Entenda como doenças eliminadas podem voltar a assombrar o Brasil

Diminuição da sensação de medo da doença e disseminação de informações falsas estão entre os motivos que resultaram na queda da imunização

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São Paulo

O Brasil pode voltar a registrar doenças que foram consideradas eliminadas no passado devido às baixas coberturas vacinais nos últimos cinco anos.

O país chegou a receber o selo de erradicação da poliomielite no início da década de 1990, tornando-se um país exemplo para o mundo.

Assim como a poliomielite, o sarampo era uma doença considerada eliminada no país pela Organização Mundial da Saúde, a OMS, em 2015. Porém, os surtos recentes de sarampo que ocorreram no Brasil de 2017 para cá fizeram com que o país perdesse esse selo.

Os índices de cobertura recomendados pelas autoridades de saúde são de 95% das crianças vacinadas de até 5 anos.

A imunização contra a polio teve 100% de cobertura pela última vez em 2013. Desde 2016, ficou abaixo dos 90%, chegando a 76,1% em 2020 e a 69,9% em 2021.

A tríplice viral D1, que previne contra o sarampo, caxumba e rubéola, também vem registrando constante diminuição, saindo da total cobertura em 2014 para 79,7% em 2020.

Dificuldade de acesso aos locais de vacinação, desconhecimento da importância da vacinação e a disseminação de informações falsas sobre vacinas estão entre alguns dos motivos que têm contribuído para a queda na imunização.

"A fake news é uma doença digitalmente transmissível e faz mais vítimas que o próprio vírus", afirma Renato Kfouri, infectologista e presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, a SBP.

Isabella Ballalai, pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, também aponta a diminuição da sensação de medo da doença. "Precisamos falar sobre os riscos, já que esses pais de crianças pequenas, graças à vacinação, nunca viram muitas dessas doenças", destaca.

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