a Plaza de la Catedral. 

Essa segunda recebe o nome por abrigar a catedral de San Cristóbal, construção de estilo barroco concluída em 1777 e aberta a visitação. No local, fica o Museu de Arte Colonial, que recebe shows musicais e uma feira de artesanato.

Saindo desse ponto, o turista pode seguir para a calle Obispo, a mais famosa de Havana. Ou, ao menos, a mais famosa para os turistas. 

Restaurantes, bares que tocam o dia inteiro músicas do grupo Buena Vista Social Club, galerias de arte e lojinhas de suvenires ocupam os quarteirões da via, só para pedestres.

Não há muitos restaurantes de alta gastronomia na capital cubana, mas vale a pena provar os frutos do mar frescos e a ropa vieja ou roupa velha (carne bovina cozida e desfiada com tomate e cebola, geralmente servida com arroz e feijão sem caldo), o mais típico dos pratos cubanos.

No quesito drinques, as receitas à base de rum são famosas e boas. Os bares mais celebrados, conhecidos graças às bebedeiras do escritor Ernest Hemingway, são o El Floridita e o La Bodeguita del Medio --peça, respectivamente, o daiquiri e o mojito.

O roteiro cultural pelo centro de Havana tem pelo menos três paradas principais. 

O Museu da Revolução está sediado no prédio que recebeu os presidentes cubanos até 1965 e guarda cerca de 9.000 peças que contam a história da tomada do poder pelo grupo de Che Guevara e Fidel Castro. Ao lado, fica o Memorial Granma, com armas e veículos das batalhas. 

O Museu Nacional de Belas Artes abriga mais de 45 mil obras de arte cubana e latino-americana, entre outras. 

Até o fim do ano, fica em cartaz a exposição "La Posibilidad Infinita, Pensar la Nación" (a possibilidade infinita, pensar o país), parte da 13ª Bienal de Arte de Havana. A mostra reúne a produção de artistas de diferentes gerações.

Bem perto dali está localizado o Capitólio Nacional, réplica do prédio de Washington (DC), que abriga o Legislativo americano. A versão cubana tem um metro a mais de altura e sua cúpula é uma cópia do Panteão de Paris.

O edifício foi erguido,em 1929, para receber o Legislativo e está há nove anos passando por restauração, porém aberto à visitação guiada.

O bairro Vedado, mais glamoroso, mas distante do centro, é outra opção de passeio.

O principal atrativo é o "malecón", calçadão de oito quilômetros que acompanha a costa --caminhar por lá no pôr do sol é um bom programa. 

Essa paisagem (de um lado, o mar azul e de outro, cinco séculos de história contados pela arquitetura) garantiu a Havana a inclusão na lista das sete cidades maravilhosas do mundo moderno, por meio de uma votação, em 2016, da fundação New 7 Wonders.

Ainda um pouco mais longe do centro e de Habana Vieja, fica um dos mais famosos cartões-postais de Cuba: os prédios decorados com painéis gigantescos dos rostos de Guevara e Camilo Cienfuegos. 

Trata-se da Plaza de la Revolución, sede do governo do país e do Memorial José Martí, herói da independência.

Outra boa atração fora da rota mais turística é a Fábrica de Arte Cubana. De quinta a domingo, o espaço, uma antiga fábrica de óleo, recebe exposições de arte contemporânea, desfiles, shows e festas.

Após conhecer a cidade, vale reservar pelo menos um dia para curtir o mar do Caribe.

Todos os dias, das 9h às 20h40, saem ônibus do Parque Central para a praia de Santa María del Mar. Por 5 CUCs (ida e volta), o visitante chega em 30 minutos a um conjunto de três orlas, todas com areia fina, água muito azul e boa estrutura: há quiosques (drinques a partir de 1 CUC) e espreguiçadeiras cobertas (1 CUC, o aluguel de um dia).

Fazendas produtoras de charuto oferecem tour com degustação

A apenas 180 km de Havana, no Vale de Viñales, é possível conhecer a produção dos charutos cubanos.

Há três formas de chegar à cidade de 28 mil habitantes, localizada na província de Piñar del Río: ônibus da companhia Viazul (10 CUCs, quatro horas de viagem), táxis privados ou coletivos (entre 15 e 60 CUCs, duas horas e 30 minutos de viagem) ou excursão contratada com agência de turismo (70 CUCs, ida e volta com almoço e paradas em atrações turísticas).

Da região saem os charutos das três marcas mais conhecidas do país: Cohiba, Montecristo e Romeu e Julieta. 

Este repórter esteve na fazenda Finca Macondo, que produz o Montecristo. As visitas custam entre 15 e 40 CUCs. 

Cabana de palha em Vale de Viñales usada para secar folhas de tabaco
Cabana de palha em Vale de Viñales usada para secar folhas de tabaco - Luiz Felipe Silva/Folhapress

Terceira geração da família de produtores de tabaco, Roberto guia a visita.

Ele conta que o Estado tem direito a adquirir 90% da colheita para as fábricas oficiais, mas garante a compra mesmo se a safra for ruim. Os agricultores ficam com 10%, usado para charutos artesanais.

A plantação sempre ocorre em setembro e em novembro.

Em janeiro, acontece a colheita e, em fevereiro, finalmente as folhas de tabaco vão para a secagem em cabanas climatizadas para não perderem suas características. 

Após três meses de secagem, o governo compra sua parte e os produtores familiares podem usar suas receitas tradicionais no restante da colheita. Em mais seis meses (ao todo, são 15 meses de produção), a Finca Macondo faz a fermentação e adiciona sabores de baunilha, mel e rum.

No fim do passeio, Roberto reúne o grupo, faz a exibição de como se enrola cada folha de tabaco para confeccionar o charuto e oferece um exemplar para degustação --com a ponta banhada no mel, do modo como Che Guevara fazia. 

Lá, cada unidade do Montecristo custa 8 CUCs e uma caixa especial para charutos, com oito unidades, sai por 60 CUCs --no Brasil, um charuto vale pelo menos R$ 60.


US$ 379 (R$ 1.549)
4 noites em Havana, na Top Brasil (topbrasiltur.com.br)
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã, no Comodoro Hotel. Inclui passeio pela cidade, com almoço, traslados e seguro-viagem. Sem passagem aérea

US$ 619 (R$ 2.604)
6 noites em Havana e Varadero, na Sem Fronteiras (semfronteiras.tur.br)
Três noites no Comodoro Hotel, em Havana. Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Em Varadero, três noites no Iberostar Laguna Azul, em quarto duplo, no sistema all-inclusive. Preço por pessoa, que inclui traslados e seguro-viagem. Sem passagem aérea

US$ 754 (R$ 3.172)
6 noites em Havana e Cayo Coco, na New Age (newage.tur.br)
Três noites em Havana, com hospedagem em quarto duplo e café da manhã no Comodoro Hotel. Em Cayo Coco, três noites em quarto duplo, no sistema all-inclusive, no Sol Cayo Coco Hotel. Preço por pessoa, com traslados e seguro-viagem. Sem aéreo

US$ 769 (R$ 3.235)
6 noites em Havana e Varadero, na Top Brasil (topbrasiltur.com.br)
Três noites em Havana. Com city tour, almoço e hospedagem em quarto duplo, com café da manhã, no Comodoro Hotel. Três noites em Varadero, com passeio de barco até a praia de Cayo Blanco com open bar a bordo. Hospedagem em quarto duplo, no sistema all-inclusive, no Iberostar Laguna Azul. Preço por pessoa, com traslados e seguro-viagem. Sem aéreo

R$ 3.588
7 noites em Havana, na Decolar (decolar.com
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã, no hotel Tritón Neptuno. Preço por pessoa, com passagem aérea a partir de São Paulo

R$ 3.719
7 noites em Varadero, na Decolar (decolar.com)
Hospedagem em quarto duplo, no sistema all-inclusive, no hotel Mar del Sur. Preço por pessoa, com passagem aérea a partir de São Paulo

R$ 4.130 
7 noites em Havana, na CVC (cvc.com.br
Hospedagem em quarto duplo, no Hotel Caribbean, com café da manhã. Não inclui passeios. Com passagem aérea a partir de São Paulo

R$ 5.720
6 noites em Varadero, na Maringá Lazer (maringalazer.com.br)
Hospedagem em quarto duplo, no sistema all-inclusive, no Iberostar Bella Costa. Seguro-viagem e traslados entre Havana e Varadero inclusos. Preço por pessoa, com aéreo a partir de São Paulo

US$ 1.664 (R$ 7.001 )
6 noites em Havana e Varadero, na New Age (newage.tur.br
Três noites em Havana, com hospedagem em quarto duplo e café da manhã. City tour com almoço. Três noites em Varadero, com hospedagem em quarto duplo, no sistema all-inclusive. Inclui passeio por Trinidad, Santa Clara e Cienfuegos. Com aéreo

R$ 7.346 
8 noites em Havana, na Maringá Lazer (maringalazer.com.br)
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui seguro-viagem e aéreo

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