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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Professores ou carrascos?

Admirei-me quando vi pela primeira vez um grande treinador de nível internacional dirigindo seus atletas. Mais ainda quando o entrevistei. O húngaro Bella Guttmann ensinava fundamentos a Zizinho, a Dino Sani, com seu português rudimentar. Gritos? Nunca ouvi. Depois, conheci bem Osvaldo Brandão. Não era de passar a mão na cabeça dos jogadores, mas jamais negava um bom conselho. Dos treinadores que conheci foram poucos os que dedicavam atenção aos comandados. Yustrich foi o maior exemplo de truculência. Jorge Vieira, em Portugal, brigava com quem o chamasse de mister. Era o hábito. Mas, para os atletas do Botafogo, foi sempre o "pai herói". Telê Santana, por todos os títulos um grande treinador, falava duro, sem concessões. Preferiu desarrumar o Palmeiras fechando as portas a Jorge Mendonça. O episódio com Renato Gaúcho e Leandro na Copa de 1986 é ainda mais eloqüente. Felipão é o exemplo mais bem acabado do sargentão-psicólogo com sua família Scolari. Leão e Luxemburgo são casos para psicanálise. Fogem ao meu entendimento racional. Não sei agora onde chegará essa rusga entre Bernardinho e Ricardinho no grande time de vôlei do Brasil. Até onde chegou o desamor. É mais um capítulo nesse difícil relacionamento entre técnicos e atletas pleno de mesquinharias e farisaísmos. Sei, nada obstante, que o diálogo entre as partes, deveria superar estrelismos e vaidades. Deveria...

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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