A história dos relógios

O tempo passa de modo igual para todos os seres humanos, mas a percepção varia

A busca por uma maneira de medir objetivamente a passagem do tempo foi uma das primeiras necessidades das civilizações

O mais antigo método data justamente dessa antiguidade remota: já em 3500 a.C., o ser humano anotava a passagem do dia e da noite com um relógio solar

Trata-se de um ponteiro que marca a altura do sol pela direção da sombra. Em sua forma mais básica, é um pedaço de pau enfiado na terra

O movimento aparente do sol no céu é a forma mais simples de medir o tempo. "Aparente", porque hoje se sabe que é a Terra que gira em torno do sol, e não o contrário

Posteriormente, os gregos inventaram os relógios de água, que já representavam uma grande inovação em relação aos anteriores, pois marcavam horas iguais, de dia e de noite

As clepsidras, como eram chamadas, eram feitas com um recipiente com um furo no fundo que deixava vazar a água. Eram usadas principalmente nas cortes, para regular o tempo de fala dos advogados

É o mesmo princípio da ampulheta, que se vale da passagem de uma quantidade de areia entre dois vasos de vidro

É preciso virá-la uma vez terminada a areia, mas, mesmo que se consiga um meio automático de fazê-lo, há o desgaste do material e da própria areia

No século 11, os monges medievais foram os pioneiros na introdução do relógio no cotidiano

Mais que introduzir um novo mecanismo, introduziram uma nova maneira de pensar: as atividades sérias, civilizadas, têm de se desenvolver em tempo preciso

Já no século 14 da era cristã começam a surgir relógios mecânicos, com alguns princípios básicos que permanecem até hoje —molas, rodas dentadas e ponteiro

Já os tradicionais relógios de pulso surgiram com o empurrão de um brasileiro: o aviador  Santos Dumont se queixou sobre ter que tirar o relógio do bolso para checar seu tempo de voo

Dumont pediu ao amigo Louis Cartier uma alternativa para que pudesse ver as horas mantendo suas mãos sempre no controle do dirigível

O fundador da joalheria Cartier pensou na ideia e, em 1904, surgiu com o primeiro relógio de pulso do mundo, que foi dado de presente ao aviador

Seja em um relógio de pulso, de água ou de sol, uma coisa é certa: o tempo não anda para trás. Exceto na ficção. Veja dicas de filmes sobre viagens no tempo:

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Folha de S.Paulo

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insung yoon, Akshar Dave, Niklas Kickl, Zoltan Tasi/Unsplash, Domínio Público, Reprodução, Giphy

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Ana Luísa Moraes