O icônico Empório Eliseiesvski, misto de padaria e mercadinho de luxo situado em um palácio no centro de Moscou, está fechando suas portas após 120 anos.
O glamoroso espaço na rua Tverskaia, uma das mais movimentadas da capital, foi inaugurado em 1901, ainda na Rússia Imperial.
Suas portas continuaram abertas durante a revolução socialista, e o lugar se manteve funcionando confortavelmente durante a ascensão e após a queda da União Soviética. No final das contas, no entanto, foi a pandemia da Covid-19, junto a uma complicada disputa legal sobre a venda do prédio, que resultou na queda da bela Eliseiesvski.
Apesar do passado movimentado e vibrante, o prédio agora estava praticamente vazio, tanto de clientes quanto de estoque.
Gleb Prostakov, porta-voz da Eliseiesvski, disse à imprensa local que a loja estava fechando devido a questões legais.
De 2005 a 2015, o prédio foi propriedade da cidade de Moscou e era administrado pela rede de supermercados Aliye Parusa.
O jornal Moscow Times relata que, em 2015, a cidade concordou em vender o prédio para a rede, mas o contrato para essa transação ainda está no limbo. A rede Aliye Parusa fechou todas as suas lojas em 2019, mantendo apenas o empório Eliseiesvski aberto.
Embora a própria empresa não tenha dado mais detalhes, analistas especularam que a pandemia e a queda no turismo tenham afetado fortemente o setor de alimentação.
Antes de se tornar mercado, o prédio era uma mansão pertencente à princesa Zinaida Volkonskaia. No século 19, a princesa costumava receber músicos, artistas e poetas famosos no local —incluindo o importante poeta romântico Alexander Pushkin.
O lugar foi transformado em um armazém pela família de comerciantes Eliseiev, que fez fortuna importando vinhos e frutas para a Rússia imperial. Após a Revolução Russa, em 1917, o empório foi nacionalizado.
Ao longo do século 20, durante a era soviética, o empório ficou conhecido como o lugar onde se podiam comprar iguarias raras e quase impossíveis de se obter, incluindo caviar.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.