A Covid-19 tem criado um clima hostil, sobretudo nas pequenas comunidades, pelo medo do contágio

Com 2.653 habitantes, Florínea, que fica a 483 km de São Paulo, teve seu primeiro caso da doença só no dia 6 de agosto

A primeira pessoa infectada pelo vírus na cidade foi Maria Barbosa Meira, 62

Apesar do medo, a parte mais difícil foi enfrentar o preconceito

Todo mundo olhava pra minha família com rabo de olho e dizia: o coronavírus está perto

Maria Barbosa Meira, dona de casa

A boleira Cristiane Meira, 35, filha de Maria, conta que até seus filhos pequenos  ficaram no alvo do preconceito

O engenheiro agrônomo João Marcos Pinto, 27, também testou positivo. Sua casa ficou conhecida como "endereço do corona"

João falou com a Folha atrás de um portão do rancho de seu tio Paulo Eduardo Pinto, atual prefeito

Cerca de 20 dias após ter sido infectado, ele ainda testava positivo. Por isso, João se isolou sozinho no rancho do tio

Já Maria não conseguiu se
isolar, realidade da maioria das famílias de baixa renda do Brasil

Cerca de um terço da população de Florínea vive com meio salário-mínimo, sendo a agricultura o motor da economia local

Essa máscara aqui não é nada diante do que a gente passa todo dia. Mas é preciso trabalhar apesar dessa doença

Paulo Domingues, 61, trabalha em uma plantação de milho

TEXTOS

Dhiego Maia
Karime Xavier

IMAGENS

Karime Xavier / Folhapress

PRODUÇÃO DE WEB STORIES

Ana Luísa Moraes

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