Miami Beach decreta toque de recolher para controlar multidão de turistas

Cidade é destino de jovens festeiros que ignoram a Covid, assim como Tulum, no México

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AFP

A cidade americana de Miami Beach, na Flórida, decretou estado de emergência até pelo menos 12 de abril para tentar controlar uma multidão de turistas que está na região por causa do "spring break", feriado que marca o começo da primavera.

Vídeos e fotos nas redes sociais mostram pessoas dançando sobre carros e passando garrafas de mão em mão. Também há registro de brigas e confrontos com a polícia.

No último sábado (20), a cidade impôs toque de recolher noturno nas ruas mais turísticas de South Beach, que concentram festas em Miami Beach, e ordenou o fechamento das três pontes que ligam a ilha a Miami, das 22h às 6h. O acesso será permitido apenas a residentes, trabalhadores e hóspedes dos hotéis.

A decisão vem após semanas de intensas festas na cidade, que é acostumada à incontrolável multidão de turistas —todos os anos, em março, a pequena ilha recebe milhares de estudantes em férias.

Mas neste ano "o volume é claramente maior do que nos anos anteriores", disse o prefeito Dan Gelber. "Creio que em parte isso se deve ao fato de que há poucos lugares abertos no resto do país, ou eles são muito frios", afirmou.

Tulum, no México, é também um destino que reúne um grande número de turistas que ignoram os riscos da Covid-19, com festivais de música eletrônica, festas clandestinas, discotecas onde não se usam máscaras.

Conhecida por suas águas cristalinas e seu conceito hippie, a pequena Tulum era frequentada antes da pandemia sobretudo por viajantes que buscavam relaxamento e contato com a natureza.

Turistas em ruínas maias em Tulum, no México, no dia 9 de março
Turistas tiram fotos em ruínas maias em Tulum, no México, no dia 9 de março - Daniel Slim/AFP

Mas há projetos para torná-la uma das maiores referências em festivais de música eletrônica no México, o terceiro país mais atingido pela pandemia, com mais de 198 mil mortes.

“O coronavírus é bobagem. A vida tem que continuar, não dá nada”, disse Greta, uma espanhola que compareceu a uma rave em dezembro.

A cidade de 46 mil habitantes é alvo de críticas por suas medidas sanitárias negligentes. O movimento de visitantes aumentou no local a partir do fim de 2020, quando foram realizados encontros de música e arte —em alguns casos, com mais de mil participantes.

Nas últimas duas semanas, foram organizadas 21 festas privadas, descobertas por meio de grupos de WhatsApp pela reportagem.

Ao contrário de outros países, o México não restringiu o turismo e foi o terceiro mais visitado em 2020. Em destinos como Cancún, a vital indústria hoteleira ainda oferece descontos para a quarentena se os hóspedes forem infectados.

Quintana Roo, estado onde ficam Tulum e Cancún, está em alerta amarelo, a segunda fase de uma escala de risco em quatro níveis.

Bares e discotecas estão fechados e eventos em massa, proibidos. No entanto, grandes festas continuam a ser realizadas clandestinamente. Na opinião de David Ortiz, presidente da associação de hotéis de Tulum, esses eventos mancham a imagem do lugar.

Segundo o empresário, já foi assinado um acordo com a câmara municipal e será apresentada ao parlamento local uma "iniciativa de cidadania" para endurecer as sanções a quem descumprir as restrições.​

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