Um dos principais nomes do samba brasileiro, Zeca Pagodinho tem origem humilde e chegou a dizer que prefere o anonimato. Conheça sua história
Foi na quadra do bloco de carnaval carioca Cacique de Ramos que Jessé Gomes da Silva Filho - seu nome de batismo - ganhou projeção nas décadas de 70 e 80
A turma do Cacique de Ramos revolucionou o samba brasileiro, com nomes como Beth Carvalho, Guineto, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Luiz Carlos da Vila, Jovelina Pérola Negra e tantos outros
Ele ia de ônibus para os pagodes do bloco, com um cavaquinho na sacola de papel
Seu primeiro sucesso, "Camarão que Dorme a Onda Leva", foi gravado em 1983 com a madrinha Beth Carvalho
Em 1986 lançou seu primeiro álbum, "Zeca Pagodinho", com faixas que o acompanham durante toda a carreira, como "Judia De Mim", "Brincadeira Tem Hora" e "Quando Eu Contar (Iaiá)"
O CD teve um milhão de cópias vendidas. A canção "Judia de Mim" fez tanto sucesso que foi incluída na trilha sonora da novela "Hipertensão", da emissora Globo
De 1987 a 1993 seguiu com produção intensa, lançando discos todos os anos pela gravadora Sony, a mesma de Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila
A partir de 1993, suas músicas passam a contar com um personagem que se tornaria frequente: Xerém, distrito de Duque de Caxias para onde se mudou com a família em 1990
O objetivo da mudança foi proporcionar aos filhos uma infância "com pé no chão", brincadeiras de rua e contato com animais. Ele mantém o sítio em Xerém até hoje
Entre 1995 e 2000, Zeca lança algumas das principais faixas de sua carreira. A fama não o agradava tanto. Em 1998, em entrevista ao Notícias Populares, ele declarou que preferia ser anônimo
Um dos maiores sucessos de sua carreira, "Deixa a Vida Me Levar", quase não entrou no álbum. O repertório já estava fechado, mas ele fez questão de incluir a música e fazer dela a faixa-título
A música foi tema do pentacampeonato brasileiro na Copa do Mundo de 2002
Conhecido por ter um estilo de vida boêmico, Zeca Pagodinho protagonizou até uma guerra de produtoras de cerveja entre 2003 e 2004
Ele fez propagandas para a Schincariol e para a Ambev, com provocações entre uma marca e outra, e foi processado por quebra de contrato
Eu bebo como todo mundo bebe. Mas eu não fico bêbado. Sei beber. Eu bebo uma cervejinha legal. Todo dia.
Zeca Pagodinho, em entrevista ao Notícias Populares, em 1998
Até hoje é representado sempre com um copo de cerveja nas mãos. Mas, devido a problemas de saúde, ele diz ter "diminuído o ritmo"
Com 44 álbuns lançados e mais de 30 anos de carreira, Zeca é um dos maiores expoentes do samba brasileiro
TEXTOS
Lucas Brêda Luiz Fernando Vianna Cristina Rigitano Rafael Gregório
IMAGENS
Guto Costa/Divulgação Zô Guimarães, Cristina Guerra, Raquel Cunha, Felipe Varanda, Zeca Guimarães, Felipe Varanda, Ricardo Borges, Rafael Andrade e Leonardo Wen/Folhapress Victoria Dannemann