Ásia domina o ranking das 100 cidades mais visitadas no mundo

Hong Kong mantém liderança em número de turistas mesmo com série de protestos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Prédios altos e rio em cidade
Victoria Harbour e arranha-céus em Hong Kong - Paul Yeung/Bloomberg
Alyssa McDonald Carolynn Look
Bloomberg

Hong Kong deve manter sua posição de cidade mais visitada por estrangeiros em 2019, apesar dos meses de inquietação política que levaram a uma queda acentuada no número de turistas, de acordo com projeção do relatório Top 100 City Destinations, do grupo de pesquisa de mercado Euromonitor International.

A expectativa é que Nova York fique fora dos dez primeiros lugares e que Déli, na Índia, apareça no top 10 pela primeira vez.

O levantamento mostra o domínio de cidades asiáticas, que ocupam mais de 40 posições. Bancoc deve assumir o segundo lugar, seguida por Macau e Cingapura.

Londres completa a lista das cinco cidades mais visitadas, apesar de ter perdido duas posições por causa das incertezas sobre o futuro, já que a sua saída da União Europeia pode gerar restrições ao ingresso de cidadãos europeus.

Segundo a projeção, o total de chegadas no mundo crescerá 4,2% em 2019 na comparação com o ano passado, chegando a 1,5 bilhão de viagens.

Espera-se que Nova York, o destino mais popular nos Estados Unidos entre os viajantes internacionais, caia do oitavo para o 11º posto. 

Miami (29), Los Angeles (33) e Las Vegas (38) são outras cidades americanas que fazem parte do ranking. 

A concorrência da Ásia e Europa levou muitos destinos dos EUA a perder posições nos últimos anos, apesar do crescimento nas visitas que a maioria deles registrou.

A crescente tensão comercial com a China é uma das principais preocupações para o setor de viagens, de acordo com a autora do relatório, Rabia Yasmeen. Ela acrescenta que muitas cidades americanas estão buscando explorar o lucrativo mercado de turistas chineses.

A pesquisa da Euromonitor considera visitantes internacionais, ou chegadas, aqueles que passam mais de 24 horas e menos de um ano em mais de 400 cidades do planeta. 

As chegadas incluem viajantes de negócios, turistas e visitas a parentes e amigos, mas excluem viagens de pessoas que trabalham ou estudam no exterior e de integrantes das forças armadas, tripulações de meios de transporte, passageiros de navios de cruzeiro e pessoas que se deslocaram por motivo de guerra ou desastres naturais.

O ranking de 2019 foi calculado com base em estimativas baseadas nos totais parciais de visitantes, o que significa que a posição de Hong Kong como capital mundial dos viajantes ainda pode mudar. 

O setor de turismo da cidade foi fortemente prejudicado pelos protestos que vêm agitando o território quase todas as semanas, desde agosto.

No entanto, Simon Haven, analista da Euromonitor, diz que o número forte de chegadas no primeiro semestre pode reduzir o impacto dos protestos sobre o total anual. 

"No período de janeiro a junho deste ano, as chegadas subiram 14% ante o mesmo período em 2018. Em julho, começaram a diminuir. A queda mais notável aconteceu em agosto, quando a cidade registrou baixa de 40% no número de chegadas, ante o resultado de agosto de 2018", afirma.

"Com base nos mais recentes dados do Conselho de Turismo de Hong Kong e nas projeções da Euromonitor, o total de chegadas a Hong Kong deve cair entre 5% e 10% em 2019", acrescenta Haven. 

Essa queda manteria a cidade na liderança, por sua vantagem sobre Bancoc.

A lista da Euromonitor mostra que o turismo asiático está crescendo. A região responde pelo maior número de cidades na lista, e esse número vem subindo constantemente desde a primeira edição, em 2013.

Viajantes da própria Ásia são responsáveis por boa parte do aumento, de acordo com o relatório, por causa do aumento da renda e das visitas de chineses —e de millenials de toda a região— a outros países.

O maior avanço em 2019 é o de Hurghada, no Egito, que deve assumir a 63ª posição depois de entrar, no passado, no 82º lugar. O desempenho é fruto, em parte, de um programa de reforma no turismo e de uma melhora na segurança do país, que continua a ser o mais procurado por viajantes no Norte da África.

Na Europa, destinos mais tradicionais, incluindo Barcelona, Milão e Viena, caíram no ranking, enquanto cidades em países antes menos procurados (Croácia, Eslovênia e Suécia) avançaram.

Tradução de Paulo Migliacci

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.