Descrição de chapéu aeroportos

Funcionários de companhias aéreas relatam alta de Covid; empresas não abrem dados

Trabalhadores e sindicatos reclamam de falta de transparência das empregadoras

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São Paulo

Aeroviários e aeronautas —empregados de terra e de ar de companhias de aviação, respectivamente— dizem ver alta recente nos casos de Covid-19 e reclamam que as empregadoras não divulgam dados sobre infectados.

Um trabalhador de solo do Galeão, empregado da Latam, que pegou o vírus e passou cinco dias internado em novembro, diz que cerca de 20 colegas próximos contraíram Covid-19, com aumento recente de casos. Ele reclama de algumas medidas adotadas pela empresa.

“Recebi três máscaras em abril e foi isso. Depois eu mesmo comprei dez.”

Outro aeroviário, este da Gol, que dá expediente em Guarulhos, diz que a empresa não deixa a desejar nas medidas de prevenção, mas reclama de sua falta de transparência com empregados. Eles não quiseram de identificar.

“Se você pega a doença, tem que apresentar atestado, então eles sabem isso até por setor, mas não nos falam.”

Ele também pegou o vírus em novembro e ficou 13 dias internado. Não acha que o contraiu no trabalho, mas afirma que 15 colegas próximos já tiveram a doença.

O Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos tem a mesma queixa. “As empresas não informam oficialmente esse dado aos sindicatos. A gente tenta buscar direto com os trabalhadores”, diz Rodrigo Maciel, presidente da entidade.

O Sindicato Nacional dos Aeroviários também diz ter notado um aumento nos casos, mas que as empresas “os escondem”. O Sindicato Nacional dos Aeronautas, também às escuras, informou que as companhias “não fazem nenhuma comunicação nem a funcionários nem ao sindicato sobre o número de casos”.

Procuradas, as empresas Latam, Gol e Azul não divulgaram os números de contágio em seus quadros.

A Latam, que concentrou 33,9% do mercado de passageiros domésticos no país nos últimos 12 meses, diz que desde o início da pandemia implementa as recomendações da OMS, orienta funcionários e monitora casos na empresa.

A Gol, com 36,3% do mercado no mesmo período, afirma que medidas extraordinárias foram adotadas a favor de colaboradores e clientes, como distanciamento e proteções de acrílico no check-in.

Já Azul, que leva 28,9% dos passageiros domésticos, disse seguir protocolos para funcionários e clientes e que a porcentagem de empregados infectados é “baixa”.

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