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Edição centenária de festival de Wagner estreia com polêmica
FRÉDÉRIC HAPPE
DA FRANCE PRESSE, EM BAYREUTH*
A 100ª edição do Festival de Bayreuth, consagrado à obra de Richard Wagner, abriu nesta segunda-feira (25) com a ópera "Tannhäuser", em meio à controvérsia causada pela intenção de uma orquestra israelense de interpretar o compositor preferido dos nazistas.
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O festival terá 30 reapresentações selecionadas das dez principais óperas de Richard Wagner, até o dia 28 de agosto. O local é o Bayreuth Festspielhaus, teatro de 1.974 lugares especialmente construído para o evento, sob a própria supervisão do compositor.
Anualmente, a elite da política, da economia e do mundo do espetáculo se reúne para a abertura, no "palácio do festival", o Festspielhaus, construído em 1876 na "Colina Verde" que domina esta cidade do sul da Alemanha.
Até mesmo a chanceler Angela Merkel estava presente na abertura, ao lado de seu ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle.
Embora os olhares estivessem dirigidos à encenação de "Tannhäuser", ópera romântica, considerada a obra da juventude mais importante de Wagner, também havia muita expectativa, criada por outro concerto.
Frederic Happe/France Presse | ||
Maestro austríaco Roberto Paternostro conduz ensaio de orquestra israelense, em Bayreuth, sul da Alemanha |
ANTISSEMITA
Na terça-feira (26), ao meio-dia, hora local, em outra sala de Bayreuth, a Orquestra de Câmara de Israel (OCI) concluirá um recital interpretando "Siegfried-Idyll" ("O Idílio de Siegfrid"), de Wagner.
O fato é que Richard Wagner (1813-1883) era um antissemita declarado, muito apreciado pelo regime nazista.
Sua obra é considerada praticamente tabu em Israel. Em julho de 2001, o maestro judeu argentino, Daniel Barenboim, dirigiu em Jerusalém a Orquestra Filarmônica de Berlim, que interpretou um fragmento de "Tristão e Isolda".
Barenboim havia dito que os que não quisessem ouvir poderiam sair e 30 ou 40 pessoas deixaram a sala de espetáculo, alguns gritando ou insultando. Os que ficaram, acabaram aplaudindo de pé.
Dez anos depois, a polêmica segue presente em Israel e até o ministro da Cultura precisou intervir para que as subvenções à Orquestra de Câmara de Israel não fossem suspensas.
Nesta segunda-feira, um comunicado da associação de sobreviventes do Holocausto e familiares qualificava a decisão da orquestra de interpretar música de Wagner, em Bayreuth, de "ruptura vergonhosa da solidaridade para com as pessoas que sofreram os horrores" nazistas.
No entanto, a cidade de Bayreuth tenta, através desta e de outras iniciativas, como o projeto de criação de um centro cultural judeu, tirar lições do passado.
Katharina Wagner, uma das diretoras do festival, que patrocinou a ida da orquestra a Bayreuth, prometeu abrir os arquivos familiares para que os vínculos entre os Wagner e o nacional-socialismo possam ser analisados de maneira transparente.
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