Descrição de chapéu Eleições 2018

Papo anticomunista tacanho de Bolsonaro é uma tolice, diz Reinaldo Azevedo

Para repórter de Mercado, foco na corrupção esconde o problema de má gestão nas estatais

São Paulo

Para o colunista da Folha Reinaldo Azevedo, o primeiro discurso de Jair Bolsonaro (PSL) transmitido pela internet na noite de domingo (28), pouco após o resultado da eleição, foi "absolutamente infeliz".

"O primeiro discurso, com uma estética Al Qaeda, de bunker, foi absolutamente infeliz. Hostilizou a imprensa e veio com aquele papo anticomunista tacanho, falando do risco de socialismo, esquerdismo... Eu queria pedir a ele que elencasse duas ou três medidas comunizantes tomadas recentemente no Brasil", disse o colunista.

Segundo Azevedo, uma coisa são os erros que a esquerda cometeu, outra coisa é falar de "medidas comunizantes. É uma tolice", afirmou.

O colunista participou de debate no estúdio da TV Folha nesta segunda-feira (29) com a repórter especial de Mercado Raquel Landim. O encontro foi mediado por Thais Bilenky, repórter de Poder.

Sobre a prometida cruzada contra a corrupção pregada pelo presidente eleito, Landim diz que o problema maior nas empresas públicas é de gestão. "Esse discurso anticorrupção esconde um problema grave, que é o da gestão. O problema de gestão nas estatais provoca um rombo muito maior do que a corrupção. São empresas mal geridas."

Azevedo concorda. "Todos somos contra a corrupção, é óbvio. A corrupção obviamente faz mal ao país. Mas é uma mentira deslavada que ela seja o principal problema do Brasil. No caso da Petrobras, a política de preços da Dilma foi muito mais nefasta do que a corrupção. Causou um rombo de R$ 70 bilhões."

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.