A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, conhecida como Aids, foi uma das grandes catástrofes epidemiológicas do século 20. A doença é causada pelo HIV, mas não necessariamente será desenvolvida por todas as pessoas que vivem com o vírus
Em 1999, cientistas apontaram como origem do HIV-1, a linhagem predominante, uma mutação do SIV, um vírus que causa imunodeficiência em chimpanzés
Com a descoberta, estudiosos passaram a investigar como, quando e onde o vírus passou dos chimpanzés para os humanos
A teoria mais aceita é que o HIV-1 tenha "nascido" da caça. De acordo com essa explicação, a transmissão ocorreu pelo consumo de carne de chimpanzés com SIV ou pelo contato com o sangue do animal durante o processo
Normalmente, o sistema imunológico humano teria combatido o SIV. Em algumas ocasiões, no entanto, o vírus sofreu mutações até se transformar no HIV-1
Segundo os cientistas, essa primeira transmissão ocorreu mais ou menos em 1930, na República Democrática do Congo, país localizado na África Central
O caso mais antigo de Aids confirmado pela ciência foi o de um homem que vivia no Congo. Ele morreu em 1959, mas o diagnóstico só veio em 1986 com a análise de uma amostra de sangue congelado
O vírus começou a se disseminar pelo continente africano a partir da metade da década de 1970, mas ninguém sabia ainda o que era a doença ou como ela era adquirida
No dia 3 de julho de 1981, o jornal "The New York Times" publicou um artigo sobre um "câncer raro visto em 41 homossexuais". Trata-se do sarcoma de Kaposi, um dos tipos mais comuns de câncer em pessoas que vivem com HIV
Em 1983, o vírus foi isolado pelo cientista francês Luc Montagnier. A partir da década de 1980, o número de infecções começou a aumentar rapidamente, o que deu origem a uma epidemia global
De acordo com a Unaids, programa da ONU criado para combater a doença, cerca de 38 milhões de pessoas viviam com HIV em 2019. No mesmo ano, segundo o Ministério da Saúde, 900 mil pessoas tinham HIV no Brasil. Dessas, 135 mil convivem com o vírus sem saber
O tratamento para HIV envolve medicamentos antirretrovirais — eles inibem a multiplicação do vírus e evitam o enfraquecimento do sistema imunológico. Apesar de ser efetiva, a terapia antirretroviral tradicional não é uma cura, já que não elimina o vírus do organismo
Em 2020, Cientistas da Unifesp relataram ter conseguido eliminar o HIV do organismo de um paciente brasileiro. Foi o primeiro caso no mundo de remissão apenas com tratamento por coquetel intensificado de medicamentos
Apesar do resultado animador, os pesquisadores afirmam que esse foi um experimento preliminar e que a estratégia provavelmente não funciona para todos. Por enquanto, a melhor opção segue sendo a terapia antirretroviral
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