Sem viagens, acampamento e piscinas aquecidas viram opções de lazer em casa

Área de lazer é incrementada com estruturas infláveis, móveis com mais conforto e até itens de acampamento

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São Paulo

Com o turismo ainda fora do horizonte, a área de lazer de casa será, por mais uma temporada, a salvação de muitos viajantes frustrados. Um dos centros das atenções são as piscinas, com modelos infláveis aquecidos. Também há novidades como o “acampadentro”, serviço de camping sem sair de casa.

Catarina Pignato

A estimativa é que o número de piscinas instaladas tenha crescido 35% e os sistemas de de aquecimento solar, 24% no período de janeiro a setembro de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Anapp (Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscinas). A previsão para 2021 também é de crescimento.

“Como os consumidores não estão viajando ou trocando de carro, investiram em bem-estar para as áreas comuns de casa”, diz Flávio Araújo Andrade, diretor do conselho fiscal da entidade.

Dependendo da exposição ao sol, a temperatura da água da piscina fica, em média, entre 20ºC e 22ºC. Com aquecimento, ela varia, dependendo do uso, de 28ºC a até 36ºC —e pode ser mais bem aproveitada ao longo do ano, inclusive em dias mais frios, diz Andrade.

Segundo ele, os sistemas de aquecimento mais presentes no mercado funcionam a partir de gás (valor de instalação mais baixo, mas menor vantagem na relação custo-benefício devido ao consumo de combustível); energia elétrica (chamada bomba de calor, promove a transferência de energia térmica do ar para a água e é considerada econômica no gasto energético); e energia solar térmica (aquece a a água com o calor coletado em placas).

A escolha, porém, deve ser feita com ajuda de um especialista e considerar fatores como posicionamento e espaço ao redor da piscina, volume de água e rede elétrica.

Desde que a pandemia começou, projetos de aquecimento, construção ou reforma de piscinas em casas urbanas, sítios e praias têm sido mais requisitados, segundo a arquiteta Paula Passos, do escritório Dantas & Passos.

O movimento também chegou a clientes sem muito espaço externo, que têm optado por soluções como ofurôs e jacuzzis. “Construir uma piscina pode ter um prazo de obra mais longo. Entre as jacuzzis, você encontra no mercado tamanhos disponíveis para até oito pessoas”, afirma Passos.


Já no caso dos projetos de áreas externas, é comum, diz a arquiteta, que a piscina ganhe companhia de um espaço de cozinha mais turbinado —com churrasqueira, fogão ou forno e mesas que acomodem toda a família. “Torna-se uma área de convivência para quem não está saindo para viajar ou ir a restaurantes.” Móveis que servem essa parte da casa também vêm ganhando mais atenção, afirma ela.

“Pessoas que tinham o hábito de mandar para a segunda residência um móvel que não estava sendo usado investiram em produtos com mais qualidade, porque passaram a ficar mais tempo nessas propriedades”, diz Luciano Mandelli, presidente da Tidelli, que tem 40 lojas de itens para áreas externas no Brasil e em países como EUA e México.

Nos últimos anos, tecidos acrílicos com textura mais plastificada vinham perdendo espaço para aqueles mais confortáveis, que se assemelham aos de móveis de dentro de casa, diz Mandelli. A busca por esses materiais se intensificou no ano de pandemia.

Acessórios para a área de piscina e sistemas de aquecimento também têm sido mais buscados na Leroy Merlin, afirma Carlos Eduardo Ganeo, gerente do setor de jardim da rede. Sucesso do verão, piscinas infláveis são a aposta da temporada na versão aquecida —chamadas de spas.

Até julho, a marca deve disponibilizar dois novos modelos, totalizando seis ao todo. Há opções que fazem a própria filtragem da água, com gerador de cloro, hidromassagem para relaxamento e, entre as novidades, há até um spa que se conecta com a assistente virtual Alexa.

Antes de apostar em um modelo inflável, porém, é importante verificar se o espaço que vai recebê-lo tem estrutura para sustentar o peso da piscina e do volume de água.

Quem tem pouca área fora de casa —ou até dentro dela— também tem outras opções. A arquiteta Paula Passos afirma que lareiras, incluindo estruturas portáteis, também têm sido bastante procuradas.

Nas Lojas Americanas, um modelo portátil feito em aço carbono com 60 cm de diâmetro sai por R$ 314,91 (valor à vista, válido até o fim de maio de 2021).

Empresa cria kits de acampamento para casa

O serviço de "acampadentro", da Aluga Trip, focada no aluguel de equipamentos para camping, surgiu na pandemia, diz Karina Aguiar Pimentel, sócia. No período, a marca criou kits com materiais para quem quer passar tempo em família dentro de casa ou no jardim. Hoje, fornece cerca de 60 kits por mês.

Eles vêm com barraca, colchão inflável, varal de luzes, lanterna de mão e kit de marshmallow. O kit para uma criança custa R$ 99 a diária com frete. Mas a empresa também tem extras como fogareiros (R$18 a diária e R$ 13 a compra do gás), mesas e cadeiras dobráveis (R$ 45 a diária com quatro banquinhos) e isolantes térmicos (R$ 8 a diária). Como precaução, a marca afirma higienizar os materiais com álcool e produtos antibacterianos.

"Deu muito certo, inclusive porque pessoas que nunca montaram uma barraca se sentiram seguras de fazer isso pela primeira vez em casa. E os relatos das famílias são ricos, porque eles conseguem passar uma noite sem eletrônicos", diz Pimentel.

Além disso, a empresa também tem um projeto chamado Happy Campers, que oferece, em uma fazenda, a experiência de campismo com tudo pronto, para atender famílias. ​

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