A vida e a obra de Moraes Moreira

Em 2020, o fundador do Novos Baianos morreu aos 72 anos

O cantor, compositor e violonista iniciou a carreira ainda na adolescência, tocando sanfona em festas juninas em Ituaçu (BA), sua cidade natal

Em 1969, ele, Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão, Baby Consuelo e Pepeu Gomes, estrearam os Novos Baianos no Quinto Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record

Nos anos 70 o grupo se mudou para o Rio de Janeiro. Viveram em um apartamento em Botafogo e no sítio Cantinho do Vovô, em Jacarepaguá, numa espécie de comunidade hippie em plena ditadura militar

Foi com o segundo álbum "Acabou Chorare" que o grupo estourou em 1972.  Com  faixas marcantes como "Brasil Pandeiro", "Preta Pretinha" e "A Menina Dança" e "Mistério do Planeta", vendeu mais de 100 mil cópias e se tornou um clássico no cancioneiro brasileiro

Minha música não diz 'abaixo a ditadura', mas falo sobre minha maneira de viver, que pode ser a que não interessa ao sistema

Moraes Moreira, em entrevista à Folha em 1978

Em 1975 ele deixou o grupo e passou a se dedicar a sua carreira solo. Lançou mais de 20 discos, mesclando influências que vão do samba ao baião, passando por ijexás

Foi também em 75 que se tornou o "primeiro cantor de trio elétrico", na praça Castro Alves, em Salvador: cantou, ao vivo, junto ao frevo instrumental

Com a ascensão da axé music e dos grandes blocos, Moraes se afastou do Carnaval baiano e virou um crítico permanente do uso de cordas na folia, por enxergar elitismo e atitude antipopular

Em 2016, reencontrou os parceiros dos Novos Baianos para uma turnê comemorativa que esgotou ingressos por todo o país

Cada um tem sua arma, a minha é o violão. Meu trabalho é energia positiva diante da tristeza

Moraes Moreira, em entrevista à Folha em 1978

Além da música, Moraes lançou os livros "Sonhos Elétricos", "Poeta Não Tem Idade" e "A História dos Novos Baianos e Outros Versos", em que narra, por meio da poesia, a trajetória do grupo

Moraes Moreira deixa mais de 40 discos de sua contribuição para a música brasileira. Conheça os essencias para compreender sua obra:

TEXTOS

Victor Uchôa, Lucas Brêda, Clara Balbi, Claudio Leal e Thales de Menezes

IMAGENS

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Rebeca Oliveira