A história da língua portuguesa no Brasil

O português é a língua oficial de nove países e tem mais de 260 milhões de falantes. De acordo com o instituto americano SIL International, há mais de 7.000 idiomas no mundo, e o português é o sétimo mais falado

Parte do grupo das línguas românicas, que inclui o espanhol e o italiano, entre outras, o português é derivado do latim —idioma que teve origem na Itália, na pequena região do Lácio, onde está Roma

O latim se disseminou pela Europa juntamente com a expansão do domínio do Império Romano e chegou à região de Portugal e da Espanha

Na península ibérica, o latim se desenvolveu. Com as invasões dos povos bárbaros,  e dos árabes, a língua dessa região ganhou mais influências e acabou se diferenciando das demais derivadas do latim. Nascia assim o galego-português

A separação entre galego e português aconteceu anos depois, com a independência de Portugal, expulsão dos mouros e com a derrota dos castelhanos

No século 15, com a expansão marítima de Portugal, a língua foi espalhada por suas colônias. Em alguns lugares era até proibido falar dialetos locais

Com isso, o português hoje é a língua oficial de nove países e é o sétimo idioma mais falado no mundo

No Brasil, ele sofreu modificações desde a chegada, com influências indígenas, africanas e de imigrantes europeus. É a explicação por trás de tantos sotaques, explica a professora Patricia Carvalhinhos

Em São Paulo, por exemplo, o sotaque tem origem nas influências do tupi na língua portuguesa

A língua tupi não tinha ainda sons de f, l nem r, e por isso colonizadores se referiam a esses índios como sem fé nem lei nem rei

Patrícia Carvalhinhos, professora da USP especialista na origem das palavras

Uma das marcas do português paulista é o "R caipira", que os indígenas não conseguiam pronunciar, explica o professor Ivan Vilela da USP.  A sintaxe tupi também não carrega o plural por toda a frase

Com a expansão dos bandeirantes no interior do país, o linguajar "caipira" paulista passa a abranger um vasto território: do Mato Grosso a Minas Gerais, de Goiás a parte do Rio Grande do Sul

E a língua segue se modificando e se adequando à realidade em que vivemos. Inclusive com a assimilação de estrangeirismos. 'Delivery' e 'home-office', por exemplo, se tornaram termos comuns em uma conversa cotidiana

A pandemia de coronavírus também pode mudar nosso jeito de falar. Palavras como 'corona', 'lockdown' e as expressões 'testar positivo/negativo' já se infiltraram no nosso vocabulário

A língua, afinal, é viva. E está em constante mudança

TEXTOS

Fernanda Mena
Walter Porto
Giuliana Miranda
Naief Haddad
Especial - O tamanho da língua

IMAGENS

Alberto Lingria/Xinhua
Gabriel Cabral, Avener Prado,  Ana Carolina Fernandes, Karime Xavier e Acervo UH/Folhapress
TV Folha
Miguel Medina/AFP

PRODUÇÃO DE WEB STORIES

Rebeca Oliveira