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New York Times coloca Brasil, Tadjiquistão e Romênia entre países para visitar em 2020

Tradicional lista traz 52 destinos tendência ao redor do mundo para conhecer neste ano

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Turistas visitam o Capitólio, em Washington

Turistas visitam o Capitólio, em Washington Erin Schaff/The New York Times

Nova York | The New York Times

O jornal New York Times divulgou nesta semana uma lista com 52 destinos para conhecer em 2020. O Brasil figura na seleção pelo segundo ano consecutivo. No ano passado, a cidade escolhida foi Salvador; neste, a mata atlântica como um todo.

Na lista de 2020, estão ainda destinos no Peru, na Bolívia, no Tadjiquistão e na Romênia. 

1. Washington
Sufragistas são lembradas, e o cenário cultural e gastronômico é vibrante


Cem anos atrás, em 18 de agosto de 1920, a 19ª emenda constitucional foi ratificada —as mulheres americanas conquistaram o direito ao voto. Em Washington, instituições como a Biblioteca do Congresso, o Museu Americano de História Natural e o National Archives Museum têm exposições já abertas ou previstas para comemorar esse marco histórico (os ingressos são gratuitos, como é o caso da maioria dos museus e monumentos da cidade). Em um ano eleitoral de angústia política sem precedentes, algumas pessoas podem achar que visitar a capital dos EUA é uma experiência estressante. Mas nos últimos anos o cenário cultural e gastronômico de Washington, que já era fértil, cresceu ainda mais, oferecendo um cardápio enorme de coisas para ver e saborear. Longe dos recintos governamentais, Washington tem uma identidade diversa, sendo uma cidade onde a minoria negra é majoritária e influências internacionais se misturam à sociedade americana. A área da U Street, às vezes descrita como a Broadway Negra, é repleta de teatros históricos e salas de concerto onde o jazz floresceu e a música go-go nasceu. Além de um grupinho pequeno mas crescente de restaurantes mais caros, que contam com estrelas Michelin, também estão emergindo restaurantes mais jovens e inovadores, sendo a cozinha etíope e a do Laos bem representadas. Mas ao mesmo tempo que uma cultura moderna, local e em constante transformação borbulha debaixo da superfície, Washington conserva seu ideal histórico de cidade construída sobre um legado histórico comum —um lugar onde, mesmo em um ano eleitoral marcado por grandes divisões, todos os americanos podem refletir sobre sua identidade compartilhada.

2. Ilhas Virgens Britânicas
Uma cadeia de ilhas devastada por furacões dá a volta por cima


Fustigadas pelos furacões Irma e Maria em 2017, as Ilhas Virgens Britânicas levaram algum tempo para se recuperar. Mas vários resorts vão reabrir este ano, incluindo o icônico Rosewood Little Dix Bay, criado originalmente pela conservacionista Laurance Rockefeller em 1964 e que estava passando por uma renovação quando os furacões atingiram as ilhas. O Rosewood será reaberto em janeiro. Na ilha Norman, três hotéis, uma marina e um observatório estão previstos para ser inaugurados este ano. Ao largo da ilha, o navio William Thornton, que antes tinha o bar flutuante conhecido como Willy T, foi danificado e agora faz parte de um recife artificial, mas seu lugar foi tomado por um navio novo. Muitas das propriedades têm um novo viés ambiental. A reconstrução da ilha Necker, do empresário Richard Branson, deve terminar em abril; seus funcionários vão começar a usar uniformes feitos de plástico reciclado encontrado no oceano. Em 2019 o resort instalou turbinas de vento, com as quais vem conseguindo operar com energia 90% renovável. Neste verão o iate clube Bitter End vai inaugurar uma marina nova usando materiais reciclados e um mercado para abastecer as tripulações de iates e outros barcos; até o outono deve haver alojamentos também. Na ilha Cooper, o Cooper Island Beach Club, situado a 15 minutos de Tortola por táxi aquático, pretende oferecer pacotes que incluem estada na ilha e passeios em um novo iate movido a eletricidade da Voyage Charters, que não vai gerar emissões.


3. Rurrenabaque, Bolívia
Uma nova área de proteção ambiental convida turistas a conhecer espécies animais raras

A pequena cidade de Rurrenabaque é a porta de entrada para uma parte fértil e bela do noroeste da Bolívia que oferece atrações em dobro para visitantes interessados em apoiar esforços de sustentabilidade e proteção de espécies ameaçadas. A Bolívia acaba de receber da World Travel Awards um prêmio de melhor destino verde por seus esforços para lançar programas de ecoturismo e tornar sustentável esta região inteira, cheia de cachoeiras caudalosas e espécies animais raras, além de ser habitada por vários grupos indígenas. Os visitantes vão conhecer Madidi, uma das áreas protegidas com a maior biodiversidade do mundo, e Rhukanrhuka, uma área de floresta tropical e cerrado natural com superfície quase igual à de Yellowstone. Em junho passado a prefeitura de Reyes (numa parceria com a Wildlife Conservation Society e a Rainforest Trust) designou Rhukanrhuka como área protegida, medida que ajudará a conservar os macacos-titi, botos cor-de-rosa e outras espécies raras da fauna local. Vá agora para aproveitar esa região antes que cheguem outros turistas. A Wildlife Conservation Society tem uma lista de operadoras de turismo que recomenda.


4. Groenlândia
Como a Islândia, só que maior, mais distante e sem muita gente (por enquanto)


O desejo expresso pelo presidente Donald Trump de comprar a Groenlândia, território semiautônomo da Dinamarca, foi ironizado e provocou tensões diplomáticas. Além disso, despertou mais interesse por esta ilha pouco visitada (que recebeu menos de 50 mil turistas no primeiro semestre de 2019). Este ano, com novos cruzeiros expedicionários com foco sustentável, alguns deles levando naturalistas e conservacionistas a bordo, ficou mais fácil que nunca conhecer o território de menor densidade demográfica do planeta. Veja a tremenda geleira que alimenta o Icefjord Ilulissat, patrimônio mundial da Unesco, a partir do MS Fridtjof Nansen. Este novo navio híbrido movido a eletricidade faz parte da frota de navios de cruzeiro Hurtigruten, da Noruega, e tem emissões de carbono reduzidas em 20%. Viaje ao Parque Nacional do Nordeste da Groenlândia, com suas lagoas glaciais e peludos bois-almiscarados,no novo navio da Lindblad Expeditions, o National Geographic Endurance, que não terá a bordo garrafas, copos ou canudos descartáveis de plástico. Faça uma caminhada sobre a calota de gelo da Groenlândia com o célebre alpinista Alex Pancoe, como parte do novo Ultimate Iceland Greenland Cruise, da Abercrombie & Kent, viajando no navio Le Boréal, que possui um sistema próprio de tratamento de águas usadas. Com a calota de gelo de 1,6 km de espessura derretendo em ritmo acelerado e com dois aeroportos novos previstos para ser inaugurados em 2021, o momento para explorar a Groenlândia ainda intacta é agora.


5. Região de Kimberley, Austrália
A última grande região pouco explorada do país é repleta de paisagens grandiosas e corais etéreos


A parte menos turística da Austrália está em flor no momento, com uma lista de maravilhas naturais que ficaram mais fáceis de se alcançar: a formação terrestre Bungle Bungle Range, no Parque Nacional de Purnululu, patrimônio mundial da Unesco; os grandiosos rios Ord e lago Argyle (um dos maiores lagos de água doce no hemisfério sul), e as cataratas, os despenhadeiros e as paisagens épicas de El Questro. Há itinerários novos também, incluindo as tours de história da Narlijia Experiences, que destacam a cultura aborígene, e os passeios da Kingfisher Tours para a singular mina de diamantes de Argyle, a ser fechada em breve. Outras opções incluem sobrevoos para curtir a paisagens do Bungle Bungle e Lake Argyle, além de cruzeiros no oceano Índico para três atóis de coral intocados no Parque Marinho Rowley Shoals. E há ainda mais: o bairro de Chinatown, em Broome, foi revitalizado, e o festival de comida Western Australia Gourmet Escape estendeu seu alcance para abranger Swan Valley e Margaret River, destinos favoritos dos foodies. As novas opções de alojamento são o glamping (camping com conforto adicional) no outback do Call of The Kimberley, na fazenda de gado Yeeda Cattle Station, e o reformado Kimberley Sands Resort e Spa, hoje reservado apenas para adultos. Os novos serviços aéreos incluem voos diretos de Melbourne e Darwin a Kununurra.

Homem pesca na região de Kimberley, na Austrália
Homem pesca na região de Kimberley, na Austrália - Asanka Brendon Ratnayake/The New York Times


6. Paso Robles, Califórrnia
A Costa Central californiana recria o ambiente da Toscana


A Costa Central californiana é conhecida como a outra terra do vinho da Califórnia desde que o ator Paul Giamatti partiu em viagem pela região e jurou não tomar mais merlot, em “Sideways - Entre Umas e Outras”, 16 anos atrás. Mas, embora Paso Robles seja sem dúvida um terroir excelente, com mais de 300 vinícolas (a L’Aventure e a Adelaida foram ampliadas recentemente), supor que é nada mais que uma sequência de salas de degustação seria subestimá-lo. No outono passado o artista plástico Bruce Munro criou “Field of Light”, um show de luzes com 60 mil lâmpadas de vidro espalhadas por 60 mil metros quadrados, convertendo a cidade em um destino artístico (até 30 de junho, quando o show vai acabar). Enquanto isso, o Paso Robles converteu a boa vida —dos vinhos, queijos e hotéis butique— em uma identidade. O melhor hotel da região, Hotel Cheval, vai ganhar 20 quartos novos, um spa de luxo e uma piscina infinita em 2020, enquanto o novo Hotel Piccolo levou paredes de tijolinhos aparentes, um bar de cobertura e frequentadores hipsters para o downtown. A duas quadras de distância, o chef Julien Asseo (do Guy Savoy, em Las Vegas), inaugurou em novembro o novo restaurante Les Petites Canailles, que está sendo muito repercutido e utiliza ingredientes que vêm diretamente do campo para a mesa. Este ano será aberto o mercado Paso Market Walk, de 1.500 metros quadrados, que levará para a cidade estabelecimentos como uma padaria, microcervejaria, gelateria, loja de queijos veganos, sala de degustação de azeites, tostadores de café e especialidades artesanais locais.


7. Sicília
Renascimento sustentável e legado culinário numa ilha vulcânica


Alguma coisa está dando sinais de movimento próximo na Sicília, e não é apenas o monte Etna, que voltou a entrar em erupção no ano passado. Uma nova onda de turistas verdes está chegando à ilha mediterrânea, onde entidades de base e sem fins lucrativos vêm lançando iniciativas de turismo sustentável com funcionários voluntários. É o caso da EtnAmbiente, que em 2019 lançou um aplicativo para ajudar moradores locais e turistas a fotografar e denunciar instâncias de poluição, problema cada vez mais presente em toda a ilha. O esforço começou em 2018 com cinco pessoas preocupadas com o meio ambiente e hoje já é uma rede poderosa dedicada a reduzir o uso de plásticos e preservar as paisagens e os hábitats marinhos ímpares da Sicília. A família vinicultora Tasca d’Almitra converteu uma sede abandonada de fazenda na parte mais baixa do monte Etna numa vinícola que será aberta em 2020, oferecendo workshops e degustações de vinhos. A escola de culinária Anna Tasca Lanza, da família, criou a Food Heritage Association, entidade sem fins lucrativos que promove o uso de ingredientes sicilianos. No ano passado houve a abertura do Historic Trains of Taste, uma série de passeios de trem por paisagens deslumbrantes. A firma formou uma parceria recente com a Slow Food Sicily para levar visitantes a locais gastronômicos e vinícolas menos conhecidos. Um destes é o hotel e restaurante Zash, no meio de um pomar de frutas cítricas na base do monte Etna; o restaurante recebeu sua primeira estrela Michelin no guia de 2020. A operadora turística Uncovr Travel, que trabalha com grupos pequenos de até oito pessoas, é especializada na Sicília e este ano vai promover passeios em carros elétricos para conhecer artistas e produtores de alimentos locais. Palermo vai receber mais leitos de hotel, incluindo no Villa Igiea, de Rocco Forte, que substituiu artigos de plástico por outros como chinelos de palha e água em caixas. E a rede hoteleira NH Hotel Group, dedicada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU, vai promover uma reforma importante em seu hotel em Palermo.


8. Salzburgo, Áustria
O célebre festival de música da cidade festeja seu centenário


As colinas de Salzburgo respiram com o som da música, como na canção “The Hills are Alive”. A cidade atrai multidões todos os anos para conhecer a casa amarela onde Mozart nasceu e os jardins Mirabell, onde Julie Andrews ensinou os atores que representaram as crianças da família Von Trapp a cantar “dó, um dia, um lindo dia...” em “A Noviça Rebelde”. Mas fazer a peregrinação a Salzburgo vale a pena este ano por outro motivo: o Festival de Salzburgo, o Davos ou a Disneylândia da música erudita, vai festejar seu centenário no verão de 2020. Haverá apresentações das divas Anna Netrebko e Cecilia Bartoli e concertos de alguns dos maiores maestros e solistas do mundo. A “banda da casa”, como sempre, será a incomparável Orquestra Filarmônica de Viena. O charmoso Teatro de Marionetes de Salzburgo tem apresentações em escala menor (e preços idem). Quem não tiver ouvido para música pode se deslumbrar com o esplendor barroco da Cidade Velha, se deliciar com o incomparável Wiener schnitzel (escalope à moda de Viena) do Herzl e curtir a gostosa comida de rua local, as linguiças bosna. Um pico alpino das proximidades, o Untersberg, pode ser acessado de ônibus urbano e teleférico. Os grandiosos cafés de Salzburgo proporcionam ao visitante uma experiência magnífica de outro tipo: o Salzburger nockerl, um suflê doce cujos picos cobertos de açúcar de confeiteiro lembram as montanhas nevadas da região.


9. Tóquio
As Olimpíadas são apenas o começo


Todos os olhos estarão voltados a Tóquio este ano, onde os Jogos Olímpicos acontecerão entre 24 de julho e 9 de agosto. Além dos Jogos —e de todos os novos hotéis, espaços esportivos, melhorias no transporte público e o clima geral de empolgação que os acompanha— , a capital japonesa é um dos maiores destinos para turistas que apreciam seu cenário gastronômico ímpar, rico patrimônio cultural, arquitetura de vanguarda e moda também inovadora. Inúmeras aventuras aguardam o turista nesta metrópole ultramoderna: assista ao leilão de atum no novo mercado de peixes de Toyosu. Aguarde em fila para curtir panquecas japonesas no Flipper’s. Deguste o café achocolatado do Bear Pond Espresso. Procure itens de roupa únicos e singulares no eclético complexo de Kitakore. Você pode satisfazer seu amor pela cultura pop na Nakano Broadway, caminhar por uma era que ficou no passado no tradicional distrito de Yanaka ou admirar a fachada futurista (e ótima seleção de leituras) da livraria Daikanyama T-Site. Não deixe de experimentar o lamen do Tsuta, premiado com uma estrela Michelin. Para ter uma visão abrangente da cidade, curta a vista do Skytree, a 450 metros de altitude. Depois disso, tome uma cerveja artesanal numa casa na árvore no Nakano Beer Kobo, opte pela descontração do discreto bar Track ou simplesmente trilhe seu próprio caminho. As opções são infinitas.


10. Cesareia, Israel
A “Pompeia à beira-mar” é um complexo arquitetônico impressionante


Herodes, o Grande, chamou de Cesareia esta cidade portuária da antiguidade em homenagem ao imperador César Augusto, mais de 2 mil anos atrás. Hoje ela preserva muitas das mais impressionantes ruínas romanas do mundo, incluindo um anfiteatro, um aqueduto que segue um caminho paralelo ao mar Mediterrâneo e um hipódromo com um obelisco egípcio. Uma série de trabalhos recentes de restauração comandados principalmente por Ariane de Rothschild converteu Cesareia em importante destino de turismo histórico, no mesmo nível da Acrópole ateniense. Quem visita o Parque Nacional de Cesareia pode caminhar sobre uma fortaleza erguida no século 13 e conhecer as ruínas recém-restauradas de uma das sinagogas mais antigas do mundo. Um centro de turismo inaugurado no ano passado em quatro câmaras com pé direito de oito metros que datam do século 1 a.C. inclui um teatro e uma sala cheia de antiguidades, como um tesouro de moedas de ouro encontradas por mergulhadores no parque arqueológico submarino de Cesareia. No verão deste ano, arqueólogos pretendem abrir ao acesso público outras oito câmaras, uma plataforma enorme contendo as ruínas de um templo dedicado ao imperador Augusto e uma escadaria monumental. Depois de explorar as ruínas, o visitante pode hospedar-se no vizinho Dan Caesarea, hotel de meados do século 20 reaberto recentemente com instalações de arte contemporânea e uma taverna grega à beira da piscina.

Tóquio, no Japão, vista a partir da Tokyo Skytree
Tóquio, no Japão, vista a partir da Tokyo Skytree - Andrew Faulk/The New York Times


11. Parques nacionais, China
O país reforça seus esforços de conservação, criando um novo sistema de parques nacionais


Apesar dos problemas graves que a China sofre com a poluição e o tráfico ilegal de animais silvestres, o país parece estar tentando proteger seus ecossistemas, em parte com a criação de um novo sistema unificado de parques nacionais. Em 2020 será aberto no platô tibetano, região conhecida pela alta densidade do pouco visto leopardo da neve, o Parque Nacional de Sanjiangyuan, com área de 123 mil quilômetros quadrados. Mais de 17 mil pastores locais foram recrutados para atuar como guardas florestais assalariados. Em Sichuan, Shaanxi e Gansu, o Parque Nacional Giant Panda vai interligar 67 reservas de pandas, abrangendo uma área de 27 mil quilômetros quadrados. Embora seja difícil ver ursos na natureza, os viajantes poderão encontrar outras espécies endêmicas como antílopes, muntíacos (cervos-latidores) e macacos tibetanos e trabalhar como voluntários cuidando de pandas no Dujiangyan Panda Base. Na província de Sichuan, o Parque Nacional Jiuzhaigou, patrimônio mundial da Unesco, sofreu um terremoto devastador em 2017, mas a expectativa é que seja reaberto completamente este ano, dando acesso às cachoeiras e aos vilarejos tibetanos do vale deslumbrante.


12. Lesoto
Um país montanhoso tranquilo, ideal para viajantes de espírito aventureiro


Pitoresco enclave de montanhas desérticas escarpadas cercado pela África do Sul por todos os lados, o minúsculo Lesoto é um país que acaba ficando de fora da maioria dos itinerários africanos. Mas as coisas estão mudando no país, conhecido como o “reino da montanha”, onde a maioria dos habitantes veste roupas tradicionais coloridas de lã e vive em aldeias rurais remotas. Nos últimos dez anos o número de visitantes quase dobrou no país, que começou a promover o turismo para estimular sua economia. Uma plataforma de vistos eletrônicos criada recentemente está facilitando o acesso ao país. Os visitantes podem conhecer pinturas rupestres pré-históricas no parque Maloti-Drakensberg, patrimônio mundial da Unesco, ou fazer viagens de pônei de vários dias de duração, hospedando-se em vilarejos com casebres com telhado de colmo (pousadas como a Malealea Lodge, que usa energia solar, organizam os passeios). Em 2020 a capital, Maseru, prevê inaugurar o novo Museu Nacional e Galeria de Arte em um edifício de três andares construído no formato do aloe espiralado, uma planta nativa. O museu terá exposições sobre a cultura sotho, sua tradição artesanal e os primeiros arquivos digitalizados do país.


13. Colorado Springs
O novo Museu Olímpico é apenas uma das atrações


Porta de entrada para férias alpinas desde que os trens primeiro chegaram à cidade, em 1871, Colorado Springs está renascendo em 2020. Em abril será aberto o U.S. Olympic & Paralympic Museum, de US$90 milhões, com projeto da Diller Scofidio + Renfro, os arquitetos responsáveis pela reinvenção do Museum of Modern Art. Outra inauguração, esta no outono, vai acontecer no topo de Pikes Peak, de 4.300 metros de altitude, onde o novo Pikes Peak Summit Complex, de energia zero, feito de aço e arenito extraído no Novo México, oferecerá ao visitante uma vista panorâmica fantástica a partir de suas janelas de 10 metros de altura. O cenário emergente de gastronomia com ingredientes locais da região é outra atração: a padaria Bakers at Nightingale Bread mói seus próprios grãos tradicionais (muitos vindos do Vale San Luis, no Colorado) no Lincoln Center, um novo mercado que funciona numa antiga escola primária de 1948. Na Four by Brother Luck —cujo chef, o acima citado Brother Luck, já apareceu no “Chopped” e “Top Chef”— , os pratos são inspirados nos alimentos indígenas da região de Four Corners, incluindo o pão de milho azul da tribo Ute, com wojapi (molho de blueberries). Há trutas dos riachos do Front Rage nos cardápios do recém-restaurado Broadmoor, resort cor-de-rosa em estilo renascentista italiano que se eleva sobre a paisagem como um delírio febril dos garimpeiros da época da corrida ao ouro.


14. Cracóvia, Polônia
Uma cidade com um passado denso cria parques novos e combate a poluição


Cracóvia, a segunda maior cidade da Polônia, foi em grande medida poupada da destruição da Segunda Guerra Mundial, conservando um centro medieval intacto que é um dos maiores da Europa. Ela é conhecida por suas catedrais, sua história judaica, a cultura dos cafés e a vida universitária movimentada, além de atrações incomuns como a mina de sal de Wieliczka, labirinto subterrâneo do século 13 composto de câmaras, corredores, capelas e estátuas, todos esculpidos de sal. Infelizmente, a poluição atmosférica da cidade chegou aos piores níveis da Europa. O distrito de Nowa Huta (Nova Siderúrgica), construído em 1949 como bairro socialista modelo, chegou a produzir 7 milhões de toneladas de aço por ano. Durante anos a chuva ácida gerada pela queima de combustíveis fósseis e de madeira danificou as construções medievais de pedra da cidade. Recentemente Cracóvia começou a adotar mudanças que visam melhorar a qualidade de ar para seus residentes e os turistas. Em 2019 ela se tornou a primeira cidade do país a proibir a queima de carvão e madeira. Até o final de 2020 a prefeitura pretende lançar uma frota de ônibus eletrônicos nas partes mais poluídas da cidade. Cracóvia também está inaugurando vários parques nas margens de afluentes do rio Vístula, como o Reduta Park, o primeiro espaço comunitário da cidade projetado por moradores. Estão previstas outras iniciativas ecológicas, como a criação de uma floresta urbana.

15. Jodhpur, Índia
Canto, dança e grandiosidade real na “Cidade Azul” do Rajastão


Enquanto muitas cidades indianas já foram transformadas pela indústria da tecnologia, Jodhpur, no Rajastão, estado do noroeste do país, ainda é um centro rústico de arte e cultura. Em fevereiro o World Sacred Spirit Festival (Festival Mundial do Espírito Sagrado) vai acontecer no forte de Mehrangarh, construído no século 15, que é um forte, museu e patrimônio mundial da Unesco. O evento vai incluir mais de 200 músicos de todo o mundo. Se você não puder ir a Jodhpur até então, não se preocupe: todos os anos no outono o mesmo forte Mehrangarh abriga um festival de música folk no qual já se apresentaram nomes como Mick Jagger. A  imersão na Índia anterior aos arranha-céus e call centers prossegue com um passeio entre as muitas casas azul-cobalto da cidade (pintadas nesse tom para refletir os raios do sol, para assinalar o status social superior do morador, para repelir insetos ou para fins estéticos —a resposta depende de a quem se pergunta) e no Umaid Bhawan Palace, palácio em estilo Art Deco que ainda abriga a antiga família real, mas também funciona como hotel de luxo. As apresentações de canto e dança que acontecem todas as noites no palácio rendem homenagem ao povo Marwari, nativo desta região pontilhada de desertos. Em julho a companhia aérea IndiGo, que tem voos de baixo preço, anunciou voos diários sem escalas de Déli e Ahmadabad a Jodhpur, deixando a cidade mais acessível que nunca.

Menina sobre escada em Jodhpur, na Índia
Menina sobre escada em Jodhpur, na Índia - Poras Chaudhary/The New York Times

16. Oeste da Suécia
Siga uma trilha nova, coma uma refeição e depois se exercite para gastar tudo, com zero (ou quase) emissão de carbono


Seria difícil falar em sustentabilidade sem citar a Escandinávia. Poucos destinos oferecem tantas oportunidades quanto a Suécia para testemunhar como os objetivos verdes da região estão sendo colocados em prática. O país pretende se libertar totalmente dos combustíveis fósseis até 2050. O oeste da Suécia parece ser o ponto zero desse esforço. Uma trilha de 70 km foi aberta recentemente entre Gotemburgo e a pequena cidade de Alingsas, com o foco todo centrado na sustentabilidade. As estações de trem existentes ao longo do caminho lhe permitem fazer a caminhada em trechos, sem carro. Você pode fazer uma parada no restaurante de “resíduos zero” Garveriet e curtir um café como bolo, ou “fika”, como parte de uma iniciativa “conheça os moradores locais”. Mais ao norte, no litoral, a  Ramsvik Stugby and Camping hoje tem a maior instalação geradora de energia solar do setor turístico sueco, o que faz dela uma área de campings e cabanas com emissões zero. Passe seus dias correndo ou caminhando pela reserva natural Ramsvikslandet ou numa “mesa do campo comestível” —uma experiência gastronômica ao ar livre em que grupos de pessoas procuram ingredientes na natureza, como alho silvestre e framboesas, e os preparam juntos, seguindo uma receita de chef, mas sem o chef.


17. Egito
Tutancâmon e sua turma vão ganhar uma casa nova


Os egípcios estão construindo como faraós para terminar o enorme e muito aguardado Grande Museu Egípcio em tempo para sua inauguração de gala marcada para este ano. O projeto, cujo custo chegaria a US$1 bilhão, envolveu milhares de operários e quase duas décadas de trabalho. O espaço grandioso será situado a pouco mais de 1,5km das pirâmides de Gizé e vai conter algo como 100 mil artefatos, incluindo mais de 5.000 relacionados ao faraó Tutancâmon. Somam-se a ele outros tesouros arqueológicos abertos ao público recentemente, incluindo o Museu Nacional da Civilização Egípcia e um túmulo antigo cheio de afrescos coloridos na Necrópole de Saqqara Necropolis. E visitar o Cairo será mais fácil que nunca, graças ao novo Aeroporto Internacional Sphinx e a hotéis como o St. Regis Cairo, com 366 quartos, previsto para abrir em junho.



18. La Paz, México
Praia renovada e sensibilidade sustentável no estado de Baixa Califórnia


Um pouco ao norte de Cabo San Lucas, no litoral, fica La Paz, capital do estado de Baixa Califórnia do Sul e uma das cidades mais antigas e dinâmicas da região, com 250 mil habitantes. Mas, diferentemente de muitas outras cidades litorâneas mexicanas mais famosas, a área de La Paz resistiu à construção de grandes resorts, permanecendo relativamente desconhecida entre turistas forasteiros. Décadas atrás, ambientalistas locais impulsionaram a criação da grande área protegida do Patrimônio Marinho Mundial da Unesco, uma designação que teve por objetivo proteger a costa e o mar ao largo dela, dotada de uma biodiversidade tão grande que o Mar de Cortez é conhecido como o “aquário do mundo”. No ano passado foi aprovada em La Paz uma das leis mais rígidas do país de proibição de plásticos de uso único; a lei entrará em vigor este ano. Ao mesmo tempo a cidade promoveu uma renovação extensa de seu calçadão de beira-mar, o malecón, que ficou cinco quilômetros mais longo, ganhou ciclovias, um parque de skate, fontes e esculturas de artistas mexicanos respeitados, ilustrando a vida marinha local. Este ano o Grupo Habita, operador de hotéis butique estilosos no México, vai abrir sua primeira propriedade na Baixa Califórnia do Sul, o La Casa das Perlas, com 32 quartos, em La Paz. O hotel, que incorpora uma construção da década de 1919, terá piscina, spa, restaurante e “bar do pôr-do-sol” dando para o malecón e o mar.

19. Grand Isle, Louisiana
Uma ilha-barreira de beleza assombrosa pode desaparecer em breve

A última ilha-barreira ainda habitada do Louisiana, Grand Isle, impõe uma pergunta perturbadora: será que um lugar nos parece mais belo quando sabemos que está desaparecendo? Este pedacinho de terra totalmente plano com 11 km de comprimento e menos de um quilômetro de largura, durante anos centro pesqueiro e esportivo a duas horas ao sul de Nova Orleans, enfrenta um dos maiores índices mundiais de elevação relativa do mar, razão porque sua sobrevivência é incerta. Se você quiser conhecê-la, o momento certo para ir é agora, enquanto o Golfo do México ainda banha as areias do Parque Estadual Grand Isle sob um céu azul com nuvens de algodão, enquanto colhereiros-americanos com plumagem rosada ainda alçam voo a partir de manguezais e pequenas baías que podem ser visitadas melhor de caiaque. Árvores retorcidas pelo vento povoam as florestas de carvalhos ímpares conhecidos como cheniers, e na primavera, especialmente na época do festival de aves migratórias, em abril, milhares de pássaros canoros da América Central e do Sul, além do México, literalmente caem do céu, exaustos após a épica travessia do Golfo. Golfinhos-nariz-de-garrafa frequentemente brincam ao lado dos barcos operados pela Calmwater Charters, em passeios que destacam a história humana e natural da ilha e incluem uma visita a um ponto de reprodução de pelicanos, a ilha Queen Bess, que vai concluir em fevereiro de 2020 um trabalho grande de restauração do hábitat das aves.

20. Chow Kit, Kuala Lumpur, Malásia
Um bairro subapreciado ganha uma injeção de estilo e energia

Centro político e financeiro da Malásia, Kuala Lumpur atrai visitantes internacionais por várias razões. Há os edifícios de inspiração islâmica Petronas Twin Towers, projetados por César Pelli; o hipnoticamente sangrento festival hinduísta de Thaipusam (em que os fiéis furam sua própria carne para render homenagem à divindade Murugan), e o Exchange 106, o edifício mais alto do sudeste asiático, que acaba de ser inaugurado. Mas este ano os turistas talvez queiram conhecer o bairro de Chow Kit, onde a abertura recente de dois hotéis injeta uma nova dose de estilo e energia nesse distrito de prostituição decadente e subapreciado. O hotel Chow Kit, com 113 quartos, foi projetado pelo Studio Tack, do Brooklyn, sendo seu primeiro projeto na Ásia, e saúda os visitantes com paredes texturizadas à mão, banquetas macias e tapetes em várias camadas. O belo Chow Kit Kitchen & Bar, do hotel, atrai frequentadores locais e internacionais com um cardápio malaio moderna. Ao lado, o MoMo’s, de preços mais acessíveis, tem um ambiente enxuto: saletas minúsculas e simples com paredes de concreto e móveis de madeira. O saguão tradicional deu lugar a um espaço social chamado Playground. Fora do hotel, Chow Kit tem a maior feira de hortifrútis do sudeste Asiático, o maior templo sikh da Ásia e restaurantes novos e ecléticos como o Joloko, de inspiração caribenha. Na rua de mão única  Jalan Doraisamy, que sai da avenida principal do distrito e no passado era ladeada por boates, lojas reformadas foram convertidas no The Row, um enclave de lojas descoladas, espaços de arte e lugares para comer e beber.

Píer em Grand Isle, na Louisiana
Píer em Grand Isle, na Louisiana - Robert Rausch/The New York Times

21. Jevnaker, Noruega
A arquitetura retorcida é a atração em uma aldeia com um grande parque de esculturas

Cerca de 80 quilômetros ao norte de Oslo, na Noruega, Jevnaker é uma aldeia adormecida na costa sul do fiorde Rands, que também abriga um dos maiores parques de esculturas do norte da Europa. Fundados por um rico colecionador de arte norueguês, o Museu Kistefos e o Parque de Esculturas ocupam uma antiga fábrica de celulose de madeira que hoje exibe 46 esculturas de artistas contemporâneos, como Anish Kapoor, Olafur Eliasson e Yayoi Kusama, entre muitos outros. O que o torna um destino cultural imperdível é o Twist, uma nova construção de 1.400 m2 que atravessa um rio no meio do parque de esculturas. Inaugurada em setembro, a ponte incrível foi projetada pelo Grupo Bjarke Ingels com uma fachada de alumínio que se contorce como uma pilha de cartas. Ao mesmo tempo ponte e escultura, a estrutura intrigante também servirá como galeria para exposições temporárias.

22. Bahamas
Muita coisa foi poupada pelo grande furacão e aguarda visitantes

As centenas de ilhas que compõem as Bahamas são tão nítidas que o astronauta Scott Kelly as considerou o lugar mais facilmente reconhecível da Terra a partir do espaço —e um dos mais belos. Cerca de 6,6 milhões de pessoas visitaram as Bahamas em 2018, mas depois do furacão Dorian, em setembro, esse número caiu. Quatro meses depois, apenas Great Abaco permanece muito danificada para ser visitada; muitas ilhas, incluindo a cadeia Exumas, com mais de 190 quilômetros de extensão —lar dos famosos porcos nadadores—  não foram atingidas pela tempestade. E as Bahamas, onde quase a metade da economia depende do turismo, precisam dos dólares dos visitantes para sustentar os esforços críticos de reconstrução. A ilha Grande Bahama já se recuperou, com navios de cruzeiro atracando mais uma vez em Freeport e vários hotéis reabrindo. Em 2020, começarão os voos sem escalas para Nassau a partir de Denver (Colorado), abrindo as Bahamas para o oeste dos Estados Unidos. Em junho, está programada a inauguração de um dos resorts Margaritaville de Jimmy Buffett, no centro de Nassau, oferecendo uma injeção de energia necessária à vida noturna do centro da cidade. Na ilha New Providence, o Baha Mar, resort de luxo com 2.300 quartos em Cable Beach, inaugura em janeiro um novo centro infantil que tornará mais familiar o destino, que tem o maior cassino da região.

23. Kampot, Camboja
Lugar tranquilo, na beira do rio, ganha uma rua gastronômica exclusiva

Kampot, enclave ribeirinho descontraído com prédios coloniais franceses, plantações de pimenta e uma escultura gigante da famosa fruta pungente do Sudeste Asiático, o durião (parecido com a jaca), há muito tempo é um destino pouco conhecido no sul do Camboja. Chegar lá em 2020 será consideravelmente mais fácil: um projeto de ampliação de estradas (partindo da capital, Phnom Penh) está quase concluído, e um novo porto será aberto nesta primavera, com balsas para Phu Quoc no Vietnã e para outras ilhas no golfo da Tailândia. Quando você chegar, os encantos de Kampot também serão amplificados. O centro da cidade, marcado por arcos, venezianas e colunatas, está ganhando restaurantes da moda, como o Hotel Old Cinema, um remake recente de um teatro art déco. E no calçadão ao longo do rio Praek Tuek Chhu, perfeito para se ver o pôr-do-sol e ponto de partida de barcos de festa com neon e passeios com vaga-lumes, está sendo inaugurada uma nova rua de restaurantes, com dezenas de cozinheiros locais montando barracas todas as noites. Feiras de artesanato, música ao vivo e carrinhos cheios de bandejas de insetos fritos estão surgindo quase mensalmente. Para ter a melhor perspectiva, vá até o monte Bokor, antiga estação colonial com cascatas, um elaborado templo budista e uma igreja de pedra abandonada com vista para as florestas e o mar.

24. Christchurch, Nova Zelândia
Um terremoto e um ataque terrorista transformaram a cidade em símbolo global de resistência

Dez anos após o terremoto de Canterbury, em 2010, e nem um ano após o ataque terrorista de março de 2019 a duas mesquitas, Christchurch, onde 23 milhões de dólares da Nova Zelândia (cerca de R$ 62 milhões) foram levantados para apoiar a comunidade muçulmana, continua a se mostrar um símbolo global de resiliência. Enquanto a destruição do terremoto permanece visível, o centro da cidade foi animado por construções e restaurações recentes, incluindo a Turanga, ou Biblioteca Central, projetada em estilo modernista pela empresa dinamarquesa Schmidt Hammer Lassen. Com inauguração prevista para este ano, a vizinha Aldeia Puari, um centro cultural maori, oferecerá exposições, comida maori e passeios de waka (canoa) no rio Avon. O novo Riverside Market apresenta produtos e alimentos preparados da região circundante de Canterbury, o celeiro da Nova Zelândia, em 40 barracas adjacentes a uma alameda de novas butiques. Além de um forte programa de arte pública, que instalou esculturas por toda a cidade, os destaques recentes incluem o centro de alimentação Little High Eatery; seu vizinho, o bar de vinhos Not Without You; e a Eco Villa, estalagem de oito quartos reconstruída a partir de uma casa de 1910 danificada pelo terremoto, em frente à Catedral de Papelão do arquiteto Shigeru Ban. Em breve, também será mais fácil chegar a Christchurch: a American Airlines anunciou recentemente o serviço direto de Los Angeles a partir da primavera.


25. Astúrias, Espanha
Um retiro secreto para os espanhóis se afastarem de tudo

Com colinas esmeralda caindo em mares de safira que banham praias em meia-lua, as Astúrias são o refúgio de verão dos espanhóis que evitam as aglomerações das massas nas margens do Mediterrâneo. Hoje, a região que lançou a Reconquista da Espanha a partir do século 8º é conhecida pela hospitalidade abundante, mas não recebe muita atenção do exterior, talvez por causa de sua reputação chuvosa. Mais visitantes serão inevitáveis em 2021, quando o sistema de trens de alta velocidade AVE da Espanha atravessar os Picos da Europa, facilitando o acesso à província de Madri e outras partes da Espanha. Os visitantes encontrarão trilhas para caminhadas e ciclismo, como a Trilha do Urso e o Desfiladeiro Cares; o parque nacional mais antigo da Espanha; antigos assentamentos célticos no topo das colinas conhecidas como Castros; minas de ouro romanas; e um centro cultural projetado por Oscar Niemeyer. Agora, sobre a famosa hospitalidade: as Astúrias são conhecidas como a região leiteira da Espanha, por isso é justo que sua capital, Oviedo, seja a Capital do Queijo em 2020. Se você deseja combinar ecoturismo com gastronomia de ponta, confira o PuebloAstur Hotel. Para pratos tradicionais, tente El Llar de Viri; o melhor do melhor é na Casa Marcial, com estrelas Michelin, ou nos novatos Güeyu Mar e Gunea. A única reclamação dos visitantes é de que comeram demais.

Montanhas na Comunidade Autônoma das Astúrias, na Espanha
Montanhas na Comunidade Autônoma das Astúrias, na Espanha - Emilio Parra Doiztua/The New York TimesNYT


26. Haida Gwaii, Colúmbia Britânica
Um grupo remoto de ilhas celebra sua herança das Primeiras Nações. Você também pode

Neste arquipélago isolado ao largo da costa da Colúmbia Britânica (Canadá), você verá mais águias do que pessoas em trilhas para caminhadas e conhecerá locais indígenas poderosos, quase em total isolamento. Isso é intencional: as pessoas das Primeiras Nações Haida que vivem aqui protegem ferozmente seus recursos naturais e culturais com um turismo sustentável para pequenos grupos. Os visitantes são recompensados com uma profunda conexão com o local e as pessoas, especialmente no SGang Gwaay (Ninstints), um extraordinário sítio da Unesco na Reserva e Parque Nacional Gwaii Haanas, acessível apenas por barco. Aqui, descendentes dos haida chamados Vigilantes levam no máximo 12 pessoas de cada vez para uma aldeia haida do século 19 abandonada, cujos postes memoriais e casas de cedro estão sendo lentamente engolidos pela terra. Chegar lá é igualmente memorável: a Haida Style Expeditions realiza passeios de um dia em bote inflável, com observação de baleias no trajeto; a Inland Air organiza viagens combinadas com hidroavião e bote. Em junho, a Intrepid Travel começará sua primeira expedição às ilhas Haida Gwaii, viagem de oito dias partindo da Colúmbia Britânica continental com quatro noites em Haida Gwaii e uma visita guiada por Vigilantes a K'uuna Llnagaay (Skedans), outra aldeia deserta com postes haida cobertos de musgo e grama. Como alternativa, a Haida House oferece pacotes imersivos de três a sete noites, conduzidos por guias haida; matriarcas de clãs ministram aulas de tecelagem no local.

27. Austin, Texas
Se você procura arte, música ou comida, noites emocionantes estão por toda parte

Não é de surpreender que seus amigos e amigos de amigos falem há anos sobre Austin, onde uma economia dinâmica e um centro intelectual são embalados numa estética de cowboy e couro rachado. Neste ano, como uma capital democrata em um Estado republicano, Austin desempenhará um papel importante nas eleições presidenciais. Mas, à parte a política, os principais atrativos estão nas cenas de arte, música e gastronomia. Mergulhe no Austin City Limits e no South by Southwest, sim, mas também não perca as galerias de arte no East Side. E há opções para as noites mais emocionante ao ar livre, desde degustação de churros no parque de food trucks The Picnic e cervejas especiais na Jester King Brewery a canoagem ao redor do lago Lady Bird (sobre o reflexo do horizonte) e comilanças no Franklin Barbecue, no centro. Austin é um tipo de lugar para explorar no seu ritmo, e é por isso que tantas pessoas ficam emperradas, mesmo as que antes reviravam os olhos para os fiéis de Austin. Você pode resistir a Austin, com certeza. Mas por que fazer isso, quando a música, a arte, o ar livre e os tacos para o café da manhã — no Tacodeli, em particular—  são tão incrivelmente bons?


28. Sabah, Malásia
Florestas primitivas com orangotangos em extinção, fora do mapa turístico

A razão mais convincente para visitar esse ponto vital da biodiversidade na ilha de Bornéu é ajudar a preservá-lo. Todos os anos, milhares de acres de floresta tropical intocada são incendiados para dar lugar a novas plantações de óleo de palma, mas o turismo pode dar um incentivo para proteger essas selvas primitivas. Empoleirado no canto nordeste de Bornéu, e com vários aeroportos, o Estado malaio de Sabah oferece diversas experiências, enquanto ainda está fora do mapa turístico. Viciados em adrenalina podem escalar o monte Kinabalu e mergulhar com tubarões na costa de Semporna. Os amantes da praia devem ir à ilha Gaya, a uma curta viagem de ferry-boat da capital, Kota Kinabalu. O Gaya Island Resort possui seu próprio recife de coral, centro marinho (e biólogo marinho) e impressionantes enseadas de areia. Mas o maior atrativo de Sabah é a chance de ver orangotangos ameaçados de extinção em plena natureza. Navegue ao longo do rio Kinabatangan em pequenos barcos para vislumbrar os macacos, além de elefantes pigmeus, crocodilos e macacos-narigudos. Ou vá ao Centro de Reabilitação Sepilok Orangutan, que resgata orangotangos órfãos de incêndios florestais e de caçadores ilegais desde 1964. Os 60 orangotangos residentes saem da floresta de reserva durante os horários de alimentação diária.


29. Churchill, Manitoba
A capital mundial dos ursos polares enfrenta as mudanças climáticas

A rota de mais de 1.500 quilômetros da Via Rail, de Winnipeg (Canadá) ao norte até Churchill, ficou fora de serviço por 18 meses após as inundações em 2017. Isso deixou a cidade, conhecida pela presença de ursos polares, sem recursos, suprimentos vitais e transporte acessível. Menos visitantes resultaram em demissões, pois as empresas contrataram só para se manter à tona. Agora, com o trem recém-restaurado, Churchill está se recuperando. Além de fazer turnês com operadores de safári caros, como Churchill Wild, os visitantes podem se inscrever para passeios com cientistas a preços acessíveis no Churchill Northern Studies Center. O grupo de conservação Polar Bears International, que abriu recentemente um novo centro interpretativo na cidade, diz que, desde os anos 1980, a população de ursos polares na baía Hudson ocidental, onde fica Churchill, encolheu 30%, resultado do aquecimento global e do declínio do gelo marinho, do qual os ursos dependem para chegar às focas de que se alimentam. Enquanto Churchill gerencia as ameaças e as oportunidades da mudança climática, encara cuidadosamente o desenvolvimento industrial —possui o único porto de águas profundas no Ártico canadense—  e a pesquisa científica, como o Observatório Marítimo de Churchill, dedicado a estudar os efeitos dos derramamentos de petróleo no gelo marítimo, a ser inaugurado neste outono.


30. Uganda
A capital dos primatas e o paraíso dos pássaros estão mais acessíveis

Sem litoral, no centro-leste da África, Uganda há muito tempo fica à sombra do Quênia, de Tanzânia e outros países mais populares entre os visitantes em safáris. Mas Uganda, descrita por alguns como a "pérola da África", com sua rica fauna silvestre, deve se tornar mais acessível, graças à ressurreição no último verão da companhia aérea nacional do país, Uganda Airlines. Uganda é uma das capitais de primatas do mundo, com 15 espécies (quatro das quais estão ameaçadas), e o Parque Nacional da Floresta Impenetrável de Bwindi, um renomado santuário de gorilas das montanhas. O Patrimônio Mundial da Unesco, no sudoeste de Uganda, abriga cerca da metade dos gorilas das montanhas do mundo. Os safáris para ver gorilas limitam o número de visitantes a oito por dia, e a renda de suas licenças de passeios é direcionada às iniciativas de conservação e proteção dos animais contra caçadores furtivos. O denso parque da floresta montanhosa, que varia em altitude de 1.140 metros a 2.660 metros, também apresenta uma bela trilha até uma cachoeira emoldurada por samambaias antigas e orquídeas selvagens, e é o paraíso dos pássaros, com 350 espécies florestais.

Cachoeira perto do Monte Elgon, em Uganda
Cachoeira perto do Monte Elgon, em Uganda - Marcus Westberg/The New York Times


31. Paris
A capital da gastronomia e da moda se renova com um impulso verde

Paris, sempre resiliente, teve seus contratempos em 2019. Primeiro foram os tumultos dos Coletes Amarelos, depois o incêndio catastrófico em Notre Dame. Mas com uma série de grandes inaugurações — incluindo restaurantes de chefs renomados—  a Cidade-Luz está se renovando. O icônico restaurante Jules Verne, no segundo andar da Torre Eiffel, revelou um novo visual e um novo e famoso chef, Frédéric Anton, em julho passado. Em junho, a Bolsa de Comércio será aberta como um museu que exibirá a coleção de arte contemporânea privada do bilionário francês François Pinault, com um restaurante da aclamada dupla de pai e filho Michel e Sébastien Bras. Em julho, o imponente Hôtel de la Marine, do século 18, abrirá as portas como monumento nacional, com um grande salão de chá comandado por Alain Ducasse. Os loucos por moda, que não querem ficar para trás, têm suas próprias novidades em abril: o museu da moda de Paris, o Palais Galliera, reabrirá com o dobro de seu antigo espaço de exposição e, após 15 anos fechada, a grande loja de departamentos La Samaritaine revelará uma reforma e um luxuoso hotel, o Cheval Blanc. Paris também será mais verde, com o que deverá ser a maior fazenda urbana em cobertura do mundo, a NU Nature Urbaine, a ser inaugurada em abril, e 100 hectares de nova vegetação nos telhados, fachadas e paredes de Paris.


32. Lake District, Inglaterra
O "lugar mais adorável" agora é ainda mais

O lirismo de William Wordsworth moldou o romantismo, o movimento do individualismo, da inspiração e da comunhão com a natureza —que, para o célebre poeta, era simbolizado pelo Lake District, região verdejante de picos e vales no noroeste da Inglaterra, designada Patrimônio Mundial em 2017. Em 2020, o 250º aniversário do nascimento de Wordsworth, um ambicioso projeto de US$ 8 milhões (R$ 32,8 milhões), Reimagining Wordsworth, destacará a vida do escritor, principalmente na encantadora aldeia de Grasmere. Wordsworth viveu na região, em Dove Cottage, onde rabiscou vigorosamente para surgir com trabalhos seminais como "Eu Vagava Solitário Como uma Nuvem". No Dove Cottage e no correspondente Museu Wordsworth, o espaço ao ar livre receberá um novo pátio, trilhas para caminhada, galerias ampliadas e um pomar recriado, enquanto a vila apresentará um jardim sensorial comunitário com plantas locais da época de Wordsworth. Em Cockermouth, local de nascimento do poeta, a Wordsworth House and Garden também sediará uma exposição de aniversário a partir de meados de março. Mas talvez a maneira mais memorável de homenagear o ambientalista pioneiro seja vagar pelo campo —leituras de poesia serão realizadas em Cumbria e outros lugares—   guiado por suas palavras: "Deixe a natureza ser sua professora".


33. Tadjiquistão
Um paraíso em alta altitude para viajantes de aventura fica mais fácil de visitar

Este país sem litoral na Ásia Central está se tornando um local privilegiado para caminhadas, rafting em cachoeiras e escalada, mesmo sendo um dos menos visitados do mundo. Com pouco acesso à internet e uma infraestrutura em desenvolvimento, é pura viagem alternativa —pelo menos por enquanto. O vale de Wakhan é uma região acidentada situada principalmente no norte do Afeganistão, mas se estende até o Tajiquistão. Alcançada pela rodovia Pamir, essa área oferece acesso a uma antiga fortaleza na Rota da Seda em Namadgut, onde você pode tomar banho em fontes termais naturais, subir nas rochas acima da cidade de Langar para descobrir antigos entalhes em pedra, explorar a fascinante mistura de culturas ou admirar a Via Láctea das montanhas de Murghab. (A empresa de turismo Remote Lands oferece um itinerário —a Pamir Highway Road Trip—  com base nessa rota.) Em 2020, vem uma maior acessibilidade: menos restrições nos vistos, novas conexões de voos com a Somon Air e serviço de ônibus adicional em novas rodovias que conectam as cidades principais. O Hilton também estreou recentemente um hotel na capital, Dushanbe, o primeiro de dez estabelecimentos que abrirão em todo o país.


34. Antakya, Turquia
No local de um mosaico antigo, há um museu e um novo hotel

Antakya, a antiga cidade de Antioquia, situada no sul da Turquia, perto da fronteira com a Síria, oferece ricas opções ao visitante. Um importante centro dos primeiros cristãos liderados por são Paulo, abriga uma das primeiras igrejas do cristianismo, a Igreja de São Pedro, escavada na montanha; uma das primeiras mesquitas construídas fora da península Arábica; uma cidade antiga de ruas estreitas e casas de pedra branca; e um museu arqueológico repleto de mosaicos romanos e bizantinos. Um hotel incomum, o Museum Hotel Antakya, tem vista para novas e extensas escavações arqueológicas, incluindo o maior mosaico romano intacto já descoberto, o piso de um fórum. Ao escavar as fundações do hotel cinco estrelas, a família Asfuroglu encontrou camadas tão importantes de história antiga que financiou as escavações e redesenhou o hotel. A obra descobriu dezenas de milhares de artefatos, muralhas da cidade de 300 a.C. e o mosaico do século 4º, um fluxo ondulado que retrata terremotos devastadores e rios desviados. O local agora é um museu público ao ar livre, e o hotel, suspenso em colunas de aço, oferece belas vistas e passarelas de vidro sobre o local, além de acesso gratuito ao museu.


35. Leipzig, Alemanha
A mais nova cidade "cool"

Trinta anos após a reunificação alemã, as fábricas outrora sombrias de Leipzig foram dominadas por lofts, galerias, oficinas, clubes e restaurantes. Frequentemente chamada de "a nova Berlim", a cidade abriga mais de 40 mil estudantes (Angela Merkel já foi um deles) e tem uma vida noturna pujante, ainda mais impulsionada pela decisão da cidade de abolir o horário de fechamento dos clubes em 2018. Por mais que muita coisa tenha mudado, porém, Leipzig não esqueceu suas raízes. Ao longo de 2020, juntamente com uma exposição comemorando 500 anos de industrialização, Leipzig celebrará sua própria história industrial, que remonta ao início do século 19, com exposições, performances, palestras, feiras e passeios pela cidade. Até março, o Museu de Belas Artes explorará, por meio de 50 obras, como o trabalho de máquinas e seres humanos se entrelaçou nos últimos dois séculos, e de março a junho, o Museu de Artes Gráficas exibirá fotos desde 1900 que documentam os efeitos da indústria. Ao longo do ano, a cidade oferecerá passeios por seis áreas onde o trabalho forçado ocorreu durante a era nazista. No lado mais leve, um simpósio em maio, com especialistas de Viena, Berlim e Londres, destacará a história de como as fábricas abandonadas foram transformadas em clubes e casas de show e, no verão, sete pontes no bairro Leipzig Oeste, que já abrigou muitas fábricas, se tornarão palcos de teatro ao ar livre.

Vacas pastam no Tajiquistão
Vacas pastam no Tajiquistão - Tony Cenicola/The New York Times


36. Lima, Peru
Uma cidade de culinária incrível também tem história e arte ricas

Lima é hoje sem dúvida o epicentro culinário da América do Sul, uma cidade cheia de chefs famosos e pratos extravagantes de comida extraordinária. Essa cena emocionante serve como um antídoto para o que no passado impedia os viajantes de ficarem por lá: céu encoberto, esquinas arruinadas, engarrafamentos e desigualdade econômica. Mas aqueles que dão uma chance ao local são recompensados não apenas com restaurantes de classe mundial, como também com uma rica capital histórica e cultural repleta de praças perfeitas como a Plaza Mayor, museus cheios de tesouros antigos como o Museo Larco e mansões ocupadas por artesãos como Dédalo Arte e Artesania. E novos voos sem escalas dos Estados Unidos e da América Latina tornam mais fácil chegar a Lima. Os turistas geralmente orbitam em torno do bairro de Miraflores, com seu calçadão ao lado da falésia para andar de bicicleta e suas lojas arrumadas como a Morfologia, sem mencionar restaurantes como Maido e Central, ambos nos top 10 do ranking dos 50 melhores restaurantes do mundo. Mas há compras a serem feitas nas butiques locais ao longo da calle de los Conquistadores, em San Isidro, assim como uma pirâmide pré-inca para explorar no centro da cidade. Não fique entristecido pelo cinza: Lima está brilhando em 2020.


37. Molise, Itália
Se você está em busca da Itália tradicional e sem congestionamentos, encontrou

Nunca ouviu falar em Molise? Não fique envergonhado. Muitos italianos ainda não conhecem essa região no centro-sul da Itália. Mas os que fazem a peregrinação descobrem uma das partes mais espetaculares do país e sua região mais jovem, que fez parte de Abruzzo-Molise até 1963. Entre as atrações: assentamentos romanos como Saepinum (um complexo de banhos e um fórum que rivaliza com os da capital da Itália, mas sem multidões); uma costa intocada que inclui cidades como Termoli, com vista para o Adriático, com um castelo da Suábia; e montanhas como Campitello Matese, qeu abriga uma ampla rede de pistas de esqui. Aqueles que gostam de caminhar também vão querer explorar as trilhas seculares ao longo das quais eram pastoreados carneiros e bois, de Abruzzo a Molise e Puglia, nos meses mais frios. Os festivais aqui são essenciais para a cultura da região. Na época do Natal, durante o festival de Ndocciata, tochas são acesas em cidades como Agnone; o festival de Carrese na primavera apresenta uma corrida de carro de bois que passa por Ururi. Abandone seu carro e veja as paisagens do trem. Chamada de Transiberiana da Itália por causa de sua rota remota e espetacular, possui vagões da década de 1920 que transportam passageiros de Sulmona, em Abruzzo, até Isérnia em Molise, passando por florestas e aldeias de montanha.


38. Copenhague, Dinamarca
Uma cidade verde fica ainda mais sustentável e conectada

Uma série de fatos inovadores estão aproximando a capital da Dinamarca da meta de neutralidade em carbono em 2025. A primeira usina do mundo de energia produzida por lixo, encimada por uma pista de esqui, a CopenHill abriu a tempo para a temporada 2019-20. O centro de esqui, projetado pelo Bjarke Ingels Group, fica no emergente bairro de Refshaleoen. Neste ano, será inaugurado o hotel cinco estrelas Villa Copenhagen, localizado em um antigo centro postal ao lado da Estação Central de Copenhague, a principal estação ferroviária da cidade. É um dos poucos hotéis de luxo a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Em novembro, aproveitando a onda do sucesso da nova cozinha nórdica, a chef Kamilla Seidler (do Gustu) abriu seu novo restaurante, Lola, que emprega refugiados, ex-presidiários e pessoas com deficiência, criando um cenário gastronômico cada vez mais inclusivo. E talvez a maior mudança seja o gigantesco novo circuito do metrô elétrico M3 (City Ring). Ligando os bairros de Norrebro e Frederiksberg com 17 estações novíssimas, foi inaugurado no final de 2019. Uma linha adicional de metrô será aberta neste ano, tornando o transporte urbano ainda mais sustentável.


39. Richmond, Virgínia
Uma cidade do sul dos EUA, outrora tranquila, hoje brilha como um verdadeiro destino cultural

Richmond, conhecida por ser uma capital sonolenta e rica em história da Confederação sulista dos Estados Unidos, transformou-se em um dinâmico centro cultural de vanguarda nas artes, alimentação e recreação. A uma curta distância de carro de Washington, Charlottesville, Virgínia e Virgínia Beach, a cidade é um ímã para expatriados, millennials e universitários de Washington. A entrada do Museu de Belas Artes da Virgínia, no recém-batizado Arthur Ashe Boulevard, apresenta a enorme estátua "Rumores de Guerra", de Kehinde Wiley, que foi projetada para desafiar a narrativa de heroísmo em uma cidade onde ainda restam monumentos da Guerra Civil. O Belleville, primeiro centro gastronômico da cidade, será inaugurado ainda neste ano no Scott's Addition, antigo bairro industrial que virou ponto de interesse urbano. O centro terá como âncora a Veil Brewing Co., popular cervejaria artesanal local, juntamente com 18 restaurantes e três bares. Os destaques mais recentes em restaurantes incluem o Spoonbread Bistro, que combina a culinária americana sulista com a francesa, e o Parterre, restaurante que oferece comida caseira no histórico Linden Row Inn. Para os entusiastas do ar livre, o rio James oferece rafting em corredeiras de classe 3 e 4, uma raridade dentro de uma cidade dos EUA.


40. Monte Quênia
Em uma montanha vulcânica, a vida selvagem prospera e as geleiras estão desaparecendo

A segunda montanha mais alta da África (depois do Kilimanjaro), o monte Quênia —um enorme vulcão adormecido que entrou em erupção há cerca de três milhões de anos—  fica ao sul do Equador e domina a paisagem do centro do Quênia. A montanha também abriga algumas das últimas geleiras tropicais remanescentes do mundo. Mas não por muito tempo: uma avaliação recente descobriu que o gelo permanente no monte Quênia poderá desaparecer completamente antes de 2030. Esta é a hora de ir para lá. Chegar ao cume rochoso da montanha, com mais de 5.100 metros, requer habilidades técnicas de escalada, mas os caminhantes motivados e em forma podem fazer o percurso até Point Lenana, que, a 4.906 metros, é o terceiro pico mais alto da cordilheira. Ao longo da expedição, de quatro a seis dias, os turitas viajam através de diversos ecossistemas: de pradarias e florestas de bambu; de charnecas pantanosas à paisagem selvagem e elevada da zona afro-alpina. Ao longo do caminho, poderão avistar rastros de elefantes no bambu, ouvir hienas gritando à noite e ver calaus, pássaros-do-sol e águias-falcões. Os visitantes acampam ou ficam nos abrigos de montanha com preços moderados ao longo da rota. Guias são fortemente recomendados e autorizações são necessárias (custam US$ 52 ou R$ 213) por dia para visitantes internacionais e podem ser adquiridas na chegada ao parque.

A estátua "Rumores da Guerra", de Kehinde Wiley, em Richmond, na Virgínia
A estátua "Rumores da Guerra", de Kehinde Wiley, em Richmond, na Virgínia - Tony Cenicola/The New York Times


41. Menorca, Espanha
Um futuro sustentável e orientado pela arte para uma ilha do Patrimônio da Unesco

Amada por suas paisagens selvagens e praias intocadas, Minorca, a segunda maior das ilhas Baleares da Espanha, no mar Mediterrâneo (apenas Maiorca é maior), e uma Reserva da Biosfera da Unesco está se preparando para atrair uma multidão atrás de arte em 2020. Hauser & Wirth, uma das principais galerias contemporâneas do mundo, abrirá um centro de artes na Isla del Rey, ilhota escondida no porto de Mahón, dentro de um hospital naval do século 18 e seus anexos. A galeria promete contribuir para a restauração completa do hospital e preservar o ecossistema da região por meio de jardins projetados pelo paisagista Piet Oudolf. Com exposições rotativas, atividades educacionais, um programa de residência e um restaurante, a chegada da galeria complementa o enfoque estrito da ilha na conservação e no turismo lento. Na hospedagem, os visitantes têm mais opções, pois estão surgindo hotéis-butique que também assumem a sustentabilidade como prioridade. Inaugurado no final do verão passado, o Menorca Experimental é uma fazenda com 43 quartos, cercada por jardins selvagens, enquanto Torre Vella e Santa Ponsa são duas fincas isoladas (fazendas com casas antigas) que foram restauradas. Abrangendo 296 hectares de terras agrícolas que produzem azeite e vegetais aromáticos e orgânicos, ambos criam bases elegantes para se explorar como fazem os moradores locais —lentamente.


42. Oberammergau, Alemanha
Um Auto da Paixão realizado uma vez por década se aproxima do 400º aniversário

A vila bávara de Oberammergau tem uma população de 5.400 habitantes, mas espera atrair 500 mil visitantes em 2020 com o Auto da Paixão, que acontece uma vez a cada dez anos, de 16 de maio a 4 de outubro. A primeira apresentação foi realizada em 1634 e, pela primeira vez nos quase 400 anos de história da peça, um número igual de homens e mulheres participará neste ano dos vários papéis. A narrativa de cinco horas se concentra nos últimos dias da vida de Jesus —da última Ceia à crucificação— e explora os talentos de mais de 2.000 moradores nascidos e criados na aldeia. Christian Stückl, que dirige a peça pela quarta vez, espera contar a história de uma maneira nova com "tableaux vivants" ou "quadros vivos" atualizados e um roteiro editado que retrata Jesus como uma figura "relevante para o mundo de hoje, que está ao lado dos marginalizados pela sociedade", afirmou. Uma parceria com a operadora de trens Deutsche Bahn garante partidas noturnas de volta a Munique, e há apresentações com descontos especiais para os visitantes mais jovens nos dias 8 e 9 de maio. Oberammergau também é conhecida por seu legado de entalhes em madeira, e os entalhadores, ou "herrgottschnitzer", têm grande orgulho em fazer peças com temas cristãos.


43. Plymouth, Inglaterra
Revitalizada, esta cidade portuária marca uma ocasião histórica

Este é o 400º aniversário da viagem do navio Mayflower de Plymouth ao novo mundo, e esta cidade no sudoeste da Inglaterra marcará a ocasião com mais de cem eventos. Destacando as perspectivas dos peregrinos e dos nativos americanos, incluirão música, arte, teatro, dança, comédia e encenações históricas. (Plymouth, Massachusetts e outros lugares também participarão.) Plymouth, que se autodenomina a cidade oceânica da Grã-Bretanha, vem desfrutando de um ressurgimento nos últimos anos. Chefs renomados abriram restaurantes e bares de vinho à beira-mar, como o Pier One Bistro, a Honky Tonk Wine Library e o Bonne Santé, e o outrora tranquilo bairro de Barbican agora está cheio de cafés e bares. Existem centenas de prédios antigos, incluindo a Casa Elizabetana do século 16, recém-restaurada, que já foi um "cortiço" onde moravam até 58 pessoas. (Um novo aplicativo, Mayflower Digital Trails, está disponível para orientar os visitantes dos locais.) E nesta primavera será inaugurado The Box, um espaço cultural que apresenta um arquivo regional, um museu de história e exposições de arte contemporânea. A cidade possui uma enorme piscina art déco ao lado de um farol e uma fortaleza intacta do século 17; nas proximidades fica a destilaria de gim mais antiga da Inglaterra.


44. Mata atlântica, Brasil
Um vasto ecossistema recebe nova trilha para destacar sua importância

Grande parte do mundo assistiu no verão passado (hemisfério Norte), enquanto o desmatamento descontrolado transformava em fumaça enormes áreas da floresta amazônica do Brasil. Proteger melhor os preciosos recursos do país —e do planeta— é a premissa por trás de um grande esforço de conservação de várias camadas, atualmente em andamento na mata atlântica do país. Um dos ecossistemas mais ricos do planeta, o bioma abraça a costa leste do Brasil e inclui Rio de Janeiro, São Paulo e mais de 3.400 cidades. O esforço de estabelecer uma trilha de quase 4.000 quilômetros para caminhadas —metade da qual está concluída— formalizaria uma trilha contínua, conectando rotas existentes em cinco Estados e aumentando a conscientização do público sobre a importância e a vulnerabilidade da mata atlântica. O grupo de conservação WWF Brasil, que lidera o projeto com parceiros do setor público e privado, acredita que atrair visitantes criará maior interesse pela proteção de um patrimônio público e apoio aos esforços de conservação que foram enfraquecidos pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Hoje em dia, é mais fácil para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão viajarem para lá: no verão passado, o Brasil renunciou às regras de visto para esses visitantes por até 90 dias.


45. Belle-Île, França
Um paraíso artístico primitivo inspira nova onda de visitantes

Apropriadamente chamada Belle-Île-en-Mer ("Ilha Bela no Mar"), a maior ilha da costa da Bretanha goza de uma nova onda de popularidade. Um dos destinos mais verdes e imaculados da França, recentemente ganhou vários restaurantes, como o AO, do chef japonês Haruka Casters, e hotéis elegantemente reformados, incluindo o Hotel du Phare de 1880, cuja reforma foi conduzida pelo arquiteto Jean-Michel Wilmotte. Um refúgio preferido no final do século 19 por artistas como Claude Monet, que transformou suas praias dramáticas em objetos de muitas pinturas, e a atriz Sarah Bernhardt, que criou uma casa de verão a partir de um forte de pedra abandonado na Pointe des Poulains, Belle-Île fica a 45 minutos de Quiberon por balsa. Um serviço de aluguel de carros elétricos, inaugurado em 2019, é a mais recente de uma variedade de iniciativas verdes, destinadas a preservar sua beleza natural. Outras incluem uma equipe especializada que mantém os 90 quilômetros de trilhas da ilha e reconstrói as dunas ao longo de sua costa protegida.

Plymouth, na Inglaterra
Plymouth, na Inglaterra - Andy Haslam/The New York Times


46. Val d'Aran, Espanha
Um outrora remoto vale dos Pirineus torna-se uma aventura

Usar sapatos para neve em forma de raquete costumava ser uma das poucas maneiras de mergulhar neste vale dos Pireneus durante o inverno. O acesso agora é mais fácil —uma viagem de 300 quilômetros de Barcelona, cercada de pinheiros, graças a estradas reformadas e a um túnel— , mas o Val d'Aran ainda é uma cultura à parte. O isolamento secular preservou suas aldeias medievais, a língua aranesa e a natureza intocada, que serve como pano de fundo para uma nova cena de aventura ao ar livre que permanece geralmente eclipsada pelo brilho de Barcelona e do litoral. A elevada estação de esqui Baqueira-Beret, agora em expansão, tem mais de 150 quilômetros de pistas, com uma recente extensão a seu pico mais alto, Cap de Baciver, além de terrenos ao redor de Escornacrabes ("onde as cabras caem"). Reabasteça em bares e restaurantes animados (afinal, é a Espanha), como o Cinco Jotas Baqueira, onde você pode se deliciar com presunto feito de porcos alimentados com bolotas de carvalho. O vale também está reivindicando o verão recentemente, com trilhas para caminhadas e ciclismo que se espalham pelos Pirineus, incluindo uma seção reformada do Caminho de Santiago e uma nova ciclovia ao longo do rio Garonne. Em julho, a Ultra-Trail du Mont Blanc (UTMB), uma das corridas a pé mais desafiadoras do mundo, está trazendo pela primeira vez sua competição internacional ao Val d'Aran, além de eventos como o Festival da Trilha Baqueira-Beret, repleto de música.


47. Mongólia
Vislumbre a Mongólia antes que o resto dos turistas chegue lá

Se você está procurando o único lugar do mundo a descobrir antes do turismo de massa, visite a Mongólia em 2020. Pode ser difícil imaginar esse país escassamente povoado sendo estragado —mas o número de turistas está em ascensão e a infraestrutura também. No ano passado, a Mongólia atraiu 530 mil visitantes, contra 150 mil em 2000. Ulan Bator, a capital, está abrindo um novo aeroporto, com conclusão prevista para o final de maio. Financiado pelo governo japonês, acomodará o triplo de passageiros que o atual. Também são esperadas rotas mais diretas dos destinos asiáticos. Hoje, a Mongólia tem mais de 400 empresas de viagens, 300 hotéis e 600 resorts e campos para turistas. O governo está dando incentivos fiscais às empresas que constroem hotéis e aboliu as licenças para empresas de turismo. Ele tem até um slogan turístico: "Mongólia – Nômade por Natureza". Algumas atividades populares incluem trekking, escalada, observação de pássaros, passeios a cavalo e a camelo. Quase todas as empresas de viagens incluem o deserto de Góbi no itinerário. Um grande evento cultural é o festival de esportes de Naadam, realizado em julho. Inclui os três esportes mais populares da Mongólia: luta livre, arco e flecha e corridas de cavalos de longa distância.



48. Trilha Juliana, Eslovênia
Um circuito de caminhadas com foco sustentável mostra a beleza épica de um país verde

A Eslovênia é sem dúvida a nação mais consciente com o meio ambiente no mundo. Em 2016, sua principal cidade, Liubliana, foi nomeada capital verde da Europa. Em 2017, o país tornou-se o primeiro certificado como "destino verde". Portanto, não é de surpreender que este terreno montanhoso —com uma população de 2 milhões— tenha dado recentemente os retoques finais na nova Juliana Trail, enfocada na sustentabilidade, a tempo de receber trekkers para a primavera de 2020. O circuito de trilhas, de 265 km, que rodeia o Parque Nacional Triglav (e seu monte Triglav, com 2.818 metros) e conecta aldeias nos alpes Julianos do sudeste da Europa, possui uma dupla razão de ser. Uma é óbvia: fornecer aos aventureiros uma rota que atravessa os destaques cênicos do país —como o fotogênico lago Bled, o rio Soca e o lago glacial Bohinj. Mas a trilha também espalhará o tráfego de visitantes, reduzirá os gargalos de turistas e levará mais viajantes a pontos negligenciados ao longo do caminho. Afinal, a responsabilidade está no centro do plano diretor da Eslovênia para o turismo. "Não basta amar uma paisagem hoje", diz Janko Humar, diretor do Conselho de Turismo do Vale de Soca. "Você precisa administrar proativamente para preservar o futuro."


49. Adis Abeba, Etiópia
Uma economia aquecida está levando o ecoturismo à capital

A Etiópia, onde se diz que originou-se o café, e onde os ancestrais da Idade da Pedra esculpiram pedras em ferramentas e igrejas foram escavadas em rochas e empoleiradas no alto de falésias, é o lugar onde a economia da África se expande mais rapidamente. Em nenhum ponto sua ascensão é mais evidente do que na movimentada Adis Abeba. A capital foi nomeada capital mundial da cultura e turismo em 2020 e por boas razões: seus tesouros incluem Aksum, que, segundo a tradição, é o berço da rainha de Sabá; um museu nacional que abriga fósseis pré-históricos; e catedrais, incluindo a Santíssima Trindade neobarroca com teto de cobre e a enorme Medhane Alem, a segunda maior da África. A cidade possui o primeiro sistema de transporte ferroviário leve na África subsaariana e um setor industrial e de transporte repletos de novas energias ecologicamente conscientes. Os espaços públicos ficaram mais verdes e há mais pousadas ecológicas para os turistas. Agora, o aeroporto internacional de Bole, que já foi um pequeno centro de trânsito caótico, teve uma reforma de US$ 363 milhões (R$ 1,48 bilhão). Três vezes maior que seu antecessor, o aeroporto possui um hotel cinco estrelas próximo e capacidade para 22 milhões de passageiros por ano.


50. Alpes da Transilvânia, Romênia
Uma celebração das antigas florestas da Europa

Para experimentar um pedaço da natureza real sem ter que ir até os confins da terra, não procure além da Romênia. Sua florestas preservadas são lar de ursos, lobos e uma variedade de flora. Elas são encontradas em todo o país, mas você não poderia fazer melhor do que ir até os montes Cárpatos Meridionais, também conhecidos como Alpes da Transilvânia, para uma experiência completa. Uma visita ao Parque Nacional Domogled-Valea Cernei, ou às cadeias montanhosas de Fagaras, mais a leste, oferece milhares de hectares de natureza intocada, além de oportunidades para caminhadas, camping, banhos de cachoeira e muito mais. As estradas decentes da Romênia (uma das quais, a Transfagarasan, é um destino para os entusiastas do automobilismo) tornam possível chegar a tudo isso, mesmo em viagens mais curtas. Nunca houve um momento mais importante para ver e celebrar essas florestas: apesar dos esforços dos conservacionistas, incluindo o príncipe Charles, da Grã-Bretanha, que as chamaram de "um tesouro natural de valor inestimável em um continente que há muito destrói a maioria de suas áreas naturais", continua a exploração madeireira ilegal. Os viajantes que chegam em maior número podem causar um impacto real, enviando a mensagem de que essas árvores valem mais vivas do que mortas.

Homem esquia em resort no Val d'Aran, na Catalunha
Homem esquia em resort no Val d'Aran, na Catalunha - Emilio Parra Doiztua/The New York Times


51. Urbino, Itália
Prestando homenagem à vida e obra de um grande artista renascentista

Este ano é o 500º aniversário da morte de Rafael. Um dos maiores pintores da Renascença da Itália, Rafael viveu em Urbino, em uma casa perfeitamente preservada, na mesma rua da romântica Piazza di San Francesco. No primeiro andar está um de seus primeiros afrescos. No século 15, a casa foi ponto de encontro de alguns dos melhores artistas e escritores de toda a Itália. Uma exposição que mostra algumas de suas melhores obras junto com as de outros artistas renascentistas começou em outubro na Galleria Nazionale delle Marche, em Urbino, e continua até 19 de janeiro. De abril ao final de 2020, a cidade realizará feiras, conferências e eventos dedicados à literatura e à dança. Hoje, a vibração artística de Urbino está viva e forte. Além de possuir uma das universidades mais antigas do mundo —a Universidade de Urbino, fundada em 1506— , a cidade também é considerada a capital do livro da Itália por causa de seu Instituto de Decoração e Ilustração de Livros. Há um festival de jazz em agosto. E uma cidade murada em uma colina com inúmeras vistas da paisagem de Le Marche. Urbino tem tudo o que a Toscana tem —mas pela metade do preço e com a metade dos turistas.

52. Parque Nacional das Geleiras e Whitefish, Montana
Uma paisagem em mudança em um mundo em aquecimento

Quando o Parque Nacional das Geleiras foi criado, em 1910, havia 150 geleiras; hoje, apenas 25 ainda existem. Como os invernos rigorosos e os verões escaldantes continuam a mudar a paisagem do parque, ele ainda oferece uma beleza natural de cair o queixo, com 762 lagos, 175 montanhas, mais de 200 cachoeiras e mais de 700 quilômetros de trilhas. E neste verão haverá a reabertura do Sperry Chalet, um chalé centenário que foi reconstruído após um incêndio em 2017. Para aproveitar a reconstrução de quase US$ 9 milhões (R$ 36,9 milhões) da hospedaria de 17 quartos, prepare-se para fazer reserva com meses de antecedência e, em seguida, planeje uma escalada pela encosta de uma montanha para chegar lá. Enquanto o chalé e outras pousadas históricas são ótimos acampamentos, os que quiserem ficar mais perto da civilização devem ir a Whitefish, antiga estação ferroviária que virou cidade turística, cerca de 30 minutos a oeste. Restaurantes premiados como o Cafe Kandahar e hotéis-butique como o Firebrand foram abertos nos últimos anos, mas essa cidade à beira do lago ainda conserva seu espírito de fronteira. 

 

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves e Clara Allain

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