Quem foi
Chiquinha Gonzaga
O Dia Nacional da Música Popular Brasileira é comemorado no dia 17 de outubro. A data não foi escolhida ao acaso: é o dia de nascimento de Chiquinha Gonzaga, primeira maestrina do Brasil
Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no ano de 1847, no Rio de Janeiro. Com pai militar e mãe filha de escravos, Chiquinha compôs sua primeira música no piano aos 11 anos
Cinco anos depois, por imposição do pai, se casou. Quando ela tinha cerca de 20 anos, o marido a obrigou a escolher entre ele e o piano. Chiquinha optou pelo piano
Ela chegou a se casar novamente logo depois, mas também acabou se separando. Por causa dos divórcios, que foram considerados escândalos, seu pai e sua mãe a declararam “morta”
Para sobreviver, dava aulas de piano e passou a integrar o grupo "Choro Carioca" como pianista. Também começou a tocar em festas e frequentar o ambiente artístico da época
Estreou como compositora em 1877, aos 30 anos, com a polca "Atraente", composta de improviso em roda de choro. A música lançou o nome de Chiquinha para a fama
Em 1885, apesar do preconceito de um espetáculo ser musicado e conduzido por uma mulher —duas tentativas suas já haviam sido rejeitadas—, passou atuar como maestrina na peça "A Corte na Roça"
Chiquinha Gonzaga também teve papel importante nas lutas sociais da época: ela participava do Movimento Abolicionista, que culminou com a libertação dos escravos no Brasil em 1888
Em 1889, estreou a tradição de músicas de Carnaval, escrevendo "Ó Abre Alas" para o cordão Rosa de Ouro. A marchinha é cantada até hoje nas festas carnavalescas de todo o país
Além dos divórcios, a maestrina também desafiou os padrões familiares da época ao se apaixonar, aos 52 anos, por João Batista de Carvalho, 16. Devido à diferença de idade, Chiquinha o apresentava como filho
A compositora morreu no Rio de Janeiro, em 28 de fevereiro de 1935, aos 87 anos, ainda ao lado de João Batista de Carvalho
Por muito tempo, a vida e obra da artista ficaram esquecidas. A situação começou a mudar com o lançamento da biografia “Chiquinha Gonzaga – Uma História de Vida”, da socióloga Edinha Diniz, em 1984
O esquecimento a que foi relegada é uma forma de punição a uma pessoa que ousou
Edinha Diniz, socióloga e biógrafa de Chiquinha Gonzaga
Quem também tem uma história de vida interessante é a escritora Carolina de Jesus; conheça
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Fernando Itokazu
Benedito Teixeira
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Acervo Edinha Diniz, Domínio Público, Arquivo Nacional, Reprodução, Julia Jin/Unsplash
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