Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista brasileira, mas foi também professora, poeta, cronista, contista e defensora de ideias de liberdade
Ela nasceu na ilha de São Luís do Maranhão em 11 de março de 1822, filha da "mulata forra" Leonor Felipa dos Reis e do comerciante João Pedro Esteve
Não se conhece nenhum único retrato de Maria Firmina, apenas relatos sobre sua imagem
Sobre a infância da escritora nada se sabe, a não ser que em 1830, com sete para oito anos, ela e a mãe deixam São Luís e passam a residir na cidade de São José de Guimarães
Embora considerada autodidata, Firmina entrou no magistério público como professora não "leiga", mas "concursada"
Em Guimarães, chegou a fundar uma escola mista (misturando meninos e meninas), ato revolucionário, o que lhe causou alguns transtornos e perseguições
A estreia na literatura se deu em 1859, aos 27 anos, com o livro "Úrsula"
A obra, que teve certo destaque à época, com repercussão nos jornais, saiu impressa assinada apenas por "Uma maranhense", embora toda a imprensa local a soubesse quem era
Considerado o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil, ele marca o pioneirismo de Firmina também como precursora da temática abolicionista na literatura brasileira
Tido como nosso "romance negro", Firmina traz um discurso narrativo a partir da escravidão, sob a perspectiva afrodescendente, tornando-se a primeira escritora afro-brasileira
Firmina ainda escreveu o romance "Gupeva", além do famoso conto "A Escrava", de 1887, ano anterior à abolição da escravatura
Na data, para festejar, ela compôs o "Hino à Liberdade dos Escravos". Em uma das estrofes, escreve assim:
"Salve Pátria do Progresso!/ Salve! Salve Deus a Igualdade!/ Salve! Salve o sol que raiou hoje,/ Difundindo a Liberdade!"
Maria Firmina dos Reis
Firmina publicou muita poesia, parte delas em volume, como é o caso de "Cantos à Beira-Mar", de 1871, e crônicas, charadas, composições musicais
Foi mulher irreverente, à frente do seu tempo, como negra e intelectual. Teve vários filhos e filhas adotivos de mulheres negras escravizadas ou pobres
Morreu no dia 11 de novembro de 1917, aos 95 anos, na casa de Mariazinha, mãe de um dos seus filhos de criação
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