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Sonhos de
consumo
Vai chegando o Natal. A
cidade se anima. Tempo
de comprar.
Glênio possuía uma loja de decorações em Ribeirão Preto. Naquela semana, ele estava fazendo
o circuito das compras na
capital. Enfeites. Bonecos. Bibelôs. O prazer das
compras se misturava a
certa mágoa em seu coração.
-Esta época do ano me
deixa triste.
O sucesso comercial viera depois de
uma infância pobre.
-Nunca me deram presente.
Nunca vi Papai
Noel.
No shopping,
crianças ricas faziam fila para falar com o bom velhinho. A dor se
tornou mais
aguda no coração de Glênio.
O Papai Noel
do shopping
lançou um olhar
carinhoso para o
rapaz.
Num impulso,
Glênio sentou-se
no colo do profissional natalino.
O gelo do Pólo Norte derreteu rapidinho.
-Que você quer de presente, Gleninho?
-O saco todo, Noel...
A conversa prosseguiu
no motel Las Renas. Com
muita brincadeira de trenó. Crianças ou adultos,
não importa. Todos possuem na alma uma chaminé que, dia e noite, sonha com a felicidade.
voltaire.souza@bol.com.br
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